No trecho: “A globalização, pelo contrário, tem a ver
com o mundo dos homens, com a forma pela qual eles
se organizam, extraem riquezas, vendem produtos,
fornecem serviços. Tem a ver também com a maneira
pela qual criam cultura e a veiculam, apropriam-se de
valores morais, de práticas políticas e os
universalizam”, dois recursos recorrentes usados pelo
autor foram:
TEXTO
Globalização é, para muitos, apenas um momento da
expansão do capitalismo, uma mudança na economia. Para
uns, desejável, para outros, inevitável, é vista como uma
fatalidade da natureza, um El Niño financeiro. Não é, não. A
globalização é fruto da ação organizada dos homens;
portanto, um fenômeno da sociedade e não da natureza.
Não é como a erupção de um vulcão, uma onda de calor ou
a inundação dos grandes rios, que têm a ver com o mundo
da natureza.
A globalização, pelo contrário, tem a ver com o mundo dos
homens, com a forma pela qual eles se organizam, extraem
riquezas, vendem produtos, fornecem serviços. Tem a ver
também com a maneira pela qual criam cultura e a
veiculam, apropriam-se de valores morais, de práticas
políticas e os universalizam. A repulsa a assassinos
institucionalizados, do tipo de alguns déspotas da História,
encontra eco em todos os países não só pelo fato de seus
regimes terem trucidado indivíduos de diferentes
nacionalidades, mas porque cada um de nós, como cidadão
do mundo, sente-se atingido na própria carne, por
atentados contra a humanidade.Se sofremos as agruras da globalização, como
desemprego, sobressaltos econômicos de dimensão
planetária e até perda de identidade, que, ao menos, o
fenômeno nos permita a universalização das conquistas já
conseguidas pela humanidade, como os direitos humanos e
o direito de buscar a felicidade.
(Jaime Pinsky. O Brasil tem futuro? São Paulo:
Contexto, 2006, p. 124. Fragmento.)
Globalização é, para muitos, apenas um momento da expansão do capitalismo, uma mudança na economia. Para uns, desejável, para outros, inevitável, é vista como uma fatalidade da natureza, um El Niño financeiro. Não é, não. A globalização é fruto da ação organizada dos homens; portanto, um fenômeno da sociedade e não da natureza. Não é como a erupção de um vulcão, uma onda de calor ou a inundação dos grandes rios, que têm a ver com o mundo da natureza.
Gabarito comentado
Comentário da questão – Interpretação de Texto: Enumeração e Paralelismo
1. Tema central da questão
A questão explora recursos de construção textual, especialmente enumeração e paralelismo. Esses elementos aparecem frequentemente em textos dissertativos para organizar e enfatizar informações.
2. Justificativa da alternativa correta (A)
Pela norma-padrão (conforme gramáticas de Bechara e Cegalla), enumeração consiste na apresentação sequencial de elementos de uma mesma classe, conferindo clareza e riqueza de detalhes ao texto. Já o paralelismo é a repetição de estruturas sintáticas semelhantes, garantindo harmonia e fluidez textual.
No trecho analisado, identificam-se esses dois recursos:
– Enumeração: “se organizam, extraem riquezas, vendem produtos, fornecem serviços”. O autor lista, de forma sequencial, diferentes ações dos homens na globalização.
– Paralelismo: Observa-se a repetição do padrão verbal (“criam”, “apropriam-se”, “universalizam”), o que evidencia unidade sintática e reforça a ideia.
Esses recursos elevam a capacidade de compreensão do leitor, pois facilitam o acompanhamento das ideias principais, como ensina Bechara (Moderna Gramática Portuguesa).
3. Análise das alternativas incorretas:
B) metáfora e paráfrase: Não há comparação implícita nem reescritura de ideias com outras palavras.
C) síntese e abreviação: O trecho expande conceitos, detalhando-os, e não os resume.
D) contraste e ênfase: Não há oposição clara ou reforço intensificador neste trecho.
E) erudição e explicação: O autor usa linguagem acessível e não foca em detalhamento explicativo ou demonstração de saber erudito.
4. Estratégias para provas
Ao ler alternativas, identifique verbos ou estruturas repetidas (paralelismo) e listas de ações ou características (enumeração). Termos técnicos, como metáfora ou contraste, exigem análise de sentido figurado ou oposição. Atenção à precisão dos conceitos salva pontos importantes!
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