Para Merleau-Ponty, imanência e transcendência são
conceitos antitéticos que se comunicam, dada a
configuração de nosso corpo no mundo.
A fenomenologia é um dos fundamentos da Filosofia de
Maurice Merleau-Ponty. No âmbito da escola da
fenomenologia, ele contesta princípios basilares da
Psicologia clássica, de cunho mecanicista-racionalista.
Com base na afirmação acima, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
Tema central: Merleau-Ponty, fenomenologia e a crítica à psicologia mecanicista. É preciso entender como a fenomenologia valoriza a experiência perceptiva e o corpo vivido (corpo-sujeito) frente a explicações puramente mecânicas ou representacionais.
Resumo teórico: Para Maurice Merleau-Ponty (Fenomenologia da Percepção, 1945; Le Visible et l'Invisible, póst.), o corpo não é mero objeto físico nem simples instrumento da mente: é o modo de ser pelo qual nos relacionamos com o mundo. A percepção é pré-reflexiva e intencional; o corpo abre-se ao mundo (transcendência) ao mesmo tempo em que é situado e imanente — ou seja, a imanência da experiência corporal e a transcendência direcionada ao mundo não estão separadas por um abismo, mas entrelaçam-se na existência concreta.
Por que a alternativa é correta: A frase afirma que imanência e transcendência são conceitos contrastantes, porém comunicantes em razão da configuração corporal no mundo. Isso sintetiza bem a posição merleau-pontyana: não há dualismo rígido; há uma tensão dialética e uma inter-relação — o corpo vivenciado torna possível que o imanente (minha situação corporal, sensorial) se projete em direção ao mundo (transcender), e vice‑versa. Portanto, a afirmação está de acordo com a filosofia de Merleau-Ponty.
Estratégia de prova: Ao encontrar termos como imanência e transcendência, lembre-se de verificar se a assertiva propõe separação absoluta (dualismo) ou inter-relação/dialética. Merleau-Ponty opera com inter-relação; se a alternativa reconhece essa comunicação entre os polos via corpo, é provável que esteja correta.
Fontes sugeridas: Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da Percepção (1945); Le Visible et l'Invisible (1964). Para contexto: Edmund Husserl (investigação sobre intencionalidade) e críticas à psicologia mecanicista/behaviorista.
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