Para o estóico Sêneca, a felicidade não depende da
virtude, pois cada homem pode escolher o que for
mais conveniente para si mesmo ao seguir seu livre
arbítrio.
O tema felicidade aparece na história da Filosofia em
muitos momentos, sendo objeto de reflexão em sistemas
filosóficos, os quais lhe atribuem concepções diferentes.
Com relação à afirmação acima, assinale o que for
correto.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — Errado
Tema central: trata-se da concepção estóica de felicidade (eudaimonia). Para resolver a questão é preciso saber que, no estoicismo, a felicidade está ligada à virtude racional e não à busca de conveniências ou bens externos.
Resumo teórico progressivo:
Estoicismo: escola helenística que identifica a boa vida com viver de acordo com a razão/natureza. A virtude (areté) é a única verdadeira bem-aventurança; bens exteriores (riqueza, saúde) são "indiferentes" — podem ajudar ou atrapalhar, mas não tornam alguém verdadeiramente feliz.
Fontes clássicas: Sêneca (Epistulae Morales ad Lucilium), Epicteto (Discursos, Enchiridion), Marco Aurélio (Meditações). Texto analítico moderno: Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada "Stoicism".
Por que a alternativa E (Errado) é a correta:
A afirmação dada diz que, para Sêneca, a felicidade não depende da virtude porque cada homem pode escolher o que for mais conveniente pelo livre-arbítrio. Isso é invertido em relação ao pensamento estóico. Sêneca defende que a felicidade depende da virtude: a escolha livre do sábio consiste em conformar a vontade à razão e à virtude, não em selecionar conveniências externas. Em outras palavras, o "livre-arbítrio" estóico é usado para aderir à virtude, não para perseguir o que cada um julga mais conveniente.
Trecho ilustrativo (paráfrase das Epistulae): a verdadeira tranquilidade vem de dominar as paixões e manter a razão — assim se alcança a felicidade independente das circunstâncias externas.
Estratégia para provas / identificação da pegadinha:
Procure termos-chave: "Sêneca", "virtude", "felicidade", "conveniente". Se a alternativa atribui ao autor uma visão oposta ao núcleo da escola (aqui: virtude como suficiência para a felicidade), muito provável é erro. Desconfie quando se mistura noções modernas de liberdade individual com a ética clássica.
Referências rápidas: Sêneca, Epistulae Morales ad Lucilium; Epictetus, Enchiridion; Marcus Aurelius, Meditations; Stanford Encyclopedia of Philosophy — "Stoicism".
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