A charge, de 1975, ironiza um momento de alterações nas disputas partidárias durante os governos militares de 1964 a 1985.

A organização partidária implantada por esses governos e a mudança nas disputas partidárias contextualizada na charge estão identificadas, respectivamente, em:

Desde a extinção do pluripartidarismo, com o AI nº 2, de 1965, ficou estabelecida a existência de dois partidos: o da situação, conhecido pela sigla de ARENA, e o da oposição, o MDB. A ARENA dominou o jogo político durante grande parte do regime militar. As mudanças começam a ser sentidas a partir das eleições estaduais de 1974, quando, contrariando as expectativas, houve vitória do MDB em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O partido praticamente dobrou seu número de representantes na Câmara de Deputados, enquanto a ARENA recuou. No Senado, o MDB garantiu 16 das 22 vagas disputadas. Além disso, no Sudeste e no Sul, a ARENA não ganhou em nenhum estado. A razão do crescimento da importância estratégica do partido de oposição deve-se a vários motivos: 1) a atuação de grupos renovadores dentro do MDB; 2) liberdade proporcionada pelo governo no processo eleitoral; 3) utilização do rádio e da televisão para propaganda; e 4) mudanças populacionais, pois o MDB era um partido essencialmente urbano, assim a urbanização crescente teria facilitado o crescimento eleitoral da oposição.