No ano em que o mencionado editorial foi publicado, a Revolução Cubana assumiu a opção marxista, mas, diante do temor de que, com essa decisão, o clima de dramaticidade da Guerra Fria fosse transportado para as Américas, Fidel Castro afastou Cuba da influência soviética.
É tremenda injustiça comparar Khrushtchev a Hitler. A arrogância, a truculência, a insensibilidade brutal do ditador soviético são inéditas na História do mundo. Nunca se viu, desde os tempos de Gengis Khan, tamanho desprezo pelos valores da civilização ou maior falta de escrúpulos. Estarrecido, o mundo, ao mesmo tempo em que se inteirava da consumação das ameaças de Khrushtchev de fazer explodir a superbomba de 50 megatons, lia a resposta dele ao apelo dos deputados trabalhistas ingleses para que desistisse da explosão. Em lugar de responder como faria um homem civilizado e dotado de qualquer vestígio de decência ou de sentimento de humanidade, Khrushtchev replicou, com todo o seu furor vesânico, para ameaçar a Inglaterra de destruição total,
assegurando que ela seria riscada do mapa.
O trecho acima, extraído e adaptado do jornal O Globo, é parte do editorial “Ditador fanático quer subjugar o mundo pelo terror”, publicado na primeira página da edição de 1.º de novembro de 1961. Considerando a retórica do editorial, o ano em que foi publicado e o contexto histórico em que se inscreve, além de aspectos marcantes da história do século XX, julgue os itens de 105 a 109.
É tremenda injustiça comparar Khrushtchev a Hitler. A arrogância, a truculência, a insensibilidade brutal do ditador soviético são inéditas na História do mundo. Nunca se viu, desde os tempos de Gengis Khan, tamanho desprezo pelos valores da civilização ou maior falta de escrúpulos. Estarrecido, o mundo, ao mesmo tempo em que se inteirava da consumação das ameaças de Khrushtchev de fazer explodir a superbomba de 50 megatons, lia a resposta dele ao apelo dos deputados trabalhistas ingleses para que desistisse da explosão. Em lugar de responder como faria um homem civilizado e dotado de qualquer vestígio de decência ou de sentimento de humanidade, Khrushtchev replicou, com todo o seu furor vesânico, para ameaçar a Inglaterra de destruição total,
assegurando que ela seria riscada do mapa.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: contexto da Guerra Fria e o alinhamento da Revolução Cubana em 1961. A questão exige vínculo cronológico e causal entre a tomada da opção marxista em Cuba e suas relações com a União Soviética.
Resumo teórico: após o triunfo de 1959, a Revolução Cubana radicalizou-se ao longo de 1959–1961: nacionalizações, ruptura com os EUA e aproximação crescente da URSS. O fracasso da invasão da Baía dos Porcos (abril de 1961) intensificou a necessidade de proteção e apoio soviético, acelerando a ligação política, econômica e militar entre Havana e Moscou. Em dezembro de 1961 Castro declarou o caráter socialista da revolução, consolidando o alinhamento com o modelo soviético.
Por que a alternativa E é a correta: a assertiva da questão diz que, embora Cuba optasse pelo marxismo em 1961, Fidel teria afastado a ilha da influência soviética — isso é falso. Na prática, 1961 marcou a consolidação da aliança com a URSS, não o afastamento. A Baía dos Porcos e as nacionalizações aproximaram Cuba de apoio soviético, culminando na presença crescente de assistência militar e na crise dos mísseis (1962).
Fontes para estudo: Encyclopaedia Britannica (artigo "Cuba — Cuban Revolution"), obras de historiadores da Guerra Fria (ex.: Gaddis) e resumos cronológicos em History.com.
Dica de prova: em enunciados cronológicos, cheque sequências de eventos (nacionalizações → ruptura EUA → Baía dos Porcos → aproximação com URSS). Palavras como “afastou” são sinal de contradição com a sequência conhecida — cuidado com pegadinhas que invertem causa e efeito.
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