Questão 3ab9a7ab-0d
Prova:CEDERJ 2011
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

“Os governantes trataram com cautela a ‘questão civil’ durante o Império. Antes de 1850, apenas algumas vozes isoladas consideravam o escravismo uma instituição nefasta, responsável pelo atraso existente no país, corruptora da moral e dos costumes e inibidora do progresso e da indústria.”

NEVES, Lucia; MACHADO, Humberto. O Império do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, p.379.

Assinale a alternativa que melhor identifica as condições da escravidão no Brasil após os anos de 1850.

A
A partir de 1870 assiste-se ao enfraquecimento da propaganda abolicionista no Brasil, resultado do fortalecimento dos setores escravocratas.
B
O fim da Guerra do Paraguai reforçou a mentalidade escravocrata do exército brasileiro e reatualizou o papel da escravidão no país.
C
A manutenção da escravidão em Cuba esteve diretamente relacionada à lei do Ventre Livre no Brasil que reforçou o cativeiro de novas gerações de cativos.
D
A abolição da escravidão nos Estados Unidos após a Guerra de Secessão enfraqueceu a posição dos defensores do cativeiro no Brasil.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: análise das condições da escravidão no Brasil pós-1850 no contexto internacional e das reformas legais internas (Lei do Ventre Livre — 1871; Lei dos Sexagenários — 1885; Lei Áurea — 1888). É preciso relacionar cronologia, impacto de exemplos externos (EUA, Reino Unido) e movimentos abolicionistas internos.

Resumo teórico: após 1850 houve crescente contestação ao escravismo no Brasil. A partir da década de 1870 o abolicionismo ganhou impulso público (jornais, sociedades abolicionistas, atuação de políticos e intelectuais). Leis graduais (Ventre Livre, Sexagenários) sinalizaram uma política de transição, culminando na Lei Áurea (1888). No plano internacional, a abolição nos EUA (13ª Emenda, 1865) e a influência britânica ampliaram a pressão moral e econômica contra o cativeiro.

Fontes relevantes: Lei do Ventre Livre (Lei nº 2.040/1871); Lei dos Sexagenários (Lei nº 3.270/1885); Lei Áurea (Lei nº 3.353/13-05-1888); 13ª Emenda dos EUA (1865). Ver também: Neves & Machado, O Império do Brasil; estudos sobre abolicionismo de Emília Viotti da Costa.

Por que a alternativa D está correta: a abolição nos EUA (1865) representou um marco no continente americano — enfraqueceu argumentos pró-escravidão ao mostrar que uma grande potência poderia abolir o cativeiro sem “colapso social” imediato e reduziu o prestígio internacional dos defensores do cativeiro. Isso, combinado com a influência britânica e a pressão moral-econômica, contribuiu para isolar a posição dos escravocratas brasileiros e fortalecer o movimento abolicionista interno.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Ao contrário, a propaganda abolicionista se fortaleceu nas décadas de 1870–1880 (sociedades, imprensa, ações parlamentares), exigindo reformas graduais e pressionando para a abolição total.

B — Incorreta. O fim da Guerra do Paraguai (1870) não reatualizou a escravização; ao contrário, a guerra expôs contradições (escravizados alistados, mobilidade social forçada) e ajudou a ampliar discussões sobre cidadania e liberdade, não um reforço uniforme da mentalidade escravocrata.

C — Incorreta. A persistência da escravidão em Cuba obedeceu a dinâmicas do Império Espanhol e não foi “diretamente relacionada” à Lei do Ventre Livre brasileira; a Ventre Livre tinha efeito oposto ao descrito — visava, gradualmente, reduzir o quadro escravo ao libertar os nascidos livres.

Estratégia para provas: cheque datas e verbos-chave (p.ex. “reforçou” vs. “enfraqueceu”), relacione leis internas com o contexto internacional e prefira respostas que respeitem a cronologia e a lógica das causas e efeitos.

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