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UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Qual alternativa NÃO procede a respeito de Terras do sem fim, de Jorge Amado?

A
Na posse pelas terras para o plantio do cacau, o código que regula as relações de mandonismo dos coronéis é a lei do gatilho.
B
A narrativa da história das três irmãs prostitutas – Maria, Lúcia, Violeta – é intercalada à da morte e translado do pai defunto.
C
Ao descobrir a paixão da esposa Ester pelo advogado Virgílio, o Coronel Horácio assassina os dois amantes numa “pensão de luxo”, em Ilhéus.
D
Depois de ouvir a leitura da Bíblia, feita por Don’Ana, Sinhô Badaró ordena a invasão das matas de Sequeiro Grande, porque essa era a “vontade de Deus”.
E
O romance inicia com uma viagem de navio em cujos espaços delineiam-se os grupos que darão suporte à narrativa, marcada por “terras, dinheiro, cacau e morte”.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base na leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  
A
O tom paródico do texto ironiza a corrupção presente na atual política brasileira.
B
O texto ampara-se na relação existente entre literatura e realidade.
C
O “assalto do vampiro”, no texto, faz referência ao conto “O grande assalto”.
D
O “assalto do vampiro” remete ao escritor Dalton Trevisan, alcunhado, literariamente, de “O vampiro de Curitiba”.
E
De acordo com os versos finais de Manuel Bandeira, o “laboratório de erros” da política impede “a rota esperança”.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Barroco, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Assinale a alternativa INCORRETA, considerando os poemas originais de onde os versos foram extraídos.

Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  
A
“Começa o mundo enfim pela ignorância” faz parte do poema barroco “À instabilidade das cousas do mundo”, de Gregório de Matos Guerra.
B
A “febre” e o “delírio que te há de matar”, simbolicamente, estão associados ao erotismo presente nos versos românticos de Álvares de Azevedo.
C
“O metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei” são versos atribuídos ao árcade inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga.
D
O verso “ser das gentes o espectro execrado” integra a maldição do velho tupi ao seu filho, no poema indianista de Gonçalves Dias.
E
“Ouro nativo que na ganga impura” corresponde a uma figura metafórica para Língua Portuguesa, do poeta parnasiano Olavo Bilac.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Vestida de preto, de Mário de Andrade, o reencontro do narrador com a prima Maria, por quem este nutriu uma intensa paixão juvenil, é marcado por um sentimento descrito como:

A
“só tristeza, só vazio”.
B
“a sensação da vontade de Deus”
C
“nada de amores perigosos”.
D
“Maria estava comigo em nosso amor”.
E
“indiferença, frieza viva, quase antipatia”.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Terras do sem fim, quem é a personagem que, caracterizada pelo engrandecimento, aparece no romance através de histórias marcadas pela superstição, violência e desonestidade: venda da alma ao diabo, tocaia interesseira e mortes bárbaras: “cortara-lhe as orelhas, a língua, o nariz e os ovos”?

A
Coronel Horácio da Silveira.
B
Coronel Teodoro Martins.
C
Sinhô Badaró.
D
Juca Badaró.
E
Negro Damião.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa INCORRETA, tendo em vista as citações dos contos de Machado de Assis e o que se declara a respeito.

