Questão 1730e08d-df
Prova:UEPB 2009
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

Como outras ditaduras contemporâneas, o Estado Novo varguista também tinha seu instrumento de difusão ideológica. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) impunha estrito controle sobre a vida cultural e a imprensa do país. Assinale a única alternativa INCORRETA.

A
Para criar o DIP, Vargas se inspirou no Ministério da Propaganda Alemã, que desde 1933 colocava os meios de comunicação de massa a serviço do governo nazista.
B
A função primordial do DIP era expor o projeto cultural, social, político e ideológico do regime. Era uma espécie de porta-voz do governo, que defendia as idéias consideradas estratégicas, a exemplo do projeto de ocupação da região central do Brasil.
C
O DIP propagava uma imagem positiva de uma nova ordem e para isso exigia a completa subordinação dos meios de comunicação – jornais, revistas, cinema e o rádio.
D
Mesmo preservando os interesses ideológicos do Estado, o DIP tratava o rádio como serviço de utilidade pública e dava às emissoras uma relativa liberdade, livrando-as de restrições e controles a que outros meios de comunicação precisavam submeter-se.
E
O DIP pautava sua atuação pela Constituição de 1937, exercendo censura prévia à imprensa, teatro, cinema e rádio para manter a ordem e a segurança pública.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D (é a única incorreta).

Tema central: o papel do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Estado Novo. Trata‑se de entender como um aparelho estatal autoritário controlou imprensa, rádio, cinema e atividades culturais para difundir a ideologia do regime.

Resumo teórico: criado em 1939 durante o Estado Novo, o DIP centralizou a produção e a circulação de informações, promovendo a imagem do governo e exercendo censura prévia sobre jornais, revistas, teatro, cinema e programas radiofônicos. Inspirou‑se em modelos europeus de propaganda de massas e alinhou meios culturais às metas políticas do regime (integração nacional, corporativismo, “ordem e progresso”). Fontes clássicas sobre o tema: obras de Boris Fausto e Thomas Skidmore e estudos sobre cultura e propaganda no Brasil republicano.

Por que D é incorreta: a alternativa afirma que o DIP dava às emissoras de rádio relativa liberdade, tratando‑as como serviço de utilidade pública e isentando‑as de controle. Isso contraria a realidade histórica: o rádio foi um dos principais instrumentos do DIP — rígida programação oficial, censura de conteúdo, contratos com emissoras, boletins e programas governamentais. Longe de liberdade, o rádio sofreu forte intervenção para garantir a mensagem do Estado Novo.

Análise das demais alternativas (por que são corretas):

A — correta: o DIP realmente se inspirou nos modelos europeus de propaganda (tanto italiana quanto alemã), que desde 1933 organizaram ministérios/departamentos para colocar meios de massa a serviço dos regimes autoritários.

B — correta: a função primordial era divulgar o projeto político e cultural do regime; o DIP promoveu iniciativas de integração e ocupação de regiões (ex.: campanhas para valorização do interior) como parte da ideologia oficial.

C — correta: o DIP buscava construir uma imagem positiva da nova ordem e exigia subordinação dos meios (jornais, cinema, rádio), impondo normas, censura e incentivos condicionados à cooperação.

E — correta: o DIP atuou no marco autoritário da Constituição de 1937 e aplicou censura prévia a várias manifestações culturais e à imprensa, sob a justificativa de ordem e segurança pública.

Dica de prova: em questões sobre aparelhos de propaganda, desconfie de alternativas que ofereçam liberdade ou exceções amplas para meios centrais (como o rádio) — regimes autoritários tendem a controlar rigorosamente os canais mais influentes. Palavras‑chave para atacar alternativas: “relativa liberdade”, “livrando‑as de restrições”, “isento”.

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