Questão 12fe5c49-ec
Prova:CÁSPER LÍBERO 2010
Disciplina:História
Assunto:República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, satiriza a atuação da grande mídia no período da ditadura militar no Brasil, indicando seu alinhamento ao regime. A respeito da atividade da imprensa no período em questão, é correto afirmar que:

A
Com a liberdade de imprensa garantida pela Constituição Federal de 1967, os veículos de comunicação desempenharam um papel importante na mobilização dos grupos que lutaram pela redemocratização do país.
B
O trabalho da imprensa era monitorado pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), criado por decreto após o golpe de 1964, mantendo-se em funcionamento somente os veículos de comunicação subordinados ao regime militar.
C
Os veículos de comunicação funcionaram sob liberdade vigiada até 1975, quando o governo de Ernesto Geisel, em resposta ao crescimento dos movimentos pródemocratização, criou instrumentos para o controle direto do trabalho da imprensa.
D
A partir de 1968, os meios de comunicação foram controlados diretamente pelo Estado, que passou a manter interventores atuando diretamente na redação dos principais jornais e emissoras de rádio e TV do país.
E
A partir do golpe de 1964, a imprensa foi submetida à censura, mais rigorosa depois de decretado o Ato Institucional nº 5 (1968) que, entre outras medidas, instituía a “proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política”.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: atuação da imprensa durante a ditadura militar (1964–1985), especialmente a censura e as medidas repressoras adotadas pelo regime, com destaque ao Ato Institucional nº 5 (AI-5) de 13/12/1968.

Resumo teórico: desde o golpe de 1964 a imprensa brasileira sofreu mecanismos de controle: vigilância por órgãos de segurança, censura prévia e restrições legais. Em 1968 o AI-5 intensificou a repressão — suspensão de garantias constitucionais, fechamento do Congresso e aumento da censura a jornais, rádios, TVs, teatro e música. A censura era exercida por setores militares e órgãos específicos, não por “liberdade garantida”.

Justificativa da alternativa E (certa): a alternativa afirma que a imprensa foi submetida à censura desde 1964 e que essa censura tornou-se mais rigorosa após o AI-5 (1968). Isso está em conformidade com a historiografia: houve censura prévia e ampliação do aparato repressivo com o AI-5, que proibiu manifestações políticas e ampliou poderes do Executivo.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. A Constituição de 1967 não significou garantia plena de liberdade de imprensa; o regime militar limitou liberdades na prática e muitos meios foram alinhados ao governo.

B — Incorreta. O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi órgão do Estado Novo (Vargas) e não criado após 1964; o controle pós-1964 foi feito por órgãos militares e censores específicos, além de serviços de informação.

C — Incorreta. Afirmar que a liberdade vigiada vigorou apenas até 1975 e que Geisel criou instrumentos de controle direto é impreciso: o AI-5 (1968) já havia endurecido a censura, e Geisel (1974–79) deu início a uma lenta abertura (distensão), não a um novo endurecimento em 1975.

D — Incorreta. Embora o Estado controlasse conteúdos e aplicasse censura prévia, a prática comum não foi a nomeação massiva de interventores em redações; o mecanismo central foi a censura e a pressão política, não necessariamente intervenção formal em todas as redações.

Dica de prova: busque palavras-chave (datas, AI‑5, censura prévia, DIP) e verifique coerência histórica: se uma alternativa contradiz datas ou atribui criação de órgãos ao período errado, tende a estar errada.

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