A
“Escuta, nem divinizar o dinheiro, nem também bani-lo; não vamos crer que ele dá tudo, mas reconheçamos que dá alguma coisa e até muita coisa”. Ponderação de Nóbrega a seu amigo, o conselheiro, em A desejada das gentes, a respeito dos bens de Quintília, dizendo-lhe que não era só a beleza dela que a fazia atraente.
B
“– Não sei o que dirá a sua fisiologia. A minha, que é de profano, crê que aquela moça tinha ao casamento uma aversão puramente física. Casou meio defunta, às portas do nada”. Reflexão do conselheiro a seu amigo, contando-lhe que se casara com Quintília estando ela à beira da morte, em A desejada das gentes.
C
“[...] entre eles havia alguma dissonância de caracteres, pouca ou nenhuma afinidade moral, e da parte da mulher com o marido uns modos que transcendiam o respeito e confinavam na resignação e no temor”. Percepção da personagem Garcia a respeito do casal Fortunato e Maria Luísa em A causa secreta.
D
“Essa lua-de-mel durou apenas um quarto de lua. Como das outras vezes, e mais depressa ainda, os velhos mestres retratados o fizeram sangrar de remorsos. Vexado e enfastiado, Pestana arremeteu contra aquela que o viera consolar tantas vezes, musa de olhos marotos e gestos arredondados, fácil e graciosa”. Atitudes do compositor Pestana, em Um homem célebre, para com Sinhazinha Mota, a mulher com quem se casara.
E
“Com o fim de a pôr ali [a multidão], pegou de um pau, concitou os ânimos [...] e deitou abaixo o rei; mas entrando no paço, vencedor e aclamado, viu que o trono só dava para uma pessoa, e cortou a dificuldade sentando-se em cima”. Ação da personagem chamada Bernardino, um tanoeiro demagogo, em O dicionário.
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UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no conto A nova Califórnia, de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.

A
Na descrição do Capitão Pelino, o narrador ironiza a literatura elitista, centrada na valorização da língua culta e das normas gramaticais.
B
Ao discorrer sobre a forma como Raimundo Flamel tratava as crianças, o narrador expõe mazelas do tecido social e racial brasileiro.
C
O erro do químico Flamel – semelhante ao do escritor francês Saint-Pierre, em relação aos escravos – foi desconsiderar o ambiente que o cercava.
D
Ao apontar o único crime registrado na pacífica cidade de Tubiacanga, o narrador ironiza os que se valem do poder na defesa dos próprios interesses.
E
Quando descobre o processo alquímico de fabricar ouro – a partir dos ossos das pessoas mortas – Raimundo Flamel é covardemente assassinado.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Aspectos linguísticos | Linguistic aspects, Vocabulário | Vocabulary, Interpretação de texto | Reading comprehension

Mark the CORRECT alternative.

O texto a seguir se refere a questão.


Challenges concerning multiculturalism in Canada

   The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice since its introduction in 1971. It was originally created as a policy based on the logic of ethnicity, modified to deal with racism and amended to include freedom of religion. In 1988 the Canadian Multiculturalism Act was passed. 

   Canada is considered a nation of immigrants such that cultural diversity is often presented as the essence of national identity. However, it is difficult to negotiate social and political policy when trying to speak for such a varied populace. Two very real challenges that Canada faces in regard to multiculturalism are the clash of cultures and the socioeconomic position of immigrants.

    An example of clash of cultures is the one between English and French-Canada. The province of Quebec has always asserted a distinct identity and an inclination towards separatism from the rest of the country. In 1995, there was a referendum in the province of Quebec concerning separation in which 49% of the voting population voted “yes” and 51% voted “no”. The clash between French and English-Canada is primarily a cultural clash with Quebec concerned with preserving its own history, language and values; fearing these things are apt to become lost within English-Canada. Since the referendum, tensions have cooled a bit and Canada’s national administration has increased their efforts to accommodate Quebec identity within a Canadian identity.

     Another challenge of multiculturalism is the socioeconomic position of immigrants. Diversity is supported by governmental policy but Canada is still a society where racist interactions and poor-bashing are severely detrimental to minorities (especially recent arrivals). There are many barriers to equal integration, especially in education, housing and employment. For example, in the workforce it is very difficult to get a job when the potential employer feels you are not speaking “proper” English or you do not have any Canadian work experience on your resumé. This often leads to overqualified people in full-time minimum wage positions with little or no benefits and no access, time or funds for language classes or other training programs. These sorts of circumstances lead to isolation, alienation, poverty and unsafe environments where a new immigrant does not feel safe to report or act against harassment or abuse.

Source: Adapted from http://globalcitizens.pbworks.com/w/page/9036226/Challenges%20Concerning%20Multiculturalism%20in%20Canada.


