A filosofia existencialista foi uma das mais populares no século XX e teve várias correntes. O mais destacado
pensador existencialista foi Jean-Paul Sartre. Esse filósofo teve duas fases em seu pensamento. Na primeira
fase, ele argumentou que o indivíduo está condenado a ser livre e apelar para os determinismos seria usar de
má-fé. Na segunda fase, ele modera esse pensamento e passa a destacar a questão da situação, dos grupos
sociais, das classes sociais. Nessa segunda fase, ele assevera que
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: trata-se do desenvolvimento do pensamento de Jean‑Paul Sartre sobre o sujeito moderno: da primeira fase (existencialismo da liberdade radical — “o homem está condenado a ser livre” e a noção de má‑fé) para a segunda fase, em que ele incorpora a noção de situação e defende o engajamento do intelectual na luta social.
Resumo teórico breve: na obra inicial (L'Être et le Néant, 1943; Existentialisme est un humanisme, 1946) Sartre enfatiza que “a existência precede a essência” e a responsabilidade individual. Posteriormente (ensaios reunidos em Situations; artigos em Les Temps Modernes), ele reconhece que os indivíduos estão inseridos em situações históricas e sociais e que o intelectual deve assumir compromisso político: o engajamento em favor das lutas dos oprimidos.
Justificativa da alternativa A: A alternativa A expressa exatamente a virada sartreana: defesa do engajamento do intelectual — “nem uma pedra é neutra” é a imagem usada para indicar que nada é neutro diante das escolhas históricas — e a responsabilidade por si e pelos outros, incluindo a solidariedade com o proletariado. Isso corresponde às posições de Sartre em Qu'est‑ce que la littérature? e nas coleções Situations, bem como à sua atuação em Les Temps Modernes.
Análise das alternativas incorretas
B — apresenta a tese da primeira fase (condenação à liberdade, má‑fé). Como o enunciado pede a afirmação da segunda fase, essa alternativa repete o estágio anterior e, portanto, está fora do foco.
C — mistura ideia correta (importância de escolhas e projeto existencial) com afirmação demasiado restritiva: exigir filiação partidária como condição necessária não corresponde ao pensamento de Sartre, que defendia engajamento político plural e crítico, não simples submissão a um partido.
D — contradiz Sartre: a sua segunda fase valoriza a ação coletiva e o engajamento social, não o isolamento solipsista. A proposta de “atividades extra‑sociais” é oposta ao que Sartre promoveu.
E — afirma que as determinações existem mas “não têm importância”: Sartre reconhece a importância da situação e das determinações históricas; ele não as anula, antes propõe agir a partir delas. A frase minimiza incorretamente a dimensão situacional.
Dica de prova: ao ver “segunda fase”, busque termos como situação, engajamento, intelectual. Desconfie de alternativas que apresentem extremos (ex.: filiação partidária obrigatória; negação total das determinações).
Fontes recomendadas: Jean‑Paul Sartre — L'Être et le Néant (1943); Existentialisme est un humanisme (1946); Qu'est‑ce que la littérature? (1947); coleções Situations; artigo da Stanford Encyclopedia of Philosophy sobre Sartre para contextualização.
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