Questão 0e6ad9f8-99
Prova:USP 2019
Disciplina:Atualidades
Assunto:Política, Política Internacional

Dois eventos marcaram a diplomacia brasileira em relação ao Oriente Médio no início de 2019. Um deles foi o voto contra a resolução da ONU que pedia a desocupação militar das Colinas de Golã e sua devolução à Síria. Outro evento foi o anúncio de transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, mesmo não tendo sido levada adiante até setembro de 2019. Em relação a esses eventos, é correto afirmar que eles representam

A
I ‐ uma aproximação do Brasil em relação à posição dos EUA.
II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU.
B
I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição da Palestina e uma aproximação em relação ao conjunto de países árabes.
II ‐ uma potencial aproximação do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU.
C
I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição de Israel e uma aproximação em relação aos palestinos.
II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU.
D
I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição dos EUA.
II ‐ uma potencial aproximação do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU.
E
I ‐ uma aproximação do Brasil em relação à posição da Síria.
II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU.

Gabarito comentado

B
Bruno MendesMonitor do Qconcursos

Tema central: A questão trata da política externa brasileira em 2019 frente ao Oriente Médio, destacando atitudes em relação a Israel, EUA, ONU, Palestina, Colinas de Golã e Jerusalém.

Entenda o contexto: Em 2019, dois eventos importantes marcaram mudança na postura tradicional do Brasil: 1) voto contra a resolução da ONU sobre as Colinas de Golã, favorecendo Israel; 2) anúncio de transferência da embaixada para Jerusalém. Ambos coincidiram com a linha adotada pelos EUA, que havia recentemente reconhecido a soberania israelense sobre Golã e Jerusalém como capital de Israel. Já os demais países do Conselho de Segurança da ONU (Reino Unido, França, Rússia, China) mantêm posição oposta, defendendo negociações e condenando ocupações.

Justificativa da alternativa correta (A):

I - Aproximação com os EUA: Os EUA lideraram a diplomacia pró-Israel em ambas as questões. O Brasil, ao adotar posições alinhadas, aproximou-se dessas diretrizes, rompendo com seu histórico de neutralidade ou cautela.

II - Distanciamento da maioria no Conselho de Segurança: França, Reino Unido, Rússia e China (além de muitos membros temporários) defendem que Golã é território sírio ocupado e que Jerusalém deve ser decidida por acordo. Assim, o Brasil fica potencialmente isolado nesse fórum.

Análise das alternativas incorretas:

B) Erra ao falar em aproximação com o conjunto árabe (foi o contrário) e ao associar alinhamento à maioria do Conselho.
C) Troca atores: Brasil não se distanciou de Israel nem se aproximou dos palestinos.
D) Afirma equívoco: Brasil não se distanciou dos EUA, mas se aproximou.
E) Cita aproximação com a Síria, o oposto do que ocorreu (mostrou-se favorável a Israel).

Estratégias de interpretação: Observe palavras como "aproximação" e "distanciamento" e identifique para quem cada atitude política foi direcionada. Atenção a inversões de atores (Israel vs. Síria/Palestina, EUA vs. ONU), que confundem facilmente se não observarmos quem foi favorecido ou contrariado.

Resumo para a prova:
Brasil, em 2019, alinhou-se mais com os EUA (e Israel) e afastou-se do consenso da ONU sobre os grandes temas do Oriente Médio naquele momento.

Alternativa correta: A

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