Em julho de 2015, foi fechado um acordo nuclear entre o
Irã e o grupo chamado "P5+1": Estados Unidos, China,
França, Reino Unido, Rússia e Alemanha. Entre os pontos
do acordo, constam a limitação, em 98%, dos estoques
de urânio enriquecido iraniano e o livre acesso de
inspetores internacionais ao programa nuclear de Teerã,
em troca do alívio das sanções internacionais impostas
àquele país do Oriente Médio. Esse acordo não deixou a
comunidade internacional indiferente, pois interfere nos
equilíbrios regionais de poder ilustrados no mapa a
seguir.
A respeito dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio,
assinale V para a afirmação verdadeira e F para a falsa.
( ) A Arábia Saudita considera que a suspensão das sanções
econômicas pode ocasionar o fortalecimento do Irã, o que
iria desafiar a hegemonia regional saudita e estimular seus
inimigos xiitas no Iraque e no Iêmen.
( ) O primeiro-ministro de Israel avalia esse acordo como
um "erro histórico", pois não acredita ele que irá resultar na
redução do poderio nuclear iraniano, o que constituiria uma
ameaça direta à sobrevivência do Estado judaico.
( ) Lideranças religiosas iranianas interpretam a suspensão
dos embargos econômicos como insuficiente, uma vez que
estimularia a OPEP a manter a proibição de comercialização
do petróleo iraniano no mercado internacional.
As afirmações são, respectivamente,
Gabarito comentado
Sobre os conflitos geopolíticos no Oriente Médio, vamos definir se as afirmativas são verdadeiras ou falsas:
(V). A Arábia Saudita, uma potência sunita na região, vê o Irã, uma potência xiita, como um rival direto pela hegemonia no Oriente Médio. O fortalecimento do Irã, especialmente com o alívio das sanções econômicas, é percebido como uma ameaça, pois pode aumentar a influência iraniana em países como o Iraque e o Iêmen, onde há significativas populações xiitas. Isso poderia, de fato, desafiar a liderança regional saudita.
(V). O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na época, foi um dos maiores críticos do acordo nuclear com o Irã. Ele afirmou que o acordo não impediria o Irã de desenvolver armas nucleares e que, em vez disso, poderia permitir que o Irã mantivesse a capacidade de enriquecimento de urânio, representando uma ameaça existencial a Israel. Por isso, Netanyahu se referiu ao acordo como um "erro histórico".
(F). As lideranças iranianas, em geral, viram a suspensão dos embargos econômicos como uma grande vitória, permitindo que o Irã voltasse a participar ativamente do comércio global de petróleo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não impôs qualquer proibição à comercialização do petróleo iraniano após o acordo; na verdade, o Irã voltou a aumentar sua produção e exportação de petróleo como resultado direto do alívio das sanções.
Gabarito – Letra B
Referência:
Tourinho, Marcos. "O acordo nuclear com o Irã: o papel e as contribuições das sanções internacionais." Política externa 24.1 (2015).