[...] os primeiros socialistas faziam críticas interessantes e sonhavam longe. Mas não foram capazes de tirar as ideias do livro para a realidade. Seus projetos não passaram de belos sonhos irrealizáveis, ou seja, utopias. Por isso, receberam o apelido irônico de socialistas utópicos.
Como se poderia então chegar ao socialismo? Esses socialistas eram utópicos por não poder responder direito à essa pergunta. Caberia a dois pensadores alemães do século XIX, Marx e Engels, criticar os utópicos (a expressão irônica foi inventada por eles). Para eles, o socialismo só seria possível (e necessário) depois que a sociedade tivesse alcançado um alto desenvolvimento capitalista. Mais ainda, a única força para a transformação social estaria na classe social criada e reforçada pelo capitalismo: o proletariado. (SCHMIDT, 2005, p. 388).
O socialismo difundido no Brasil, no período que antecedeu à II Guerra Mundial, diferia das características marxistas indicadas no texto, no que diz respeito
Como se poderia então chegar ao socialismo? Esses socialistas eram utópicos por não poder responder direito à essa pergunta. Caberia a dois pensadores alemães do século XIX, Marx e Engels, criticar os utópicos (a expressão irônica foi inventada por eles). Para eles, o socialismo só seria possível (e necessário) depois que a sociedade tivesse alcançado um alto desenvolvimento capitalista. Mais ainda, a única força para a transformação social estaria na classe social criada e reforçada pelo capitalismo: o proletariado. (SCHMIDT, 2005, p. 388).
O socialismo difundido no Brasil, no período que antecedeu à II Guerra Mundial, diferia das características marxistas indicadas no texto, no que diz respeito
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão avalia a capacidade de relacionar a leitura marxista sobre as condições do surgimento do socialismo (alto desenvolvimento capitalista e papel do proletariado) com a realidade brasileira anterior à II Guerra Mundial.
Resumo teórico: Marx e Engels defendiam que o socialismo seria resultado das contradições de um capitalismo altamente desenvolvido e da ação histórica do proletariado urbano industrial. Essa visão contrasta com as propostas socialistas “utópicas” anteriores, que imaginavam mudanças sem base material ou classe revolucionária definida (cf. Marx & Engels; SCHMIDT, 2005).
Por que a alternativa A é correta: na década de 1930 o Brasil mantinha características agrícolas e exportadoras, com industrialização incipiente e um proletariado urbano ainda reduzido. Logo, faltavam as condições objetivas apontadas por Marx/Engels para que o socialismo marxista se tornasse viável — exatamente o contraste indicado no texto de apoio.
Análise das alternativas incorretas:
B — fala em “ampla penetração” da propaganda comunista e greves organizadas. Houve atividade comunista e greves, mas não com penetração massiva que correspondesse ao cenário marxista descrito; portanto é exagero e não responde ao núcleo do texto.
C — atribui caráter utópico a textos de Luís Carlos Prestes. Prestes foi líder revolucionário e crítico do reformismo; não se enquadra como autor de socialismo “utópico” no sentido usado por Marx/Engels.
D — aliança entre socialistas e integralistas é historicamente falsa: o integralismo era movimentação autoritária e anticomunista; não houve aliança política estável com a esquerda.
E — afirma que o Partido Comunista foi legalizado para compor a Constituinte de 1946. A presença e legalidade do PCB passaram por repressões e reconfigurações; a alternativa apresenta uma leitura incorreta e teleológica dos eventos.
Dica de prova: identifique no enunciado termos-chave (ex.: “alto desenvolvimento capitalista”) e confronte-os com o contexto histórico pedido (Brasil dos anos 30). Questões de comparação histórica costumam exigir o ponto de tensão entre teoria e realidade.
Referências indicadas: Marx & Engels (Manifesto), SCHMIDT (2005), Furtado (Formação Econômica do Brasil) — para contextualização da economia brasileira.
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