Amar o transitório
Carpe diem é uma expressão latina presente numa ode do poeta Horácio, da Roma Antiga,
e que ficou popular no fim dos anos 1980 por causa do filme Sociedade dos poetas mortos.
Quem viu não esquece aquele professor de literatura carismático que exaltava a liberdade e a
poesia e ensinava seus alunos a pensar por si mesmos. Carpe diem significa “aproveite o dia
de hoje”, ou seja, desconfie do amanhã, não se preocupe com o futuro, não deixe passar as
oportunidades de prazer e gozo que lhe são oferecidas aqui e agora.
O termo me foi lembrado por um amigo numa conversa em que lamentávamos algumas
ameaças à saúde que atingiram pessoas queridas. Falávamos de quanto tempo se perde
com bobagens que nos aborrecem além da conta, deixando passar momentos preciosos.
Desprezamos por piegas as emoções singelas e vivemos à espera das ocasiões especiais,
de um estado permanente de felicidade, sonhando com apoteoses e sentindo saudades do
passado e até do futuro, sem curtir o presente. Só quando surge a perspectiva da perda é que
damos valor a deleites simples ao nosso alcance, como ler um bom livro, ouvir uma boa música.
Foi depois desse papo que meu amigo concluiu que, como o destino nem sempre avisa quando
vai aprontar, urge curtir enquanto é tempo – carpe diem.
VENTURA, Z. O Globo, abr. 2011 (adaptado).
Argumentar é apresentar elementos que comprovem um determinado ponto de vista.
Para defender a ideia de que devemos viver o presente sem preocupação com o futuro, o texto
apresenta como recurso para convencer o leitor o(a)
Amar o transitório
Carpe diem é uma expressão latina presente numa ode do poeta Horácio, da Roma Antiga, e que ficou popular no fim dos anos 1980 por causa do filme Sociedade dos poetas mortos. Quem viu não esquece aquele professor de literatura carismático que exaltava a liberdade e a poesia e ensinava seus alunos a pensar por si mesmos. Carpe diem significa “aproveite o dia de hoje”, ou seja, desconfie do amanhã, não se preocupe com o futuro, não deixe passar as oportunidades de prazer e gozo que lhe são oferecidas aqui e agora.
O termo me foi lembrado por um amigo numa conversa em que lamentávamos algumas ameaças à saúde que atingiram pessoas queridas. Falávamos de quanto tempo se perde com bobagens que nos aborrecem além da conta, deixando passar momentos preciosos. Desprezamos por piegas as emoções singelas e vivemos à espera das ocasiões especiais, de um estado permanente de felicidade, sonhando com apoteoses e sentindo saudades do passado e até do futuro, sem curtir o presente. Só quando surge a perspectiva da perda é que damos valor a deleites simples ao nosso alcance, como ler um bom livro, ouvir uma boa música. Foi depois desse papo que meu amigo concluiu que, como o destino nem sempre avisa quando vai aprontar, urge curtir enquanto é tempo – carpe diem.
VENTURA, Z. O Globo, abr. 2011 (adaptado).
Argumentar é apresentar elementos que comprovem um determinado ponto de vista. Para defender a ideia de que devemos viver o presente sem preocupação com o futuro, o texto apresenta como recurso para convencer o leitor o(a)