MISÉRIA. MOVIMENTO GREVISTA ASSUME CADA VEZ MAIORES PROPORÇÕES.
Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento que começou no
Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como
negar a justiça do movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida
caríssima. Com elas coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem
lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se
encontraria uma justificação para essa atitude? Pais de família que vivem sendo explorados
pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se milionários à custa de seu suor e de sua
miséria. Esses pais não podem ter a calma precisa para reclamar dentro de uma lei que não
os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.
O Combate, 12/07/1917.
Adaptado de memoria.bn.br.
De greve em greve
Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais preferiram interpretação
própria da modernização, como expansão de direitos. E agiram para converter ideia em
fato. São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade
parou. Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais e de condições
de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os de hoje do que se
possa imaginar. A resposta das autoridades de então também segue a moda. Em 1917,
um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, um estudante teve a
cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do sapateiro virou a maior manifestação
de protesto que os paulistanos tinham visto até então. Já na greve geral de abril de 2017,
35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos.
Angela Alonso
Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017
As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917
e 2017, apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e trabalho
em área urbana.
Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre os dois contextos mencionados
se relacionam aos seguintes fatores:
MISÉRIA. MOVIMENTO GREVISTA ASSUME CADA VEZ MAIORES PROPORÇÕES.
Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento que começou no Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como negar a justiça do movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida caríssima. Com elas coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se encontraria uma justificação para essa atitude? Pais de família que vivem sendo explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não podem ter a calma precisa para reclamar dentro de uma lei que não os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.
O Combate, 12/07/1917.
Adaptado de memoria.bn.br.
De greve em greve
Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais preferiram interpretação própria da modernização, como expansão de direitos. E agiram para converter ideia em fato. São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade parou. Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais e de condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os de hoje do que se possa imaginar. A resposta das autoridades de então também segue a moda. Em 1917, um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do sapateiro virou a maior manifestação de protesto que os paulistanos tinham visto até então. Já na greve geral de abril de 2017, 35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos.
Angela Alonso
Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017
As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017, apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e trabalho em área urbana.
Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre os dois contextos mencionados
se relacionam aos seguintes fatores: