A imagem a seguir é uma foto de parte da região central da cidade de Kigali, capital de
Ruanda (África), premiada com o “Habitat Scroll of Honor Award”, em reconhecimento de
sua limpeza, segurança e conservação do modelo urbano em 2008.
A gravura foge aos estereótipos que enfatizam uma África vista apenas sob a ótica da
pobreza, da fome, das guerras intertribais e dos safáris. Esses estereótipos nos remetem à
ideia, equivocada, de um continente selvagem “congelado” no tempo, habitado por povos
toscos incapazes de conviver entre si e de se organizar para a construção de sociedades
modernas.
Uma das guerras em África ocorreu em Ruanda nos anos 1990, inspirando o roteiro do filme
“Hotel Ruanda”. Assinale a alternativa que identifica, SEM ERRO, aspectos da história deste
país africano:
A imagem a seguir é uma foto de parte da região central da cidade de Kigali, capital de Ruanda (África), premiada com o “Habitat Scroll of Honor Award”, em reconhecimento de sua limpeza, segurança e conservação do modelo urbano em 2008.
A gravura foge aos estereótipos que enfatizam uma África vista apenas sob a ótica da pobreza, da fome, das guerras intertribais e dos safáris. Esses estereótipos nos remetem à ideia, equivocada, de um continente selvagem “congelado” no tempo, habitado por povos toscos incapazes de conviver entre si e de se organizar para a construção de sociedades modernas.
Uma das guerras em África ocorreu em Ruanda nos anos 1990, inspirando o roteiro do filme
“Hotel Ruanda”. Assinale a alternativa que identifica, SEM ERRO, aspectos da história deste
país africano:
Gabarito comentado
O genocídio em Ruanda em 1994 foi um dos episódios mais obscuros e devastadores da história recente, caracterizado pela violência étnica entre tutsis e hutus que atingiu proporções alarmantes. As tensões entre esses grupos remontam ao período colonial, quando os belgas agravaram as divisões étnicas, favorecendo os tutsis e gerando ressentimentos profundos entre as comunidades. Após a independência, a elite hutu assumiu o poder e promoveu políticas discriminatórias contra os tutsis, culminando no genocídio após o assassinato do presidente hutu, desencadeando um plano genocida meticulosamente organizado que resultou na morte de centenas de milhares de pessoas.
Após o genocídio, Ruanda enfrentou o desafio de reconstruir uma sociedade dilacerada, implementando medidas para promover a reconciliação, justiça e confiança. Tribunais especiais foram criados para julgar os responsáveis, e programas de reconciliação e perdão foram introduzidos para ajudar na cura e na reconstrução do país. A jornada de Ruanda rumo à cura e à reconstrução tem sido marcada por esforços incansáveis para superar o passado doloroso, buscando aprender com os erros do passado e construir a nação para o futuro.
Diagnóstico das alternativas:
A) Errada: A alternativa A simplifica a complexidade dos conflitos étnicos em Ruanda ao atribuir exclusivamente aos colonizadores europeus a responsabilidade pela exacerbação das tensões entre os tutsis e hutus. Embora o colonialismo belga tenha desempenhado um papel significativo ao favorecer uma das etnias em detrimento da outra, as raízes dos conflitos étnicos em Ruanda remontam a disputas históricas e estruturais dentro da sociedade ruandesa. A história do país é marcada por tensões e desigualdades entre os diferentes grupos étnicos, que foram agravadas durante o período colonial, mas que não podem ser simplificadas como resultado exclusivo da intervenção dos colonizadores.
B) Correta: Esta alternativa destaca o processo de reconciliação e reconstrução que ocorreu em Ruanda após a guerra civil e o genocídio de 1994. Após o conflito, o país buscou mecanismos de justiça transicional, como os tribunais Gacaca, para lidar com os crimes cometidos durante o genocídio. Esse processo foi fundamental para promover a cura das feridas sociais, a busca por verdade e justiça, e a construção de uma sociedade mais coesa e pacífica. Ruanda é um exemplo de como é possível superar conflitos étnicos e traumas históricos por meio do diálogo, da justiça e da reconciliação.
C) Errada: A alternativa C simplifica em demasia a complexidade dos conflitos na África ao atribuir a principal causa dos conflitos violentos à impossibilidade de convivência entre diferentes grupos étnicos. Os conflitos na África são multifacetados e têm raízes em uma série de fatores, incluindo questões políticas, econômicas, sociais e históricas. A ideia de que a criação de Estados nacionais separados para cada grupo étnico seria a solução para os conflitos ignora a diversidade e interconexão das sociedades africanas, bem como a necessidade de abordagens mais abrangentes e holísticas para promover a paz e a estabilidade no continente.
D) Errada: A alternativa D minimiza a gravidade e a extensão do genocídio em Ruanda ao considerá-lo como uma situação isolada. O genocídio de 1994 foi um dos episódios mais violentos e brutais da história recente, resultando na morte de aproximadamente 800.000 pessoas em um período de apenas 100 dias. Ignorar a gravidade e as consequências devastadoras desse evento é desconsiderar a complexidade dos conflitos étnicos e políticos que assolaram o país e a região.
E) Errada: A alternativa E simplifica em demasia os eventos que levaram ao genocídio em Ruanda ao atribuir a culpa às lideranças tribais por negar a intervenção humanitária da ONU. O genocídio em Ruanda foi resultado de uma série de fatores interligados, incluindo a incitação à violência étnica por parte de políticos extremistas, a polarização da sociedade ruandesa e a inação da comunidade internacional diante dos sinais claros de genocídio iminente. A negação da intervenção humanitária foi apenas um elemento em um cenário muito mais complexo e multifacetado.
A história de Ruanda, evidencia as consequências dos conflitos étnicos e da violência. Esta narrativa desafia os estereótipos que frequentemente moldam a percepção da África como um continente caracterizado por pobreza, fome e guerras. Esses estereótipos simplistas perpetuam a visão equivocada de um continente "congelado" no tempo, habitado por povos estereotipados como incapazes de conviver harmoniosamente ou de construir sociedades modernas e prósperas. Ruanda, em sua jornada de reconciliação pós-genocídio, representa um confronto à narrativa simplista associada à África. As iniciativas de Ruanda em promover a reconciliação e a justiça não apenas buscam lidar com o passado, mas também confrontam os estigmas que subestimam a capacidade dos povos africanos de superar adversidades e construir sociedades justas e inclusivas. A trajetória de Ruanda destaca a importância de reconhecer a riqueza cultural dos povos africanos.
Resposta: B
Gabarito do Professor: B