Questão 11e98b68-6a
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Com base na leitura dos Textos 11 e 12, e considerando as características da obra de Aluísio
Azevedo, assinale a alternativa CORRETA.
Com base na leitura dos Textos 11 e 12, e considerando as características da obra de Aluísio
Azevedo, assinale a alternativa CORRETA.
Texto 11
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade
de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como
que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite
antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido
em terra alheia."
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1994. p. 35. Excertos
Texto 12
"E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando
aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma
quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e
esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti
mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a
cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em
torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade
de terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor
setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de
cantáridas que zumbiam em tomo da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
afrodisíaca. [...]"
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1994. p. 73. Excertos.
Texto 11
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia."
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1994. p. 35. Excertos
Texto 12
"E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando
aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma
quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e
esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti
mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a
cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em
torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade
de terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor
setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de
cantáridas que zumbiam em tomo da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
afrodisíaca. [...]"
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1994. p. 73. Excertos.
A
Em conformidade com a visão idealizada de mundo proposta pelas correntes do Simbolismo e do
Determinismo, as personagens do romance “O Cortiço” moldam-se ao meio e transformam-se na
relação de passividade com o espaço social.
B
No romance de Aluísio Azevedo, o Cortiço ganha vida e assume destaque como personagem
principal, tendo em vista o processo de personificação do espaço (Cortiço), em diversas
passagens da narrativa, como se nota no Texto 11.
C
O Texto 12 mostra que a visão de Jerônimo sobre Rita Baiana deve ser considerada
zoomorfismo, característica que consiste na desvalorização das personagens femininas e que
perpetua o machismo típico da sociedade representada na obra de Aluísio Azevedo.
D
A descrição de Rita Baiana (Texto 12) mostra elementos da cultura brasileira, resgatando-se
traços da primeira geração do Romantismo no Brasil, por meio da idealização feminina que exalta
a identidade nacional.
E
A obra “O Cortiço” evidencia como a mistura de diferentes raças e etnias, em um mesmo meio,
propicia a degradação humana, ressaltando-se que as personagens precisam se acomodar aos
papéis sociais determinados no Realismo brasileiro.