Leia atentamente o texto a seguir.

“Em 1887, o Marechal Hermes da Fonseca, um dos principais líderes do exército brasileiro, enviou um documento à Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, comunicando que os militares se recusariam, dali em diante, a perseguir escravos. Finalmente, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, Regente do Império na ausência do pai que se encontrava na Europa, assinou a Lei Áurea, libertando os escravos no Brasil.”

MOTA, Myriam Becho e BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Editora Moderna, 2005.

Sobre a vida dos ex-escravos após a abolição, assinale com V a afirmação verdadeira e com F, a falsa.

( ) Após a abolição, a vida dos negros sofreu muitas alterações, uma vez que houve planejamento para inseri-los na sociedade.

( ) Alguns ex-escravos plantavam pequenas roças de subsistência e tentavam sobreviver dessa atividade.

( ) Como o mercado de trabalho não conseguiu absorver o contingente de libertos, foi grande o número de desempregados e subempregados.

( ) As elites da época consideravam os recém-libertos preguiçosos, malandros e vadios, juízos de valor ainda hoje transmitidos aos seus descendentes, em certa medida.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:

Resposta correta: C (F, V, V, V)

Tema central: as consequências imediatas da Abolição (Lei n.º 3.353, de 13/05/1888). A questão exige distinguir entre libertação jurídica e políticas públicas de inserção social — ponto essencial em provas de História do Brasil.

Resumo teórico: a Lei Áurea aboliu a escravidão sem transferir terras, sem programas de trabalho ou educação massiva. Historicamente, houve ausência de planejamento estatal; muitos libertos retornaram à agricultura de subsistência, migraram para as cidades ou aceitaram empregos precarizados. As elites reforçaram estereótipos racistas, justificando exclusão social. (Ver: Lei n.º 3.353/1888; estudos de Emília Viotti da Costa e João José Reis).

Justificativa da sequência correta (C):

• 1ª afirmativa — Falsa: não houve planejamento estatal para inserção dos libertos; portanto, a ideia de políticas estruturadas é incorreta.
• 2ª afirmativa — Verdadeira: muitos ex-escravos cultivaram pequenas roças ou retomaram terras para subsistência, prática documentada em relatos e pesquisas.
• 3ª afirmativa — Verdadeira: o mercado de trabalho não absorveu todos os libertos; aumentaram desemprego e subemprego entre negros.
• 4ª afirmativa — Verdadeira: as elites propagavam juízos de valor racistas (preguiça, vagabundagem), explicando discriminação persistente.

Análise das alternativas incorretas:

• A (F, V, F, F): erra ao afirmar que a 3ª é falsa — na prática, houve desemprego/subemprego.
• B (V, F, V, F): erra ao tornar verdadeira a 1ª (houve planejamento) e falsa a 4ª (as elites não acreditavam nos estereótipos) — ambos incorretos.
• D (V, F, F, V): erra igualmente ao supor planejamento e negar o desemprego/subemprego.

Dica de prova: procure na frase palavras-chave como "planejamento" ou "inserção" — se faltar referência a políticas públicas efetivas, desconfiar de alternativas que afirmam existência de programas. Separe legislação (abolição legal) da prática social (inserção e preconceito).

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