Questão 0bf01e40-e7
Prova:UEFS 2009
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

Com essa frase, Vargas finalizou a sua Carta Testamento, divulgada após a sua morte, o que

A
provocou grandes manifestações populares e contribuiu para evitar que ações golpistas ocorressem naquele momento histórico, devido à associação que a população fazia, culpando a elite e o capital estrangeiro pela morte do “Pai dos Pobres”.
B
levou ao fim do populismo com a morte de seu maior mentor e à vinculação definitiva do Brasil ao capital estrangeiro, nos governos seguintes, com o abandono de qualquer política de caráter social e de concessão à classe trabalhadora.
C
frustrou a população brasileira que, descrente nos políticos e nas instituições políticas, apoiou, através dos movimentos sociais e sindicais, a solução autoritária proposta pelos militares para retirar o país do caos econômico e da corrupção.
D
causou repercussões insignificantes para a sociedade, devido à crise política e ao envolvimento do governo em corrupção, além da tentativa de assassinato dos seus opositores, o que desgastou o governo, que ficou sem base de apoio.
E
demonstrou a vinculação do líder populista com o ideário socialista, sua aproximação com a União Soviética e o bloco comunista e o combate radical à penetração, em qualquer esfera, do capital estrangeiro no país.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: a questão aborda o impacto político e social da Carta Testamento de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954) e as reações populares imediatas. É necessário conhecer o contexto do Brasil na década de 1950: o retorno de Vargas à Presidência (1951–1954), o crescimento do movimento operário e as pressões da oposição jornalística e política.

Resumo teórico e contexto: Vargas liderou um projeto populista que ampliou direitos trabalhistas e criou identificação direta entre líder e massas urbanas e trabalhadoras. Sua crise final envolveu conflitos com setores conservadores, a imprensa (principalmente Carlos Lacerda) e setores militares. O suicídio e a Carta Testamento inflamaram emoções, mobilizando manifestações de luto e revolta contra a chamada “elite” e interesses estrangeiros — fortalecendo temporariamente a resistência popular às tentativas de intervenção golpista. Fontes úteis: Carta Testamento (texto primário), Boris Fausto — História do Brasil, e Thomas Skidmore — Politics in Brazil.

Justificativa da alternativa A: A Carta Testamento, com trechos como “Saio da vida para entrar na história”, provocou forte comoção e imediatas manifestações populares. A população, especialmente setores urbanos e sindicais, atribuíram a Vargas a figura do “Pai dos Pobres” e culparam adversários políticos e interesses estrangeiros, o que criou um ambiente hostil a golpes naquele momento imediato. Assim, a alternativa A descreve corretamente a repercussão direta e seu efeito político.

Por que as outras alternativas estão erradas:

B — Incorreta: o fim do populismo não ocorreu de imediato com a morte de Vargas; o legado trabalhista e as práticas clientelistas continuaram a influenciar a política brasileira nas décadas seguintes. Não houve abandono total de políticas sociais logo após 1954.

C — Incorreta: a população não apoiou majoritariamente uma solução militar autoritária naquele instante; as manifestações foram de defesa de Vargas e repúdio à oposição. A ditadura militar só viria em 1964, em contexto político diferente.

D — Incorreta: as repercussões não foram insignificantes; o suicídio teve grande impacto nacional e internacional, com mobilizações intensas e consequências políticas importantes.

E — Incorreta: a Carta Testamento e o posicionamento de Vargas não apontam vinculação ao ideário socialista ou a alinhamento com a União Soviética; o populismo varguista era nacionalista e estatizante em alguns setores, mas não comunista.

Dica de prova: identifique palavras-chave (por exemplo, “manifestação popular”, “vinculação ao bloco comunista”, “fim do populismo”) e confronte-as com o contexto histórico imediato — cuidado com alternativas que exageram consequências a longo prazo ou imputam alinhamentos ideológicos sem evidências.

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