O Estado, tal como é conhecido atualmente, tem suas origens na modernidade por obra de pensadores como
Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau. Uma das teses para justificar o poder do Estado foi a do
Contrato Social ou Pacto. Destacam-se, entre as teses do Contrato Social, a ideia de que os homens não são
seres políticos por natureza, e que vivem em sociedade somente por interesse. Encontram-se em um estado
natural de guerra de todos contra todos. “O homem é lobo do homem”. Guiados pelo instinto e não pela razão,
sentem o medo de perder a vida a qualquer momento. Assim, por medo e interesse, abandonam todos de uma
só vez o direito sobre todas as coisas e entregam tal direito nas mãos de um soberano, o qual fará leis e
transformará o estado de natureza em estado civil. Estava assim justificado o absolutismo, pois o soberano não
faz parte do pacto e, ao criar as leis, determina o justo e o injusto. Tais teses são defendidas na seguinte obra:
Gabarito comentado
Resposta correta: A - O Leviatã, de Thomas Hobbes (1651)
Tema central: Teoria do Contrato Social — explica a origem do Estado pela renúncia de direitos individuais em favor de um poder soberano. É fundamental reconhecer termos-chave: “estado de natureza”, “guerra de todos contra todos”, e soberano absoluto.
Resumo teórico: Hobbes descreve o estado de natureza como condição sem leis, onde prevalece o medo e a competição; para escapar desse estado, os indivíduos fazem um pacto transferindo seus direitos a um soberano que assegura paz e ordem. O soberano não é parte do pacto e detém autoridade praticamente ilimitada — justificativa clássica do absolutismo. Fonte principal: Thomas Hobbes, Leviathan (1651).
Por que a alternativa A é correta: O enunciado usa expressões e ideias centrais hobbesianas — “homem lobo do homem”, medo existencial, entrega de direitos a um soberano que cria leis e define justo/injusto. Isso é a formulação típica de Leviathan.
Análise das alternativas incorretas: - B (Aristóteles, A Política): para Aristóteles o homem é por natureza um animal político (políticon) e a cidade-Estado é uma realização natural, não resultado de um contrato. - C (Maquiavel, O Príncipe): trata de prática política e virtù/fortuna; não desenvolve a teoria do contrato social nem o estado de natureza hobbesiano. - D (Montesquieu, O Espírito das Leis): aborda separação de poderes e clima/cultura política; critica o absolutismo, não o fundamenta via pacto hobbesiano. - E (Rousseau, Do Contrato Social): embora seja contrato social, Rousseau defende soberania popular e que o soberano é o próprio povo reunido — diferente do soberano absoluto que fica fora do pacto.
Dica de prova: ao ler o enunciado, destaque mentalmente palavras como “estado natural”, “guerra de todos contra todos”, “soberano não faz parte do pacto”. Elas apontam diretamente para Hobbes. Compare sempre a concepção do indivíduo (político por natureza vs. individualista e amedrontado) para eliminar alternativas.
Referências rápidas: Hobbes, T. (1651) Leviathan; Rousseau, J.-J. (1762) Do Contrato Social; Montesquieu, C.-L. (1748) O Espírito das Leis.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






