Questão 2d88e75e-fd
Prova:ENCCEJA 2019
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ironia do fato narrado no poema manifestase na

Anedota búlgara

Era uma vez um czar naturalista

 que caçava homens.                   

    Quando lhe contaram que também

    se caçam borboletas e andorinhas

 ficou muito espantado                 

e achou uma barbaridade.

ANDRADE, C. D. Alguma poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.

A
representação do valor atribuído à vida humana.
B
interpretação ambígua do significado de caça.
C
introdução característica de histórias infantis.
D
descrição de hábitos culturais inusitados.

Gabarito comentado

D
Daniela DiasMonitor do Qconcursos

Tema da questão: Interpretação de texto – Ironia e crítica social.

Esta questão exige que você compreenda como a ironia está presente no poema "Anedota búlgara", de Carlos Drummond de Andrade. Para isso, é fundamental interpretar o sentido implícito e perceber a crítica feita pelo autor.

Estratégia para resolver: Leia atentamente, procurando por palavras-chave e marcadores de contraste (como “espantado”, “barbaridade”) que indicam juízo de valor ou surpresa. Repare também no comportamento dos personagens e no contexto da narrativa.

Explicação da alternativa correta:

A - representação do valor atribuído à vida humana.

Esta é a alternativa correta. O poema apresenta um czar que caçava pessoas como se fosse algo natural, mas se espanta ao saber que outros caçam borboletas e andorinhas, considerando isso uma "barbaridade". A ironia está justamente em valorizar a vida dos animais e achar normal caçar seres humanos. O texto critica, de forma sutil e irônica, o pouco valor dado à vida humana por alguns poderosos, invertendo a lógica do que seria realmente bárbaro.

Por que as demais alternativas estão erradas?

B - interpretação ambígua do significado de caça.

Essa opção sugere que o poema joga com diferentes sentidos para a palavra “caça”, mas isso não ocorre. O sentido de “caçar” é claro em todos os momentos: trata-se de perseguir e matar, seja humanos ou animais. Não há ambiguidade, mas sim contraste irônico entre os objetos da caça.

C - introdução característica de histórias infantis.

Apesar de o poema começar com “Era uma vez”, estrutura comum em contos infantis, isso é apenas um recurso para apresentar a narrativa. A ironia do texto não está nessa introdução, mas sim no contraste de valores apresentado ao longo do poema.

D - descrição de hábitos culturais inusitados.

O texto não está preocupado em descrever costumes diferentes de um povo, mas sim em criticar, de maneira irônica, a inversão de valores. O foco não é o hábito cultural, mas a crítica ao comportamento do czar.

Dica para provas: Sempre que o texto apresentar um contraste entre o que é dito e o que é feito, desconfie de ironia ou crítica implícita. Fique atento a palavras que mostram surpresa, julgamento ou inversão de valores.

Resumo: A alternativa correta é a A porque revela a ironia do poema: a valorização incoerente da vida animal em detrimento da vida humana, criticando a falta de humanidade do czar.

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