A separação do Brasil de Portugal, tal como a das colônias norte-americanas da Inglaterra, e da América espanhola da Espanha, pode ser explicada, até certo ponto, em termos de uma crise geral – econômica, política e ideológica – do velho sistema colonial em todo o mundo atlântico, no final do século XVIII e no início do século XIX.
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da Independência a 1870. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo/Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2001. V. 3, p. 228-30.
De acordo com a ideia apresentada no texto, a independência do Brasil se relaciona com a
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da Independência a 1870. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo/Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2001. V. 3, p. 228-30.
De acordo com a ideia apresentada no texto, a independência do Brasil se relaciona com a
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão avalia a compreensão da independência do Brasil no contexto da crise geral do sistema colonial atlântico (fatores econômicos, políticos e ideológicos) entre fim do século XVIII e início do XIX — isto é, causas estruturais comuns às independências americanas.
Resumo teórico e fontes: As independências na América não surgiram apenas de vontades individuais, mas de tensões ligadas ao pacto colonial, às restrições ao comércio colonial e à difusão de ideias liberais e revolucionárias (revolução americana, francesa e as reformas napoleônicas na Europa). No caso brasileiro, fatores essenciais incluem: a abertura dos portos em 1808 (Alvará de 28/01/1808), o Tratado de Comércio com a Inglaterra (1810), e a influência das Cortes de 1820. (Ver: BETHELL, História da América Latina; documentos como o Alvará de 1808.)
Por que a alternativa A está certa: A afirmação relaciona a independência brasileira à luta contra as restrições do pacto colonial e pela liberdade de comércio — exatamente os elementos da crise econômica e ideológica apontada no texto. A abertura dos portos e as pressões por livre comércio fragilizaram o antigo sistema e prepararam o terreno para a ruptura política.
Análise das incorretas:
B: Incorreta — exagera o papel da vontade pessoal de D. Pedro e ainda contém erro factual (ele não “abdicou ao trono brasileiro para assumir a monarquia portuguesa”).
C: Incorreta — não houve invasão napoleônica às Américas impondo um império francês; Napoleão invadiu a Península Ibérica, provocando deslocamentos (como a vinda da corte portuguesa ao Brasil), mas não ocupações francesas nas colônias americanas.
D: Incorreta — durante a permanência da corte no Rio (1808–1821) houve, ao contrário, medidas que flexibilizaram o monopólio (abertura dos portos); a afirmação de “radicalização do monopólio” contradiz esse fato.
E: Parcialmente verdadeira, mas errada como causa exclusiva — a vinda da corte antecipou transformações e modernizou instituições, porém não é a única causa; a independência se insere numa crise atlântica mais ampla (econômica e ideológica).
Dica de prova: ao identificar “crise geral” e termos como “econômica, política e ideológica”, prefira alternativas que apontem causas estruturais e transnacionais, não explicações individualistas ou factualmente imprecisas.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





