Questão 297d6859-de
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Uma das características da narrativa modernista é a sensação de alta velocidade com que as cenas são elaboradas. No trecho do conto de Antônio
de Alcântara Machado, escritor modernista, essa alta velocidade é sugerida:
Uma das características da narrativa modernista é a sensação de alta velocidade com que as cenas são elaboradas. No trecho do conto de Antônio
de Alcântara Machado, escritor modernista, essa alta velocidade é sugerida:
Leia o texto abaixo para responder a questão:
Prrrii!!
-Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:-Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo de Yolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se,
embaralhavam-se, caíam, contorciam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um
segundo. Não parava.
-Neco, Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
-Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando
aquilo um desaforo, um absurdo.
-Alegoá-goá-goá! Alegoá-goá-goá! Urrá-urrá! Coríntians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam.
Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
-Go-o-o-o-o-o-o-l!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
(MACHADO, Antônio de Alcântara. (1926) “Corinthians (2) x Palestra (1)”
In: . São Paulo: OESP/Klick, 1997. p. 49)
Leia o texto abaixo para responder a questão:
Prrrii!!
-Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
-Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo de Yolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se,
embaralhavam-se, caíam, contorciam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um
segundo. Não parava.
-Neco, Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
-Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando
aquilo um desaforo, um absurdo.
-Alegoá-goá-goá! Alegoá-goá-goá! Urrá-urrá! Coríntians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam.
Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
-Go-o-o-o-o-o-o-l!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
(MACHADO, Antônio de Alcântara. (1926) “Corinthians (2) x Palestra (1)”
In: . São Paulo: OESP/Klick, 1997. p. 49)
A
pelo uso de linguagem coloquial e popular, como em “cravou”, “arquejando”;
B
pelo sentimentalismo das ações da personagem Miquelina que fecha
os “olhos de ódio”;
C
pelo uso de onomatopeias imitando ruídos de um estádio, como em
“Go-o-o-o-o-o-o-l”;
D
pelo uso de períodos curtos indicando ações, como em “Driblou. Escorregou. Driblou”;
E
pela animalização das ações das personagens, tal como em “Entusiassiasmos rugiam”.