O grande interesse da Inglaterra na extinção do tráfico negreiro no Brasil devia-se
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa C
Tema central: trata-se da política externa britânica no século XIX relacionada ao fim do tráfico transatlântico de escravos e seus motivos. É importante distinguir entre o discurso humanitário dos movimentos abolicionistas e os interesses geopolíticos/econômicos do Estado britânico.
Resumo teórico: após a Revolução Industrial, a Grã‑Bretanha tornou‑se potência industrial e buscou ampliar mercados consumidores para suas mercadorias manufaturadas. Aboliu o comércio de escravos internamente (1807) e, em seguida, pressionou outras nações a interromper o tráfico, usando diplomacia e força naval (p.ex. Aberdeen Act, 1845). No Brasil, a pressão britânica teve papel determinante até a promulgação de leis nacionais (Lei Eusébio de Queirós, 1850) que visaram coibir o tráfico.
Fontes relevantes: British Abolition of the Slave Trade Act (1807); Aberdeen Act (1845); Lei Eusébio de Queirós (1850). Leituras: Eric Williams, Capitalism and Slavery; Seymour Drescher sobre o debate historiográfico.
Por que a alternativa C é correta: o grande interesse inglês não foi primariamente humanitário, mas econômico: garantir mercados para a indústria britânica e enfraquecer concorrentes baseados em regimes escravistas. A repressão ao tráfico favorecia a inserção de colônias e países produtores (como o Brasil) na lógica de exportação de matérias‑primas e importação de manufaturados britânicos — cenário ideal para os interesses comerciais e industriais da metrópole.
Análise das alternativas incorretas:
A — Humanitária: embora o movimento abolicionista exercesse pressão moral, a atuação estatal britânica combinou valores com interesses econômicos e estratégicos. Reduzir tudo à filantropia ignora decisões políticas e medidas coercitivas tomadas para defender interesses comerciais.
B — Conversão ao protestantismo, somente: missões protestantes existiram, mas eram secundárias. A formulação "somente" torna a alternativa falsa; a religião não explica a diplomacia, a marinha patrulheira nem os tratados.
D — Contribuir para a industrialização do Brasil: ao contrário, a política britânica tendia a manter o Brasil como fornecedor de matérias‑primas e comprador de manufaturados, não a promover sua industrialização autônoma.
Dica de prova: ao ver termos como "grande interesse" busque o agente (Estado britânico) e o contexto econômico (Revolução Industrial). Desconfie de alternativas que privilegiam motivações exclusivamente morais ou religiosas quando se trata de políticas estatais do período.
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