TEXTO I
Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros,
graças à postagem e ao compartilhamento de imagens.
Uma comissão parlamentar britânica constatou que
meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com
peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo
um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de
cirurgia plástica no país, de cerca de 20% desde 2008.
ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018.
TEXTO II
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
Os textos apontam a centralidade da circulação imagética na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a
TEXTO I
Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros,
graças à postagem e ao compartilhamento de imagens.
Uma comissão parlamentar britânica constatou que
meninas de até cinco anos de idade já se preocupam com
peso e aparência. Outro sintoma do problema, segundo
um relatório da comissão, foi o aumento das taxas de
cirurgia plástica no país, de cerca de 20% desde 2008.
ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018.
TEXTO II
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
Os textos apontam a centralidade da circulação imagética na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa B — fetichização da experiência vivida
Tema central: circulação imagética na sociedade contemporânea e como imagens e representações substituem a experiência direta das pessoas. É importante relacionar a observação jornalística sobre redes e aparência com a teoria crítica (Guy Debord) sobre o “espetáculo”.
Resumo teórico: Debord (A sociedade do espetáculo, 1967) afirma que, nas sociedades modernas, a vida social se transforma em representação: o que antes era vivido diretamente perde-se em imagens e mercadorias. Esse quadro aproxima-se do conceito marxista de fetichismo da mercadoria (Marx, O Capital), aplicado aqui à experiência humana: as vivências passam a ter valor e sentido sobretudo enquanto imagens, aparências ou objetos de consumo.
Por que B é a correta: Os dois textos enfatizam que a circulação de imagens transforma a experiência — a vida “se esvai na fumaça da representação” e pessoas (até crianças) passam a avaliar-se por aparências postadas. Isso é exatamente a fetichização da experiência vivida: a vivência autêntica é substituída por sua aparência representada e consumida.
Análise das alternativas incorretas:
A — fragilização de vínculos afetivos: pode ser um efeito indireto, mas os textos não focalizam laços afetivos; tratam da circulação de imagens e da representação.
C — monopolização do mercado estético: refere-se a controle econômico/concorrencial; os textos falam de circulação e espetáculo, não de monopólio de mercado.
D — diferenciação dos modelos corporais: ao contrário: a circulação massiva tende a padronizar e fetichizar modelos, não a diferenciá‑los.
E — personalização das dimensões íntimas: a exposição de aspectos privados pode ocorrer, mas o ponto central é que a intimidade vira representação consumível — ou seja, despersonalizada/alienada —, não uma “personalização”.
Dica de interpretação para provas: procure nos enunciados palavras-chave (ex.: “representação”, “espetáculo”, “postagem”) e conecte ao autor teórico mais apropriado. Elimine alternativas que tratam de consequências tangenciais ou usam termos opostos ao sentido principal do texto.
Fontes: Debord, G. A sociedade do espetáculo (1967); referências jornalísticas contemporâneas (p.ex., reportagens da BBC sobre redes sociais e aparência).
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