Criado em 27 de dezembro de 1939, durante o Estado Novo, o Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP) tinha por objetivo “centralizar, coordenar, orientar e superintender a propaganda nacional, interna
ou externa, e servir, permanentemente, como elemento auxiliar de informação dos ministérios e entidades
públicas e privadas, na parte que interessa à propaganda nacional” (Decreto-lei 1.915 de 27 de dezembro de
1939). Podemos afirmar corretamente que a criação do DIP pelo Estado Novo está relacionada:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: trata-se da criação, em 1939, do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no contexto do Estado Novo. A questão exige compreender o papel do Estado na comunicação pública e como regimes autoritários/totalitários utilizaram a mídia para legitimar-se.
Resumo teórico: o DIP, criado pelo Decreto‑lei nº 1.915/1939, foi um órgão estatal destinado a centralizar e coordenar a propaganda. Em regimes autoritários do século XX, especialmente na Europa (fascismos italiano e alemão nazista), o uso sistemático de rádio, cinema, imprensa e eventos públicos serviu para moldar a opinião, construir legitimidade e controlar a imagem do governo. No Brasil, o Estado Novo (1937–1945) aplicou políticas semelhantes: censura, produção de propaganda e instrumentos de persuasão cultural (ver estudos de Angela de Castro Gomes e análise histórica do período e o próprio Decreto‑lei nº 1.915/1939).
Justificativa da alternativa B: a criação do DIP corresponde à "crença na eficácia da mídia" como instrumento de legitimação do regime. O texto legal e a prática do Estado Novo mostram intenção explícita de organizar propaganda interna e externa e de servir como órgão auxiliar de informação dos ministérios — isto é, usar os meios de comunicação para consolidar apoio e construir imagem do governo, em consonância com modelos europeus totalitários.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta. O Estado Novo não substituiu totalmente imprensa e rádios por órgãos estatais; houve censura e controle, mas veículos privados continuaram a existir sob supervisão e coerção, não foram completamente fechados ou extintos.
C — incorreta. Ao contrário de reorganizar partidos para usarem meios de propaganda, o Estado Novo suprimiu os partidos políticos (1937) e concentrou a propaganda no aparelho estatal, não em partidos.
D — incorreta. A criação do DIP não se relaciona à entrada de capitais estrangeiros nem à promoção de ideais democráticos; ao contrário, visava à propaganda estatal e à legitimação de um governo autoritário.
E — incorreta. O "queremismo" refere‑se ao movimento de 1930 que apoiou a ascensão de Vargas; não é a causa da criação do DIP em 1939, ligado à consolidação autoritária do Estado Novo.
Dica de prova: ao ler o enunciado, destaque palavras-chave (data 1939; “centralizar…propaganda”; Estado Novo). Relacione data/contexto com políticas típicas — censura, propaganda de Estado — e descarte alternativas que apresentem contradições históricas (por exemplo, afirmar que partidos ganhavam meios quando, na verdade, foram extintos).
Fontes indicadas: Decreto‑lei nº 1.915/1939 (criação do DIP); leituras sobre Estado Novo e propaganda: Angela de Castro Gomes; estudos gerais sobre o período (historiadores como Boris Fausto).
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