“(...) a Primeira Guerra
Mundial foi seguida por um tipo de colapso
verdadeiramente mundial, sentido pelo menos
em todos os lugares em que homens e mulheres
se envolviam ou faziam uso de transações
impessoais de mercado” (Hobsbawm, Eric. Era dos
extremos: o breve século 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995 pag. 91)
O contexto da Primeira Guerra Mundial
também coincidiu com o acirramento dos
conflitos sociais e ideológicos no mundo todo, e
o Brasil não ficou imune. (...) a política
brasileira via nascer atores influentes e
ideologias; o parque industrial crescera;
crescera também a classe operária e suas
organizações sindicais e políticas. (Napolitano, Marcos. História do Brasil república: da queda da
Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo:
Contexto, 2018. Pag. 38).
Os dois fragmentos textuais sinalizam aspectos
históricos da Primeira Guerra Mundial numa escala mundial e brasileira, assinale
respectivamente os enunciados correspondentes.
“(...) a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um tipo de colapso verdadeiramente mundial, sentido pelo menos em todos os lugares em que homens e mulheres se envolviam ou faziam uso de transações impessoais de mercado” (Hobsbawm, Eric. Era dos extremos: o breve século 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 pag. 91)
O contexto da Primeira Guerra Mundial também coincidiu com o acirramento dos conflitos sociais e ideológicos no mundo todo, e o Brasil não ficou imune. (...) a política brasileira via nascer atores influentes e ideologias; o parque industrial crescera; crescera também a classe operária e suas organizações sindicais e políticas. (Napolitano, Marcos. História do Brasil república: da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2018. Pag. 38).
Os dois fragmentos textuais sinalizam aspectos
históricos da Primeira Guerra Mundial numa escala mundial e brasileira, assinale
respectivamente os enunciados correspondentes.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: impacto econômico e político da Primeira Guerra Mundial no plano mundial e as repercussões sociais e políticas no Brasil. Para resolver, é preciso relacionar o argumento sobre um “colapso econômico” global (Hobsbawm) com a transformação social e política interna brasileira (Napolitano).
Resumo teórico curto e progressivo:
Plano mundial: a guerra (1914–1918) provocou destruição de infraestrutura, rupturas comerciais e crise financeira — muitos países europeus saíram arruinados, especialmente a Alemanha, que sofreu perda territorial, reparações e hiperinflação depois da guerra (Hobsbawm, Era dos Extremos).
Plano brasileiro: a guerra acelerou industrialização urbana, fortaleceu a classe operária e criou novas pressões políticas. Além disso, setores militares e a pequena-burguesia urbana manifestaram insatisfações com a política oligárquica, defendendo modernização e estímulo à indústria (Napolitano, História do Brasil República).
Por que a alternativa D é correta: D combina corretamente as duas ideias: (1) impacto econômico devastador sobre as nações no epicentro do conflito — referência à ruína sobretudo da Alemanha — e (2) no Brasil, militares alinhados a insatisfações da classe média apoiavam políticas de industrialização e modernização. Essa leitura está em acordo com os trechos de Hobsbawm e Napolitano citados.
Análise das alternativas incorretas:
A: incorreta — afirma que a Primeira Guerra “não envolveu as grandes potências econômicas” (falso: envolveu as principais potências europeias) e generaliza sobre “perspectiva democrática” no Brasil sem fundamento no trecho citado.
B: incorreta — distorce a motivação do atentado de Sarajevo (visava unificação/aspirações pan-eslavas, não “separar em pequenas comunidades”) e apresenta descrição imprecisa do parque industrial.
C: incorreta — afirma que os países envolvidos desenvolveram economias prósperas (contrário ao “colapso” econômico) e reduz o Brasil à ênfase agrícola, quando o trecho destaca crescimento industrial e operário.
E: incorreta — sugere que a guerra “dividiu o mundo em dois mundos” (confusão com a bipolaridade pós‑Segunda Guerra/Fria) e interpreta de modo equivocado a ação operária como sustentadora do capitalismo, quando muitas vezes o operariado questionou e radicalizou demandas.
Dicas de interpretação: fique atento a palavras-chave do enunciado (colapso, parque industrial, classe operária, militares) e a generalizações absolutas. Relacione sempre o plano global ao nacional buscando coerência entre autor e contexto histórico.
Fontes citadas: Eric Hobsbawm, Era dos Extremos (1995); Marcos Napolitano, História do Brasil República (2018).
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