Questão 0d7e38e3-99
Prova:
Disciplina:
Assunto:
O argumento de Benedito Nunes, em torno da natureza
artística da literatura, leva a considerar que a obra só assume
função transformadora se
O argumento de Benedito Nunes, em torno da natureza
artística da literatura, leva a considerar que a obra só assume
função transformadora se
TEXTOS PARA A QUESTÃO
Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata
referencialidade da linguagem corrente; poéticos, abolem,
“destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função
irrealizante da imaginação que os constrói. E prendem‐nos na
teia de sua linguagem, a que devemo poder de apelo estético que
nos enleia; seduz‐nos o mundo outro, irreal, neles configurado
(...). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando
retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela
experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita
redescobri‐lo, sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e
nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao
desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que
em nós provocou.
Benedito Nunes, “Ética e leitura”, de Crivo de Papel.
O que eu precisava era ler um romance fantástico, um
romance besta, em que os homens e as mulheres fossem
criações absurdas, não andassem magoando‐se, traindo‐se.
Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas
leituras já não me comovem.
Graciliano Ramos, Angústia.
Romance desagradável, abafado, ambiente sujo, povoado de
ratos, cheio de podridões, de lixo. Nenhuma concessão ao
gosto do público. Solilóquio doido, enervante.
Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere, em nota a respeito de seu livro
Angústia.
TEXTOS PARA A QUESTÃO
Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata
referencialidade da linguagem corrente; poéticos, abolem,
“destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função
irrealizante da imaginação que os constrói. E prendem‐nos na
teia de sua linguagem, a que devemo poder de apelo estético que
nos enleia; seduz‐nos o mundo outro, irreal, neles configurado
(...). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando
retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela
experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita
redescobri‐lo, sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e
nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao
desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que
em nós provocou.
Benedito Nunes, “Ética e leitura”, de Crivo de Papel.
O que eu precisava era ler um romance fantástico, um
romance besta, em que os homens e as mulheres fossem
criações absurdas, não andassem magoando‐se, traindo‐se.
Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas
leituras já não me comovem.
Graciliano Ramos, Angústia.
Romance desagradável, abafado, ambiente sujo, povoado de
ratos, cheio de podridões, de lixo. Nenhuma concessão ao
gosto do público. Solilóquio doido, enervante.
Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere, em nota a respeito de seu livro
Angústia.
A
estabelece um contraponto entre a fantasia e o mundo.
B
utiliza a linguagem para informar sobre o mundo.
C
instiga no leitor uma atitude reflexiva diante do mundo.
D
oferece ao leitor uma compensação anestesiante do mundo.
E
conduz o leitor a ignorar o mundo real.
Gabarito comentado
Isabel VegaMestra em Letras na UFRJ, Coordenadora e Professora Aposentada de Português do Colégio Pedro II-RJ