A
In “The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice”, the verb form indicates something that started in the past and continues in the present.
B
Comparing the use of verbs in “The province of Quebec has always asserted a distinct identity” and “Since the referendum, tensions have cooled a bit”, we can say that they both talk about something that happened at an unspecified time in the past.
C
The affixes in the words “ethnicity”, “isolation”, “unsafe” and “harassment” change verbs to nouns.
D
In the fragments “when trying to speak”, “there was a referendum […] concerning separation”, “education, housing and employment” and “concerned with preserving its own history”, the suffix - ing indicates gerund in all the cases
E
In “concerning separation” and “concerned with preserving”, the underlined words have different grammar functions and mean “about” and “interested (in)”, respectively.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

Assinale a alternativa que contém a ideia central do texto.

O texto a seguir se refere a questão.


Challenges concerning multiculturalism in Canada

   The official Canadian policy of multiculturalism has been updated twice since its introduction in 1971. It was originally created as a policy based on the logic of ethnicity, modified to deal with racism and amended to include freedom of religion. In 1988 the Canadian Multiculturalism Act was passed. 

   Canada is considered a nation of immigrants such that cultural diversity is often presented as the essence of national identity. However, it is difficult to negotiate social and political policy when trying to speak for such a varied populace. Two very real challenges that Canada faces in regard to multiculturalism are the clash of cultures and the socioeconomic position of immigrants.

    An example of clash of cultures is the one between English and French-Canada. The province of Quebec has always asserted a distinct identity and an inclination towards separatism from the rest of the country. In 1995, there was a referendum in the province of Quebec concerning separation in which 49% of the voting population voted “yes” and 51% voted “no”. The clash between French and English-Canada is primarily a cultural clash with Quebec concerned with preserving its own history, language and values; fearing these things are apt to become lost within English-Canada. Since the referendum, tensions have cooled a bit and Canada’s national administration has increased their efforts to accommodate Quebec identity within a Canadian identity.

     Another challenge of multiculturalism is the socioeconomic position of immigrants. Diversity is supported by governmental policy but Canada is still a society where racist interactions and poor-bashing are severely detrimental to minorities (especially recent arrivals). There are many barriers to equal integration, especially in education, housing and employment. For example, in the workforce it is very difficult to get a job when the potential employer feels you are not speaking “proper” English or you do not have any Canadian work experience on your resumé. This often leads to overqualified people in full-time minimum wage positions with little or no benefits and no access, time or funds for language classes or other training programs. These sorts of circumstances lead to isolation, alienation, poverty and unsafe environments where a new immigrant does not feel safe to report or act against harassment or abuse.

Source: Adapted from http://globalcitizens.pbworks.com/w/page/9036226/Challenges%20Concerning%20Multiculturalism%20in%20Canada.


A
O maior desafio do Canadá tem sido lidar com o anseio separatista da população da província de Quebec.
B
A diversidade linguística e cultural existente no Canadá impede que a política de multiculturalismo seja bem-sucedida.
C
O Canadá procura resolver conflitos étnicos, raciais e religiosos por meio de referendo ou de negociação com os diversos grupos sociais.
D
Apesar de o multiculturalismo constituir política oficial no Canadá, este país ainda enfrenta barreiras para a integração multicultural de forma equitativa.
E
As maiores barreiras com relação à integração das minorias para efetivação da política do multiculturalismo estão ligadas ao acesso à educação, moradia e ao emprego.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

O texto a seguir se refere à questão.

