Questão 03f74edb-de
Prova:CESMAC 2015
Disciplina:Filosofia
Assunto:Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos

A liberdade humana consiste na capacidade de

A
No fato de que a vontade humana nunca pode decidir-se, racionalmente, pelo mal, mas é sempre movida por uma realidade que se lhe apresenta, numa situação de escolha, como o bem maior.
B
Na possibilidade do homem poder seguir todos os ditames da vontade própria, conforme as circunstâncias..
C
Na possibilidade de o homem nunca se deixar limitar por entraves físicos ou éticos durante sua existência.
D
Na possibilidade de o homem poder criar sistemas de valores morais de acordo com suas conveniências.
E
Na possibilidade de cada homem poder conduzir seu próprio destino sem limitações internas ou externas.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a questão trata do conceito de liberdade humana entendido como capacidade da vontade. É frequente em provas de filosofia vincular liberdade à ação deliberada e à relação entre vontade, razão e bem.

Resumo teórico (breve): na tradição clássica (por exemplo, Tomás de Aquino), a vontade é ordenada ao bem: escolhemos aquilo que nos aparece como bem. Assim, liberdade não é arbitrariedade, mas a capacidade de escolher racionalmente entre opções, orientada pela percepção do bem. Fontes úteis: Summa Theologica (Tomás de Aquino) e entradas como "Free Will" na Stanford Encyclopedia of Philosophy.

Justificativa da alternativa A: A alternativa A expressa a ideia clássica de que a vontade, quando age racionalmente, tende ao bem percebido — não escolhe voluntariamente o mal como fim racional. Essa definição concorda com a concepção filosófica tradicional de liberdade moral: capacidade de deliberar e optar pelo bem, não simples liberdade ilimitada.

Análise das alternativas incorretas:

B — confunde liberdade com satisfazer todos os desejos conforme as circunstâncias; isso é licença, não liberdade racional (ignora a governança da razão sobre a vontade).

C — afirma uma liberdade absoluta sem limites físicos ou éticos — irreais e incompatíveis com a experiência humana e com a reflexão moral.

D — reduz a moral a criação arbitrária de valores conforme conveniência (relativismo extremo), o que não corresponde à noção filosófica clássica de liberdade ligada à razão e ao bem.

E — propõe ausência total de limitações internas ou externas; novamente, é uma visão utópica e equivocada: liberdade implica enfrentar limites e agir deliberadamente dentro deles.

Estratégia de prova: procure termos-chave — "vontade", "decidir", "bem" — e descarte alternativas que indiquem arbitrariedade, absoluto sem limites ou relativismo. Pergunte-se: a alternativa descreve escolha racional orientada ao bem (concepção filosófica clássica) ou confunde liberdade com licença?

Exemplo prático: escolher dizer a verdade apesar de vantagem imediata em mentir mostra liberdade quando a razão percebe o bem maior e a vontade se move nessa direção.

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