"Responda rápido. O maior índice de crescimento de novos universitários foi registrado em que faixa etária, de acordo com o último Censo do Ensino Superior?

A – 18 a 24 anos C – 40 a 49 anos

B – 24 a 39 anos D – Acima dos 50 anos

Não sabe? Quer a ajuda dos universitários? Cuidado, a maioria talvez não saiba. São os cinqüentões, sessentões e setentões que estão brilhando nos vestibulares. Entraram na vida acadêmica, em 2001, 23% a mais de alunos nessa faixa etária em comparação ao ano anterior. São quase 11 mil contra 8.700 em 2000. A tendência é de crescimento maior em 2002, mas os números só serão divulgados no final deste ano. Essa ocupação da “terceira idade”, nas universidades não se deve por acaso. Basta se ater à explicações do sociólogo Ruda Ricci, professor da PUCMinas, para ver sentido nessa mudança. Ele levanta dois fatores: a cobrança de qualificação pelo mercado de trabalho na década de 90 e a dispensa de pessoas com mais de 45 anos. “O ideal para as empresas eram funcionários na faixa dos 35 anos. Abaixo disso eram consideradas inexperientes e acima não teriam agilidade, já estariam burocratizadas.” Para as empresas, era mais fácil dar treinamento aos jovens. Aos quase cinqüentões só restava uma saída: voltar a estudar ou abrir negócio próprio. Some-se a isso a mudança na previdência, que retardou a aposentadoria, e o aumento na expectativa de vida. “O mercado percebeu que eles são experientes e buscam qualificação. Têm a receita ideal para um bom profissional”, afirma Ruda Ricci, que acredita na multiplicação das oportunidades de trabalho, nos próximos anos, para os cinqüentões. E não está só. Robert Critcheley, autor do livro Reavaliando sua carreira, também vê boas perspectivas. “Hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais.” É só encarar o desafio e saber que a idade mental é mais importante que a cronológica."

(ARRIEL, Silvânia - Revista Encontro. Abril/2003, p. 43)

O termo destacado está corretamente identificado entre parênteses em:

Comentário da questão – Interpretação de Pronomes e Coesão Textual

Tema central: Esta questão trata da interpretação textual focada em coesão referencial, ou seja, na identificação do referente de pronomes demonstrativos e pessoais, elemento essencial para a compreensão correta do texto na norma-padrão.

Justificativa da alternativa correta (A):
A alternativa correta é a letra A: “Abaixo disso eram consideradas inexperientes ...” (faixa dos 35 anos).
No contexto, “disso” retoma a expressão "faixa dos 35 anos", estabelecendo coesão anafórica (quando um termo refere-se a outro já citado). Segundo as gramáticas de referência (Cunha & Cintra; Bechara), a função principal dos pronomes demonstrativos é retomar, no discurso, algo já dito.
Exemplo relacionado: “Acima disso, eram vistos como inflexíveis.” A palavra “disso” recupera uma faixa etária mencionada antes.

Análise das alternativas incorretas:

B) “Essa ocupação...” (vida acadêmica): Erro! O pronome “essa” refere-se à ocupação da terceira idade nas universidades, não à “vida acadêmica”.
Dica: Sempre busque no trecho imediatamente anterior o termo retomado pelo pronome demonstrativo.

C) “O mercado percebeu que eles são experientes...” (universitários): Incorreta! O pronome pessoal “eles” refere-se aos cinqüentões, sessentões e setentões, não aos universitários em geral.

D) “Some-se a isso a mudança...” (abrir negócio próprio): Incorreta! “Isso” faz referência à ideia anterior sobre mudanças no mercado e qualificações, e não unicamente a “abrir negócio próprio”.
Pegadinha: Pronomes demonstrativos podem retomar conceitos amplos, não apenas termos isolados.

Estratégia para provas: Em questões de referência pronominal, sempre retorne ao trecho anterior ao uso do pronome para identificar o referente exato. Atenção especial a pronomes como “isso”, “esse”, “essa” que geralmente retomam ideias próximas no texto.

Autores de referência: Bechara, Cunha & Cintra e Rocha Lima destacam a coesão referencial como pilar interpretativo e fundamental para clareza textual.

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