Na terça-feira 25 [outubro], o corpo de Kadafi foi enterrado em segredo no deserto, para evitar que se torne local de peregrinação. Em vida, Kadafi adorava desafiar os rivais a transformá-lo em mártir. No fim, seus inimigos se esmeraram por fazê-lo da pior maneira possível, submetendo o ex-ditador a um linchamento degradante demais até para o mais sanguinário dos criminosos, como revelam em detalhes excruciantes os vídeos da captura feitos com celular e divulgados na semana passada. (GIANINI, 2011, p. 118).
A violência expressa contra o ditador Muammar Kadafi resultou
A violência expressa contra o ditador Muammar Kadafi resultou
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: trata-se da explicação da violência extrema contra Muammar Kadafi após sua captura em 2011. A questão exige identificar a causa mais coerente com o quadro de caos político e militar que se instalou na Líbia pós-rebelião.
Resumo teórico: em guerras civis e revoluções, a queda de um regime costuma provocar fragmentação das forças insurrecionais. Sem comando unificado, ações individuais ou de grupos locais tendem a produzir violência descontrolada (mob justice, vingança local). Fontes jornalísticas e de direitos humanos sobre a Líbia (BBC, Human Rights Watch, relatórios da ONU, 2011–2012) descrevem exatamente esse processo.
Justificativa da alternativa B — perda de controle das lideranças revolucionárias sobre grupos rebeldes: o trecho fala em linchamento degradante, vídeos amadores e enterro secreto — sinais claros de ações espontâneas e descentralizadas. Relatos pós-queda mostram que milícias locais e combatentes sem hierarquia cometeram abusos, evidenciando que líderes revolucionários não conseguiram controlar todos os grupos. Essa causa explica diretamente o caráter brutal e desorganizado da violência.
Análise das alternativas incorretas:
A — vingança de empresas petrolíferas: implausível. Empresas atuam por meios econômicos e diplomáticos; não organizariam linchamentos públicos. Além disso, o trecho descreve violência popular imediata, não retaliação empresarial.
C — contestação dos nacionalistas à OTAN: a frase indica violência contra Kadafi promovida por rebeldes, não debate político sobre intervenções internacionais. A OTAN atuou militarmente, mas a captura e linchamento decorreram de conflitos internos e não de protestos nacionalistas contra a intervenção.
D — influência norte-americana incentivando vingança: não há evidência de que os EUA tenham incentivado publicamente violência popular. Declarações oficiais condenaram abusos; portanto essa alternativa é equivocada.
E — comando por membros da Al-Qaeda: embora houvesse preocupação com jihadistas entre alguns grupos, não há comprovação de que a Al-Qaeda comandou a captura e linchamento de Kadafi. A violência descrita resulta mais da desordem do que de um comando terrorista centralizado.
Estratégia de prova: busque pistas no enunciado — palavras como "vídeos feitos com celular", "linchamento" e "enterrado em segredo" indicam ação local, improvisada e sem coordenação formal. Isso aponta para perda de controle, não para ação estatal, empresarial ou comando terrorista.
Fontes recomendadas: relatórios da Human Rights Watch (2011–2012), cobertura da BBC e relatórios da ONU sobre a transição na Líbia.
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