Questão 412e54ca-b2
Prova:UFU-MG 2016
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Trinta anos de ouro: mundo capitalista (1945- 1975)

Essa ideologia baseia-se no pressuposto de que a liberalização do mercado otimiza o crescimento e a riqueza no mundo, e leva à melhor distribuição desse incremento. Toda tentativa de controlar e regulamentar o mercado deve, portanto, apresentar resultados negativos, pois restringe a acumulação de lucros sobre o capital e, portanto, impede a maximização da taxa de crescimento.
HOBSBAWM, Eric. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 78 (Adaptado).

A vitória do ideário liberal, após a queda do Muro de Berlim e da URSS, foi saudada por alguns estudiosos, entre eles o norte-americano Francis Fukuyama, como o "fim da história", pois 

A
representava, nos planos político, econômico e ideológico, a consolidação da aliança entre EUA e China, impossibilitando o surgimento de novos centros de poder.
B
simbolizava a retomada da hegemonia da Rússia, agora capitalista, o que se traduzia na retomada da corrida armamentista e das disputas territoriais, especialmente no Oriente Médio.
C
traduzia o princípio da liberdade plena de circulação de capitais, plenamente adotada por países como a China, cujo baixo intervencionismo estatal está na origem de sua escalada econômica.
D
o liberalismo, ao lado da democracia e da economia de mercado, significava o ápice do desenvolvimento humano e a realização da natureza do homem.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Gabarito: Alternativa D

Tema central: A questão aborda a ideia de que, após a queda do Muro de Berlim e do bloco soviético, o liberalismo político‑econômico foi interpretado por alguns (notadamente Francis Fukuyama) como o "fim da história": a afirmação de que a combinação de democracia liberal e economia de mercado representaria a fase final e superior do desenvolvimento político. Compreender essa postura e suas implicações ideológicas é essencial para responder corretamente.

Resumo teórico: O "fim da história" (Fukuyama, 1989) não significa ausência de eventos, mas que não haveria um sistema político superior ao liberal‑democrático. Aqui convergem: liberalismo político (direitos individuais, pluralismo, Estado de direito) e economia de mercado (privatização, liberalização). Hobsbawm (2000) comenta criticamente essa visão, destacando suas limitações e os novos conflitos que surgiriam.

Por que a alternativa D está correta: Ela reproduz a ideia central do argumento de Fukuyama — isto é, que o liberalismo, associado à democracia e à economia de mercado, foi celebrado como ápice do desenvolvimento humano e expressão final da natureza política desejável do homem. A alternativa sintetiza justamente o sentido teleológico do "fim da história".

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. A leitura do "fim da história" não implica uma nova aliança permanente EUA‑China; além disso, China manteve regime autoritário e relações complexas com os EUA.

B — Incorreta. A derrota da URSS não simbolizou a retomada da hegemonia russa capitalista; a Rússia pós‑1991 esteve enfraquecida economicamente e politicamente, longe de lideranças hegemônicas globais.

C — Incorreta. Afirma que países como a China adotaram "liberdade plena de circulação de capitais" e baixo intervencionismo — o oposto do real: o modelo chinês é caracterizado por forte intervenção estatal e políticas industriais seletivas, mesmo com abertura controlada ao capital.

Estratégia de prova: Busque palavras‑chave do enunciado ("fim da história", "liberalismo", "democracia", "economia de mercado"). Elimine alternativas que trocam a ideia geral por fatos geopolíticos específicos ou afirmativas historicamente incorretas (China como puro liberalismo; Rússia hegemônica pós‑URSS).

Fontes indicadas: Francis Fukuyama, "The End of History?" (1989); Eric Hobsbawm, O novo século (2000).

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