Fonte: https://garfield.com/comic/2016/05/22


De acordo com o texto, é CORRETO afirmar que

A
Garfield usa um aparelho de GPS, segue parcialmente as direções indicadas e mesmo assim chega ao destino.
B
Garfield, ao seguir as instruções do equipamento em mãos, entra pela porta destinada aos animais, cruza a sala de estar, vira à direita no corredor, segue por 20 jardas, vira à esquerda, continua por 11 pés e chega ao alvo, a geladeira.
C
o termo “Nirvana”, usado por Garfield, denota sua admiração pelo grupo de rock Nirvana, ou seja, traz à tona uma memória importante para ele.
D
Garfield, ao seguir as instruções do equipamento em mãos, passa pela porta de entrada destinada aos animais, cruza a sala de estar, vira à direita no corredor, segue por 20 jardas até aproximar-se de algo à esquerda, continua por 11 pés e chega ao alvo, a geladeira.
E
Garfield, ao seguir as instruções do equipamento em mãos, entra pela porta destinada aos animais, vira à direita na sala de estar, segue por aproximadamente 20 jardas pela esquerda, continua por aproximadamente 11 pés e chega à geladeira.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

No texto, o autor afirma que

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

A
o consumidor que compra o produto falsificado compraria o produto original, caso a réplica não fosse comercializada.
B
o consumidor que tem condições financeiras de comprar um produto original sente-se ofendido ao verificar que outras pessoas a sua volta desfilam com itens falsificados.
C
as pessoas que adquirem produtos falsificados nem sempre se importam com as questões relacionadas à qualidade e aos direitos da marca.
D
a compra de produtos falsificados nunca traz danos à saúde dos usuários ou prejuízo financeiro ao fabricante do produto original; todavia, é um crime a ser punido.
E
os consumidores que adquirem produtos falsificados sentem-se felizes, pois mesmo as falsificações têm qualidade.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension

De acordo com o texto, marque a alternativa que menciona produto(s) falsificado(s) que, ao ser(em) utilizado(s) pelo consumidor, não oferece(m) risco.

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

A
Brinquedos.
B
Óculos de sol.
C
Álcool, cigarro e medicamentos.
D
Um par de sapatos Louboutin.
E
Um perfume da Chanel.
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UNIOESTE 2016 - Inglês - Interpretação de texto | Reading comprehension, Tradução | Translation

Considerando o contexto, assinale a alternativa que melhor traduz o trecho “Every time a new haul of fake designer goods is seized...”.

O texto a seguir se refere a questão.

What's wrong with buying fake luxury goods?

By Bethan Bell, BBC News, 15 July 2016

Every time a new haul of fake designer goods is seized we're told that the people who buy them are ruining the reputation of brands, stealing revenue from companies, contributing to an unethical labour market and subsidising organised crime. But is this really the case?  

     A BBC investigation has found over the past two years, thousands of fake goods were seized from black markets across England.

    But is there any harm in nabbing a pair of "Louboutins" from a market, or a "Chanel" handbag from a chap selling them on a foreign beach? To the average punter it might sound a bit far-fetched that their cash goes straight to a drugs cartel or gun-runners.

   We're not talking about alcohol, tobacco or medications - buying such items clearly poses a health risk. The same can be said for toys which aren't up to safety standards, and sunglasses which don't have the recommended UV protection. Nor are we talking about people who genuinely believe the goods they buy are the real thing. 

    We're talking about those who are happy to get knock-off designer items for knock-down prices. The people who are well aware there may be issues about quality and copyright - but don't actually mind.

     After all, are the people who buy fakes for a tenner really depriving the companies that sell goods for hundreds or even thousands of pounds? A woman who makes an impulse buy in a market almost certainly wouldn't otherwise invest in the real deal, while the wealthy buyers of the genuine brand pride themselves on knowing the difference and having the official article.

Fonte: http://www.bbc.com/news/uk-england-36782724

A
Toda vez que uma nova carga de produtos de grife falsificados é apreendida...
B
Cada vez que um novo lote de bons produtos é produzido...
C
Toda vez que um novo lote de artigos destinados a designers de moda é produzido...
D
Toda vez que um novo roubo de produtos de grife é noticiado...
E
Cada vez que um novo cartel de designers é denunciado...
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UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, há diversas estratégias que contribuem para a reeducação do olhar das pessoas, com EXCEÇÃO de

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
as chamadas ações afirmativas.
B
a urgência de dar voz às minorias.
C
olhar a diferença como deficiência.
D
uso de termos politicamente corretos.
E
uso de recortes livres de preconceitos.
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UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, marque a alternativa INCORRETA.

