A relação entre voces e res, entre linguagem e realidade, constitui elemento central da
assim denominada "questão dos Universais", importante por causa de suas repercussões
linguísticas, epistemológicas e teológicas.
Sobre a controvérsia dos Universais, assinale a alternativa INCORRETA.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A (é a opção INCORRETA)
Tema central: trata-se da "questão dos Universais" — a discussão medieval sobre a relação entre voces (nomes/termos) e res (coisas/realidade). É crucial para metafísica, epistemologia e teologia porque define se os universais (p.ex. “humanidade”) existem independentemente, nas coisas ou apenas na linguagem/mente.
Resumo teórico sucinto: Realismo — Platônico: universais existem independentemente (mundo das Formas); Aristotélico/“moderado”: universais existem nas coisas e são abstraídos pela mente (influência da Isagoge de Porfírio). Nominalismo — universais não são entidades reais; são nomes, etiquetas linguísticas aplicadas a indivíduos (Roscelino é exemplo extremo). Concepicionalismo — universais existem como conceitos mentais obtidos por abstração (posição associada a Abelardo).
Por que A está INCORRETA: a alternativa A afirma o oposto do nominalismo. Nominalismo nega que universais sejam res com existência metafísica objetiva; pelo contrário, sustenta que são mera linguagem ou convenção. Logo, dizer que o nominalismo sustenta que universais são entidades reais é um erro conceitual.
Análise das demais alternativas: B — Correta: Guilherme (Guillaume) de Champeaux foi defensor do realismo; defendeu correspondência forte entre conceitos e realidade. C — Correta: Roscelino (Roscelin) sustentou que universais não têm correspondentes reais — posição nominalista/extremada; para ele só existem indivíduos singulares. D — Correta: Abelardo reinterpreta o pensamento aristotélico: o universal não é arquetípico transcendente, mas resultado da abstração intelectual (concepicionalismo).
Estratégias para prova: identifique termos-chave (“res” vs “voces”, existência “metafísica”, “abstração”, “árquetipo”). Cuidado com inversões — muitas pegadinhas apresentam a posição invertida (como aqui, atribuindo ao nominalismo a tese do realismo).
Fontes e leituras recomendadas: Porfírio, Isagoge; entradas "Universals" e "Peter Abelard" na Stanford Encyclopedia of Philosophy; estudos sobre Roscelin e Guillaume de Champeaux em história da filosofia medieval.
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