Considerando-se os mitos como forma de expressão e
produção de conhecimentos, pode-se afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: trata-se da natureza do conhecimento produzido pelos mitos — como formas simbólicas de explicar o mundo, transmitir valores e organizar a experiência coletiva. Para responder, é preciso distinguir conhecimento mítico (oral, tradicional, simbólico) do conhecimento científico (analítico, empírico, verificável).
Resumo teórico curto: O mito é uma narrativa simbólica que integra experiência, cosmologia e normas sociais. Não busca verificação experimental, mas coesão simbólica e autoridade tradicional. Autores fundamentais: Mircea Eliade (O Sagrado e o Profano) e Claude Lévi‑Strauss (O Pensamento Selvagem) mostram que o mito transmite saberes culturais e explicações coletivas, geralmente por via oral e ritual.
Por que a alternativa C é correta? Porque afirma que as representações mitológicas contêm um conhecimento tradicional e são manifestadas oralmente. Isso corresponde ao caráter histórico‑cultural dos mitos: saber acumulado em tradições, legitimado por oralidade, rituais e autoridade comunitária — não por teste empírico.
Análise das alternativas incorretas
A — incorreta: diz que o conhecimento mítico resulta de “exaustiva verificação lógica analítica”. Isso descreve o método científico ou filosófico analítico, não o processo mítico, que não se funda em verificação lógica formal.
B — incorreta: afirma que os mitos dão compreensão verdadeira do ser humano em todas as manifestações. Exagero absoluto: mitos oferecem interpretações significativas e contextuais, mas não uma verdade universal e abrangente aplicável a todas as culturas e métodos de investigação.
D — incorreta: sustenta que a validade dos saberes mitológicos passa por empirismo e racionalismo. Critério desses saberes é a coerência simbólica, tradição e eficácia ritual, não a validação empírica ou dedução racional científica.
E — incorreta: vincula o Existencialismo (corrente filosófica de matriz europeia — Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre) à concepção mitológica do pensamento filosófico brasileiro. Trata‑se de afirmação histórica e conceitual equivocada: o existencialismo não nasce da mitologia nem é especificamente “brasileiro”.
Dica de interpretação para provas: busque palavras‑chave (oralidade, tradição, verificação, empirismo, “todas”) e identifique absolutismos e confusões metodológicas. Se a alternativa descreve método científico como critério do mito, provavelmente está errada.
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