Questão 102f0fc7-36
Prova:UNESP 2010
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Entre as várias rebeliões ocorridas no período regencial, destacase a chamada Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835. O conflito

A
prosseguiu até a metade da década seguinte, quando o governo do Segundo Império aumentou os impostos de importação dos produtos bovinos argentinos e anistiou os revoltosos.
B
demonstra que as disputas comerciais entre Brasil e Argentina se iniciaram logo depois da independência e desde então se agravaram, até atingir a atual rivalidade entre os dois países.
C
permitiu a adoção de um regime federalista no Brasil, uma vez que as negociações entre o governo imperial e os rebeldes determinaram a autonomia política riograndense.
D
revela a impossibilidade de estabelecer relações políticas e diplomáticas na América Latina após a independência política e durante o período de formação dos estados nacionais.
E
impediu a continuação do período regencial e levou à aceitação de outra exigência dos participantes da revolta: a antecipação da maioridade do futuro imperador Pedro II.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: A

Tema central: trata-se da Guerra dos Farrapos (1835–1845), conflito regional no Rio Grande do Sul durante o Período Regencial e início do Segundo Reinado. É preciso conhecer cronologia, líderes (Bento Gonçalves, David Canabarro), a proclamação da República Rio-Grandense e a forma como o conflito foi encerrado — mediante anistia e acordos com o governo imperial.

Resumo teórico: a Guerra dos Farrapos começou em 1835 por motivações políticas (oposição ao governo regencial e elite estancieira) e econômicas (insatisfação com a política alfandegária que favorecia importações argentinas). Em 1836 proclamou-se a República Rio-Grandense; o conflito prolongou-se até 1845 quando se firmou a Paz de Ponche Verde, com anistia aos revoltosos e medidas que aliviavam pressões econômicas sobre a província.

Justificativa da alternativa A: A alternativa corresponde aos fatos essenciais: o conflito teve duração até a metade da década seguinte (terminou em 1845) e a solução incluiu anistia aos líderes farrapos. Além disso, o governo imperial adotou medidas protecionistas que visavam beneficiar os estancieiros gaúchos frente à concorrência de bovinos argentinos — posição que atenuou uma das causas econômicas da rebelião. Fontes úteis: Boris Fausto, História do Brasil; works sobre a Guerra dos Farrapos e a Paz de Ponche Verde (1845).

Análise das alternativas incorretas:

B — Incorreta: exagera ao transformar um conflito regional em causa única da “rivalidade atual” entre Brasil e Argentina. As relações bilaterais têm longa e complexa história; a questão reduz demais causas e cria teleologia anacrônica.

C — Incorreta: a rebelião não resultou na adoção de um regime federalista nacional. Embora os farrapos defendessem maior autonomia local, o Brasil manteve sistema unitário; acordos locais não significaram federalização da ordem política.

D — Incorreta: é falso que a guerra revele “impossibilidade” de relações políticas/diplomáticas. Ao contrário, a solução do conflito envolveu negociações e acordos entre atores provinciais e o governo imperial — sinal de que relações políticas eram possíveis e ocorrentes.

E — Incorreta: a antecipação da maioridade de D. Pedro II ocorreu em 1840 (Movimento da Maioridade) e não foi consequência direta da Guerra dos Farrapos; além disso, a guerra não “impediu a continuação do período regencial” no sentido afirmado pela alternativa.

Dica de prova: atente para sinais cronológicos (“metade da década seguinte”), palavras-chave (“anistia”, “autonomia”, “federalista”) e confunda autonomia local com mudança constitucional do regime. Cronologia e consequências concretas (anistia; Paz de Ponche Verde; medidas econômicas) ajudam a eliminar alternativas que generalizam ou anacronizam os fatos.

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