Questão 2d0ca368-a6
Prova:UEMG 2016
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

“Os liberais-conservadores não se conformavam com Vargas na presidência da República. Por duas vezes derrotada com seu candidato, em 1945 e 1950, a União Democrática Nacional escolheu a estratégia de desqualificar Vargas. A opção pelo golpe vai sendo amadurecida pelos grupos conservadores, tendo a UDN à frente, até tornar-se uma decisão irreversível a partir de 1953.”

(FERREIRA, Jorge. Crises da República: 1954, 1955 e 1961. In: FERREIRA, Jorge & DELGADO, Lucília de A. N. (Orgs.). O tempo da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 306-307 (Coleção O Brasil Republicano, v. 3).

Nesse contexto, ocorreram fatos que foram decisivos para o recuo dos defensores do golpe de Estado e a sobrevivência da democracia, dentre os quais destacam-se

A
a vitória de Carlos Lacerda e a instauração de uma ditadura.
B
a eleição de Cristiano Machado e o fim do parlamentarismo.
C
o suicídio de Getúlio Vargas e o golpe preventivo do general Lott.
D
o impeachment de Juscelino Kubitschek e a posse do deputado Carlos Luz.

Gabarito comentado

G
Gustavo RochaMonitor do Qconcursos

Tema central da questão: O enunciado aborda a crise política brasileira entre 1954 e 1955, destacando a atuação da UDN, o suicídio de Vargas e o “golpe preventivo” de Lott como elementos que asseguraram, naquele momento, a continuidade da democracia no país.

Contextualização teórica: Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou por um período de abertura política (1945-1964), mas esse processo foi permeado por fortes tensões. A oposição liberal-conservadora, representada pela UDN, tentava impedir Vargas de se manter no poder e articular alternativas autoritárias. O clima tornou-se explosivo após o atentado contra Carlos Lacerda e, com o suicídio de Vargas, houve forte mobilização popular em defesa da legalidade e contra o golpe.

Em 1955, após a eleição de Juscelino Kubitschek, setores da UDN buscaram impedir sua posse argumentando “ilegitimidade”. O general Lott, então, interveio para garantir a ordem constitucional, realizando o chamado “golpe preventivo”, não para tomada de poder, mas para garantir a sobrevivência da democracia.

Justificativa da alternativa correta (C): Ao mencionar o “suicídio de Getúlio Vargas e o golpe preventivo do general Lott”, a alternativa C destaca dois eventos cruciais:

  • Suicídio de Vargas (1954): Sua morte desarticulou momentaneamente o movimento golpista e gerou ampla comoção popular, freando ações golpistas e fortalecendo a defesa das instituições.
  • Golpe preventivo de Lott (1955): Garantiu a posse do eleito (JK), assegurando a continuidade democrática frente às tentativas de ruptura institucional.

Estes são fatos concretamente decisivos para o recuo dos defensores do golpe e a manutenção da democracia, conforme destacado em autores como Jorge Ferreira e Boris Fausto.

Análise das alternativas incorretas:

  • A) Carlos Lacerda foi um opositor influente, mas não venceu eleições presidenciais nem instaurou ditadura. Fato incompatível com a história.
  • B) Cristiano Machado foi derrotado em 1950; não houve fim de parlamentarismo nesse período. Outro equívoco factual.
  • D) JK não sofreu impeachment. Carlos Luz assumiu interinamente e foi afastado justamente por ajudar na tentativa de impedir a posse de JK — verdade oposta à alternativa.

Dica de interpretação: Atenção especial aos nomes, cargos e funções atribuídas nas alternativas. Pegadinhas comuns envolvem atribuição de ações a atores históricos errados ou inversão de causas e consequências.

Conclusão: A alternativa C é a única historicamente correta, ao destacar os eventos fundamentais para o recuo do golpismo e sobrevivência da democracia brasileira em 1954-1955.

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