Questão 12be2cb4-d8
Prova:
Disciplina:
Assunto:
K. – relato de uma busca, de Bernardo Kucisnki, é um romance baseado na desaparição da irmã do autor nos anos da
Ditadura Militar no Brasil. No fragmento, o personagem K., após participar de uma cerimônia em homenagem a
desaparecidos políticos, observa nomes de avenidas e pontes. Sua reflexão a respeito dos nomes que lê nas placas
simboliza a
K. – relato de uma busca, de Bernardo Kucisnki, é um romance baseado na desaparição da irmã do autor nos anos da
Ditadura Militar no Brasil. No fragmento, o personagem K., após participar de uma cerimônia em homenagem a
desaparecidos políticos, observa nomes de avenidas e pontes. Sua reflexão a respeito dos nomes que lê nas placas
simboliza a
O loteamento ficava num fim de mundo, terrenos baratos para estimular a autoconstrução de modo a valorizar terras
do mesmo dono mais próximas ao centro, depois de os moradores conseguirem água, luz e ônibus. Ali, um projeto de
lei de um vereador de esquerda deu a cada rua o nome de um desaparecido político, quarenta e sete ruas, quarenta e
sete desaparecidos políticos.(...) Mas passou a prestar atenção nas placas e indicativos de ruas à medida que o micro‐ônibus percorria o caminho
de volta. (...)
(...) Percorreram algumas ruas com nomes que ele desconhecia. Depois para espanto de K., uma avenida General
Milton Tavares de Souza. Esse ele sabia muito bem quem foi: jamais esqueceria esse nome. O filho do farmacêutico
falara dele. Dom Paulo também. Foi quem criou o DOI‐CODI, para onde levaram o Herzog e o mataram.
(...) Centenas de pessoas passam por aqui todos os dias, jovens, crianças, e leem esse nome na placa, e podem pensar
que é um herói. Devem pensar isso. Agora ele entendia por que as placas com os nomes dos desaparecidos foram
postas num fim do mundo.
KUCINSKI, Bernardo. K. ‐ Relato de uma busca. São Paulo, Cosac Naify, 2014, p. 160‐165
O loteamento ficava num fim de mundo, terrenos baratos para estimular a autoconstrução de modo a valorizar terras
do mesmo dono mais próximas ao centro, depois de os moradores conseguirem água, luz e ônibus. Ali, um projeto de
lei de um vereador de esquerda deu a cada rua o nome de um desaparecido político, quarenta e sete ruas, quarenta e
sete desaparecidos políticos.
(...) Mas passou a prestar atenção nas placas e indicativos de ruas à medida que o micro‐ônibus percorria o caminho
de volta. (...)
(...) Percorreram algumas ruas com nomes que ele desconhecia. Depois para espanto de K., uma avenida General
Milton Tavares de Souza. Esse ele sabia muito bem quem foi: jamais esqueceria esse nome. O filho do farmacêutico
falara dele. Dom Paulo também. Foi quem criou o DOI‐CODI, para onde levaram o Herzog e o mataram.
(...) Centenas de pessoas passam por aqui todos os dias, jovens, crianças, e leem esse nome na placa, e podem pensar
que é um herói. Devem pensar isso. Agora ele entendia por que as placas com os nomes dos desaparecidos foram
postas num fim do mundo.
KUCINSKI, Bernardo. K. ‐ Relato de uma busca. São Paulo, Cosac Naify, 2014, p. 160‐165
A
denúncia de uma manipulação da memória histórica.
B
preservação da memória dos desaparecidos na ditadura militar
C
necessidade de tornar públicos os episódios ocorridos durante o regime.
D
universalização da experiência traumática.
E
incapacidade de recuperação do indivíduo após a experiência traumática.