Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e
as falsas ( F ), de acordo com o texto.
( ) Trata-se de um texto basicamente dialógico,
que reproduz a interação entre dois interlocutores, marcadamente assinalada pelo
uso alternado de pronomes de primeira e de
segunda pessoa.
( ) Na historiografia do livro, evidencia-se uma
relação tensa entre autor e leitor, que se
reflete em práticas sociais que ora privilegiam
a escrita, ora a leitura.
( ) O texto é construído em torno do seguinte
eixo argumentativo: as novas tecnologias são
nocivas, pois são responsáveis pelo fim do
livro impresso.
( ) O autor intercala diferentes vozes no texto, o
que reforça o efeito de veracidade produzido.
( ) O referente de maior proeminência no texto é
introduzido na forma de nome próprio, sendo
coesivamente retomado por diferentes estratégias, dentre as quais a pronominalização e o
uso de expressões nominais definidas.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
de cima para baixo.
Roger Chartier, o especialista em história da leitura
A história da cultura e dos livros tem uma longa tradição, mas só há pouco tempo ela ampliou seu âmbito
para compreender também a trajetória da leitura e da
escrita como práticas sociais. Um dos responsáveis por
isso é o francês Roger Chartier. “Ele fez uma revolução
ao demonstrar que é possível estudar a humanidade
pela evolução do escrito”, diz Mary Del Priore, sócia
honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
“Se a história cultural sempre foi baseada em dados
estatísticos ou sociológicos, Chartier a direcionou para
as significações sociais dos textos.” O historiador “escolheu concentrar-se nos estudos das práticas culturais,
sem postular a existência de uma ‘cultura’ geral”, diz
Mary Del Priore.
O pesquisador francês costuma combater a ideia do
material escrito como um objeto fixo, impossível de
ser modificado e alterado pelas pessoas que o utilizam
e interagem com ele. As novas tecnologias lhe dão
razão – a leitura na internet costuma ser descontínua
e fragmentária, e o leitor raramente percebe o sentido do todo e da contiguidade, que, por exemplo, o
simples manuseio de um jornal já gera. Essa diferença
fundamental, que torna a leitura dos livros mais profunda e duradoura, faz com que ele preveja a sobrevivência do formato impresso, apesar da disseminação
dos meios eletrônicos. “O trabalho que fazemos como
historiadores do livro é mostrar que o sentido de um
texto depende também da forma material como ele
se apresentou a seus leitores originais e por seu autor”,
diz Chartier. “Por meio dela, podemos compreender
como e por que foi editado, a maneira como foi manuseado, lido e interpretado por aqueles de seu tempo.”
O suporte, portanto, influencia o sentido do texto
construído pelo leitor.
Ele gosta de enfatizar duas outras mudanças importantes nos padrões predominantes de leitura. A primeira: feita em voz alta à frente de plateias, foi para
a silenciosa na Idade Média. A segunda: da leitura
intensiva para a extensiva, no século XVIII – quando
os hábitos de retorno sistemático às mesmas e poucas
obras escolhidas como essenciais foram substituídos
por uma relação mais informativa e ampla com o
material escrito.
FERRARI, M. Roger Chartier, o especialista em história da leitura.
[Adaptado] Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2529/roger-chatier-o-especialista-em-historia-da-leitura
Acesso em: 09/12/2017.
Roger Chartier, o especialista em história da leitura
A história da cultura e dos livros tem uma longa tradição, mas só há pouco tempo ela ampliou seu âmbito para compreender também a trajetória da leitura e da escrita como práticas sociais. Um dos responsáveis por isso é o francês Roger Chartier. “Ele fez uma revolução ao demonstrar que é possível estudar a humanidade pela evolução do escrito”, diz Mary Del Priore, sócia honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. “Se a história cultural sempre foi baseada em dados estatísticos ou sociológicos, Chartier a direcionou para as significações sociais dos textos.” O historiador “escolheu concentrar-se nos estudos das práticas culturais, sem postular a existência de uma ‘cultura’ geral”, diz Mary Del Priore.
O pesquisador francês costuma combater a ideia do material escrito como um objeto fixo, impossível de ser modificado e alterado pelas pessoas que o utilizam e interagem com ele. As novas tecnologias lhe dão razão – a leitura na internet costuma ser descontínua e fragmentária, e o leitor raramente percebe o sentido do todo e da contiguidade, que, por exemplo, o simples manuseio de um jornal já gera. Essa diferença fundamental, que torna a leitura dos livros mais profunda e duradoura, faz com que ele preveja a sobrevivência do formato impresso, apesar da disseminação dos meios eletrônicos. “O trabalho que fazemos como historiadores do livro é mostrar que o sentido de um texto depende também da forma material como ele se apresentou a seus leitores originais e por seu autor”, diz Chartier. “Por meio dela, podemos compreender como e por que foi editado, a maneira como foi manuseado, lido e interpretado por aqueles de seu tempo.” O suporte, portanto, influencia o sentido do texto construído pelo leitor.
Ele gosta de enfatizar duas outras mudanças importantes nos padrões predominantes de leitura. A primeira: feita em voz alta à frente de plateias, foi para a silenciosa na Idade Média. A segunda: da leitura intensiva para a extensiva, no século XVIII – quando os hábitos de retorno sistemático às mesmas e poucas obras escolhidas como essenciais foram substituídos por uma relação mais informativa e ampla com o material escrito.
FERRARI, M. Roger Chartier, o especialista em história da leitura.
[Adaptado] Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2529/roger-chatier-o-especialista-em-historia-da-leitura
Acesso em: 09/12/2017.