Considere as seguintes afirmações referentes ao narrador do texto:
I Mostra-se, no excerto, desinteressado de interrogar-se quanto às causas da
existência dos agregados.
II Quando critica o comportamento de certos agregados, pressupõe uma atitude
de valorização do trabalho, que não era predominante nem, muito menos,
efetiva, na sociedade de seu tempo.
III Avalia a condição social e o comportamento dos agregados a partir do ponto
de vista deles próprios.
Está correto o que se afirma em
Considere as seguintes afirmações referentes ao narrador do texto:
I Mostra-se, no excerto, desinteressado de interrogar-se quanto às causas da existência dos agregados.
II Quando critica o comportamento de certos agregados, pressupõe uma atitude de valorização do trabalho, que não era predominante nem, muito menos, efetiva, na sociedade de seu tempo.
III Avalia a condição social e o comportamento dos agregados a partir do ponto de vista deles próprios.
Está correto o que se afirma em
Passaram-se assim algumas semanas: Leonardo, depois de acabadas todas as
cerimônias, foi declarado agregado à casa de Tomás da Sé, e aí continuou
convenientemente arranjado. Ninguém se admire da facilidade com que se faziam
semelhantes coisas; no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada
havia mais comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande
proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos
a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram em maior
número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à
árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar os frutos, e o que é
mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na
primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada
passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava
por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima
tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com
paciência de mártir, o agregado tornava-se quase rei em casa, punha, dispunha,
castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares
negócios.
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.
Passaram-se assim algumas semanas: Leonardo, depois de acabadas todas as cerimônias, foi declarado agregado à casa de Tomás da Sé, e aí continuou convenientemente arranjado. Ninguém se admire da facilidade com que se faziam semelhantes coisas; no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada havia mais comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram em maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar os frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios.
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.