Na coluna da direita, são apresentadas perguntas feitas ao artista William Kentridge, em entrevista concedida ao jornal
El País. Numere a coluna da direita, relacionando as respostas às respectivas perguntas.
1. O que faz com que uma obra seja
percebida como verdadeira?
2. Nasceu em Johanesburgo e viveu
em uma minoria dentro da minoria
branca: a dos que se opunham ao
apartheid. Sua família defendia os
direitos dos negros. Como foi a sua
infância?
3. Sua mulher [Anne Stanwix] é
australiana. Chegou com 16 anos, se
conheceram na escola e desde então
permanecem juntos. Nada mal para
um homem que se descreve como
instalado na dúvida perpétua.
4. Em 25 anos, como o seu país
evoluiu?
( ) Faz parte das minhas contradições. Pouco antes de conhecê-la,
decidi que tinha nascido no país errado e com cinco anos de
atraso. Se estivesse com 18 e em Paris, Berlim ou Berkeley teria
feito parte da revolta estudantil em vez de estar enredado na
África do Sul, onde não acontecia nada.
( ) Muita gente esperava uma mudança radical de vida. E o que se
passou é que há uma classe média branca e outra negra que,
numericamente, já são iguais (quatro milhões cada raça). Mas
para a classe trabalhadora a vida não mudou. Sua situação,
embora não tão ruim, é de grande pobreza e desespero.
( ) Se você dá a mesma fotografia a duas pessoas, cada uma dirá
coisas diferentes. Isso significa que só podem estar falando de si
mesmas. Não veem a fotografia, veem a si mesmas. Por isso uma
das funções do artista é lembrar o espectador que quando olha
uma obra não está vendo uma verdade, mas uma projeção.
( ) Privilegiada, branca, suburbana. Tínhamos babás e criados. Fui a
uma escola em que só podiam entrar crianças brancas. E me
parecia que isso era o normal.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Gabarito comentado
Tema central da questão: Interpretação de texto (Coesão e Coerência). O objetivo é relacionar perguntas e respostas de uma entrevista, exigindo que o candidato aplique habilidades de compreensão textual e análise lógica para garantir que cada resposta seja coerente com sua respectiva pergunta. Esse exercício é fundamental em provas de vestibular, pois desenvolve a capacidade de ler atentamente, identificar ideias principais e inferir relações, conforme orientações presentes em gramáticas como as de Bechara e Cunha & Cintra.
Justificativa da alternativa correta (E):
De cima para baixo, o gabarito é 3 – 4 – 1 – 2.
- Primeira resposta: Apresenta uma autorreflexão sobre as “contradições” do artista, relacionada ao questionamento sobre sua esposa e a dúvida perpétua (Pergunta 3).
- Segunda resposta: Aborda claramente mudanças sociais e econômicas na África do Sul, encaixando-se na análise da evolução do país (Pergunta 4).
- Terceira resposta: Fala sobre a percepção subjetiva da arte, ideal para a indagação sobre o que faz uma obra ser percebida como verdadeira (Pergunta 1).
- Quarta resposta: Relato direto sobre a infância do artista, perfeitamente compatível com a pergunta 2.
Esta relação utiliza a coerência textual, pois há lógica entre cada resposta e sua pergunta, além de coesão (unidade e progressão temática).
Análise das alternativas incorretas:
- A, B, C e D apresentam ordens que rompem a coerência: ou uma resposta sobre infância aparece atrelada a pergunta sobre arte, ou o comentário sobre a esposa não encaixa adequadamente. Isso infringe o princípio da linearidade e desenvolvimento temático, segundo Koch & Travaglia.
Estratégias para questões desse tipo:
- Leia todas as perguntas e respostas antes de começar a associar.
- Procure por termos-chave e pronomes referenciais que ajudam a ligar ideias e evitar interpretações equivocadas.
- Desconfie de alternativas em que respostas fogem do foco temático da pergunta.
Segundo Bechara, a propriedade vocabular e o encadeamento lógico são indispensáveis para a interpretação correta e coesa dos textos.
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