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
Pode-se afirmar que parte da sociedade ainda entende a deficiência como doença.
B
O uso de expressões como portador e especial, no texto, são palavras tão ofensivas quanto nigger.
C
O uso da palavra Especial se constitui num eufemismo, ou seja, é uma expressão cujo objetivo é suavizar outra.
D
As pessoas com deficiência física ou intelectual são minorias, mas não deixam de se posicionar em relação às expressões que buscam defini-las, ao repelirem, por exemplo, o uso de portadoras.
E
O uso de expressões politicamente corretas busca minimizar as relações de preconceito entre a sociedade em geral e as pessoas portadoras de deficiências física ou intelectual.
58b2450a-af
UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, a escolha de uma palavra em detrimento de outras revela

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
que a língua, ao contrário do que se diz, pode ser tratada como uma ciência exata.
B
que o eufemismo sempre suaviza um traço negativo de alguém ou de alguma coisa.
C
o modo como os sujeitos se posicionam diante de algo ou alguém e enxergam o mundo.
D
que as palavras são neutras e, dessa forma, carregam uma espécie de recorte da realidade.
E
que um termo revela mais do objeto que é nomeado do que propriamente do sujeito que o usa.
58b9dcda-af
UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o recorte do texto abaixo e marque a alternativa CORRETA.

As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”.

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
O pronome ela se refere às pessoas portadoras de deficiência física ou intelectual.
B
A conjunção ou estabelece uma relação de alternativa entre física e intelectual.
C
A expressão politicamente correta é pejorativa.
D
O pronome aqueles, isoladamente, remete às pessoas com alguma deficiência física ou intelectual.
E
A flexão verbal pensam se refere apenas aos portadores de deficiência física.
58aed4d0-af
UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Marque a alternativa INCORRETA.

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
O texto pertence ao gênero opinativo e reflete sobre o peso valorativo das palavras para a designação, principalmente, de pessoas da raça negra e com necessidades especiais.
B
O texto mostra que há preocupação com a busca de formas politicamente corretas para se referir às pessoas da raça negra e às portadoras de alguma deficiência.
C
Segundo o texto, de forma geral, na escolha que as pessoas fazem das palavras, revela-se o modo como elas veem o mundo.
D
Pode-se afirmar que, de acordo com o texto, um vocabulário adequado é importante, mas mais importante do que isso é a forma de olhar para aqueles que são ‘diferentes’.
E
O texto é partidário e explicita um posicionamento político contrário às ações afirmativas.
58b5ab9c-af
UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, o vocabulário politicamente correto, em si mesmo, não é suficiente, ainda que possa ser bem intencionado. Sobre isso, NÃO se pode afirmar que

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
é preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro filtrado pelo déficit.
B
é preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro apenas como diferente.
C
é preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro não pelo sinal negativo.
D
é preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade.
E
é preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outro modo de estar no mundo.
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UNIOESTE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Qual dos pares abaixo, segundo o texto, NÃO indica modos opositivos de conceber o mundo?

PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

     Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
    Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
    Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
   Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras. Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral, quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao interlocutor permissão para dizer um palavrão. 

   POLITICAMENTE CORRETO
    Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo “afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo disseminado entre os falantes.
    Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
     As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de “portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
      Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para (pessoas) portadoras de deficiência].
1.   infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças) portadoras de malária].
    Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma doença.
   O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de “exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
   1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física [deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
   “Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade (excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez fosse mais adequado.
    “Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome). Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de acertar. 

UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE

     Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como diferente, se tanto.
    Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade. 

   “MALACABADO”
      Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do olhar das pessoas.
    Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
    Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta. Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê). Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
   Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30, trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).
(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).
A
Teimoso/Determinado.
B
Impeachment/Golpe.
C
Enfadonho/Meticuloso.
D
Golpe Militar/Revolução.
E
Politicamente Correto/Açoes afirmativas.