A estética consiste em uma corrente do pensamento filosófico
que busca refletir a criação e produção artísticas. Ela
estabelece relação direta com a experiência sensorial, com a
capacidade de perceber a realidade, mediante os órgãos dos
sentidos.
Considerando-se esse conceito, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: estética — ramo da filosofia que investiga o belo, a arte e a experiência sensorial. Em provas, é comum cobrar autores clássicos (Kant, Platão, Hegel, Marx, Hobbes) e pedir que o candidato associe conceitos aos pensadores certos.
Resumo teórico conciso: A estética trata da percepção sensorial e do juízo de gosto. Em Kant (Crítica do Juízo, 1790) a estética é ligada ao juízo estético: um modo de avaliar obras e experiência sensorial que, embora seja subjetivo (sentimento de prazer), reivindica uma validade comunicável — analisa as condições pelas quais percebemos e julgamos o belo. Platão situa a beleza no mundo das Formas; Hegel fala da arte como manifestação do espírito; Hobbes é basicamente político/materialista; Marx aborda a arte em perspectiva social/econômica, não como programa estético em O Capital.
Por que a alternativa A está correta: Kant concebe a estética como disciplina que investiga as condições do juízo estético — isto é, as formas como os sentidos e a faculdade do juízo intervêm na percepção do belo. Dizer que trata “das condições de percepção pelos sentidos” aproxima-se da ideia kantiana de analisar como a sensibilidade e o entendimento fundamentam nosso julgamento estético (Crítica do Juízo, 1790).
Análise das alternativas incorretas:
B — Parcialmente evocativa de Platão (beleza relacionada à Forma), mas imprecisa: para Platão a estética não se reduz a “atributos” (simetria, ordem) sensoriais; trata-se de participação na Forma do Belo, uma dimensão transcendente — a alternativa simplifica e distorce.
C — Afirmação errônea e absoluta. A ideia de estética como “manifestação do espírito” remete mais a Hegel, mas este não a apresenta como qualidade do ser “inquestionável e universal” no sentido dogmático. Além disso, a caracterização de validade inquestionável conflita com debates estéticos sobre subjetividade e historicidade.
D — Hobbes não atribui valor estético absoluto; seu foco é a condição material e política do homem (Leviatã). Atribuir a Hobbes uma teoria estética de valor absoluto é incorreto.
E — Marx analisa as condições materiais e alienação; O Capital não é um manifesto sobre construir “sociedades mais belas e bem estruturadas” no sentido estético. Há reflexões marxistas sobre arte e ideologia, mas a afirmação é anacrônica e imprecisa.
Estratégia de prova: identifique palavras-chave (ex.: “ciência”, “condições de percepção”, “inquestionável”, “O Capital”) e associe ao autor correto. Desconfie de termos absolutos (“inquestionável”, “valor absoluto”) — costumam indicar alternativa errada.
Fonte principal recomendada: Immanuel Kant, Crítica do Juízo (1790). Para contextualizar: Platão (teoria das Formas), Hegel (Estética como manifestação do Espírito), Hobbes (Leviatã), Marx (O Capital).
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