Na tarefa diária de fazer jornalismo, bons títulos que
apresentem de maneira clara o conteúdo da matéria são
uma arte. Um leitor tem apontado, insistentemente, ao
longo deste ano, títulos com sentido ambíguo em O Povo.
No dia 8 de agosto, na editoria Brasil, o título destacava:
“Justiça suspende processo por homicídio de acidente em
Mariana”. Mais uma vez, ele apontou: “Do jeito como está
escrito, ficou a dúvida: o acidente de Mariana cometeu
ou sofreu o homicídio? Matou ou morreu?”. O leitor ainda
deu a sugestão de como poderia ser: “Poderia ter sido
assim: Suspenso o processo por homicídio resultante do
acidente em Mariana”. Entendo que a insistência do leitor
em apontar ambiguidades nos títulos é uma maneira
de cobrar mais atenção com eles. É nossa obrigação,
como jornalistas, oferecer títulos precisos e coerentes,
mesmo que o espaço para escrevê-los seja delimitado
por colunas e caracteres.
Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (adaptado).
Esse texto é de uma coluna de jornal escrita por um
ombudsman, profissional que, de maneira independente,
critica o material publicado e responde às queixas dos
leitores. Quais trechos do texto ratificam o papel desse
profissional?
Na tarefa diária de fazer jornalismo, bons títulos que apresentem de maneira clara o conteúdo da matéria são uma arte. Um leitor tem apontado, insistentemente, ao longo deste ano, títulos com sentido ambíguo em O Povo. No dia 8 de agosto, na editoria Brasil, o título destacava: “Justiça suspende processo por homicídio de acidente em Mariana”. Mais uma vez, ele apontou: “Do jeito como está escrito, ficou a dúvida: o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o homicídio? Matou ou morreu?”. O leitor ainda deu a sugestão de como poderia ser: “Poderia ter sido assim: Suspenso o processo por homicídio resultante do acidente em Mariana”. Entendo que a insistência do leitor em apontar ambiguidades nos títulos é uma maneira de cobrar mais atenção com eles. É nossa obrigação, como jornalistas, oferecer títulos precisos e coerentes, mesmo que o espaço para escrevê-los seja delimitado por colunas e caracteres.
Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (adaptado).
Esse texto é de uma coluna de jornal escrita por um ombudsman, profissional que, de maneira independente, critica o material publicado e responde às queixas dos leitores. Quais trechos do texto ratificam o papel desse profissional?
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de Texto — identificação do papel do ombudsman, profissional que, no jornalismo, exerce a função de analisar criticamente o material publicado e responder às queixas dos leitores. A questão exige atenção à função social, fiscalizadora e orientadora do ombudsman, conforme a norma-padrão e os conceitos da ética jornalística.
Justificativa da alternativa correta (B):
Os trechos: “Entendo que a insistência” e “É nossa obrigação, como jornalistas” são intervenções do próprio ombudsman, nas quais ele:
- Reconhece o papel do leitor ao exigir qualidade (“entendo que a insistência do leitor... é uma maneira de cobrar mais atenção com eles”);
- Ratifica a responsabilidade do jornalista (“é nossa obrigação, como jornalistas, oferecer títulos precisos e coerentes...”);
Esses trechos comprovam, de modo inequívoco, a ação reflexiva e crítica do ombudsman, essencial ao seu papel. Segundo a obra de Sergio Luiz Gadini, o ombudsman visa promover a transparência e aprimorar o padrão dos conteúdos jornalísticos — exatamente o que os trechos ressaltam.
Análise das alternativas incorretas:
- A: “Do jeito como está escrito, ficou a dúvida” apresenta a fala do leitor, e “No dia 8 de agosto...” traz apenas referência temporal — não evidenciam a atuação crítica do ombudsman.
- C: “Na tarefa diária de fazer jornalismo” (introdução geral) e “Suspenso o processo...” (exemplo do problema) não remetem ao papel do ombudsman.
- D: “O leitor ainda deu a sugestão” e “apontar ambiguidades...” se referem somente à participação do leitor, não à função crítica do ombudsman.
- E: “o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o homicídio?” e “Matou ou morreu?” – mostram exemplos de ambiguidade, sem relação com o papel do ombudsman.
Estratégia para resolver questões semelhantes:
Leia atentamente o comando e busque trechos em que o próprio autor do texto manifeste opinião, análise ou orientação alinhados à função descrita no enunciado. Evite focar apenas nas falas de terceiros ou exemplos ilustrativos.
Referência: Gadini; Javorski. Ombudsman no Jornalismo Brasileiro.
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