Questõesde UFPR 2016

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Foram encontradas 77 questões
34a8bc9c-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“E não gostavas de festa... / Ó velho, que festa grande / hoje te faria a gente”. Esses são os versos de abertura do poema “A Mesa”, parte integrante do livro Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Neles podem ser identificados alguns elementos do poema, entre os quais o destinatário, um patriarca, a quem o eu-lírico se dirige ao longo de centenas de versos. A respeito de “A Mesa” e de sua integração com outros poemas do mesmo livro, assinale a alternativa correta.

A
Numa festa de aniversário, o eu-lírico reapresenta ao velho pai as pessoas da família. Tristes e nostálgicas, elas vão se dando conta de que o pai não as reconhece. É o que se observa nos versos: “Aqui sentou-se o mais velho” e “Mais adiante vês aquele / que de ti herdou a dura / vontade, o duro estoicismo”.
B
Na festa preparada para o pai, o eu-lírico observa a conversa barulhenta em torno da comida e, inutilmente, tenta calar seus parentes, que trazem à mesa assuntos triviais, perturbando a solenidade do reencontro. É o que se observa na repetição do verso “(não convém lembrar agora)”.
C
Por meio dos versos “Como pode nossa festa / ser de um só que não de dois? / Os dois ora estais reunidos / numa aliança bem maior / que o simples elo da terra”, o eu-lírico se dirige à mãe, convidando-a para se sentar à cabeceira da mesa, provocando uma discussão entre o pai autoritário e a mãe submissa.
D
Na memória do eu-lírico, o pai se refere aos filhos cinquentões como se eles fossem meninos. Embora sugira discordar do pai, o eu-lírico reconhece as contradições da condição de filho adulto nos versos “e o desejo muito simples / de pedir à mãe que cosa, / mais do que nossa camisa, nossa alma frouxa, rasgada”.
E
O soneto “Encontro” faz referência a um pai, mas, como o pai está morto (“Está morto, que importa? / Inda madruga / e seu rosto, nem triste nem risonho, / é o rosto antigo, o mesmo. E não enxuga / suor algum, na calma de meu sonho”), o filho só o encontra em sonho e na imaginação, diferentemente de “A mesa”.
34a2ebaa-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

Sobre o livro de poesia Últimos Cantos, de Gonçalves Dias, considere as seguintes afirmativas:

1. A métrica em “I-Juca-Pirama” é variável e tem conexão com a progressão dos fatos narrados, o que permite dizer que o ritmo se ajusta às reviravoltas da narrativa.
2. “Leito de folhas verdes” e “Marabá” tematizam a miscigenação brasileira ao apresentarem dois casais inter-raciais.
3. A “Canção do Tamoyo” apresenta o relato de feitos heroicos específicos desse povo para exaltar a coragem humana.
4. O poema “Hagaar no deserto” recria um episódio bíblico e apresenta uma escrava escolhida por Deus para ser mãe de Ismael, o patriarca do povo árabe.

Assinale a alternativa correta. 

A
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
C
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
E
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
34953276-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

O autor inicia o texto dizendo que o leitor de seu livro não é evidente, porque o tema por ele tratado, o futebol, é abordado de maneira incomum. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:

1. Os apaixonados pelo futebol anseiam há muito por uma abordagem sociológica do esporte.
2. Pensar o futebol do ponto de vista intelectual é algo muito comum num país em que esse esporte é o mais apreciado, e é esse tratamento que predomina hoje em jornais e revistas.
3. O livro aborda o futebol do ponto de vista cultural, intelectual, distanciando-se do tratamento do senso comum que impera em jornais e revistas.
4. Viver e pensar o futebol são coisas diferentes e independentes, mas é possível uma abordagem intelectual que agrade os dois tipos de espectador.

Assinale a alternativa correta. 

Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá- los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”.
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...]
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) 
A
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
34a0292f-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

Considere o parágrafo abaixo, extraído do conto “D. Paula”, que integra a coletânea Várias Histórias, de Machado de Assis:

Já se entende que o outro Vasco, o antigo, também foi moço e amou. Amaram-se, fartaram-se um do outro, à sombra do casamento, durante alguns anos, e, como o vento que passa não guarda a palestra dos homens, não há meio de escrever aqui o que então se disse da aventura. A aventura acabou; foi uma sucessão de horas doces e amargas, de delícias, de lágrimas, de cóleras, de arroubos, drogas várias com que encheram a esta senhora a taça das paixões. D. Paula esgotou-a inteira e emborcou-a depois para não mais beber. A saciedade trouxe-lhe a abstinência, e com o tempo foi esta última fase que fez a opinião. Morreu-lhe o marido e foram vindo os anos. D. Paula era agora uma pessoa austera e pia, cheia de prestígio e consideração.

Sobre Várias Histórias, assinale a alternativa correta.

A
“D. Paula” e “Entre santos” distinguem-se tematicamente dos demais contos da coletânea por tratarem do adultério feminino, antecipando assim o tema do ciúme de maridos enganados, que apareceria no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
B
O encantamento de um adolescente por D. Severina (no conto “Uns braços”) e a história revelada pela sobrinha à tia (em “D. Paula”) perturbam essas mulheres, por acenderem nelas, respectivamente, o desejo e a lembrança de sua realização.
C
Nos contos “A Cartomante” e “D. Paula”, o narrador onisciente apresenta em detalhes os acontecimentos passados, dando a conhecer os fatos e o julgamento social sobre eles, permitindo que o leitor antecipe os desdobramentos da trama.
D
Os personagens Evaristo (do conto “Mariana”) e D. Paula (do conto homônimo) lembram-se de episódios antigos de suas vidas afetivas. Referindo-se a esses episódios, os contos trazem digressões moralizantes a respeito das virtudes do casamento no século XIX.
E
Nos contos desse livro, a moral cristã do século XIX impele as mulheres a viverem “à sombra do casamento”, isto é, distantes de aventuras extraconjugais, satisfeitas com a vida de prestígio e consideração que o matrimônio lhes assegura.
349d7854-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

A respeito da obra teatral Os dois ou o inglês maquinista, de Martins Pena, é correto afirmar:

A
Por ser um texto teatral, do qual a figura do narrador é ausente, não há espaço na sua estrutura formal para descrição de ambientes ou de personagens.
B
As ações das personagens são mostradas ou relatadas na peça, mas seus pensamentos não, de modo que o leitor ou o espectador ignora quais terão sido suas emoções e reflexões.
C
As inovações técnicas apresentadas pelo inglês são bem recebidas pelos personagens brasileiros, que não emitem sinais de desconfiança, por admiração ao estrangeiro.
D
Por tratar de um tema tecnológico, a peça não conta com personagens femininas, já que as mulheres estavam desinteressadas do universo produtivo no século XIX.
E
A ação se passa num momento em que o tráfico de escravos já não era permitido, mas ainda assim sua venda ilegal é praticada e discutida na peça.
349aa46a-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

A respeito dos romances Clara dos Anjos, de Lima Barreto, e Fogo Morto, de José Lins do Rego, assinale a alternativa correta.

A
Clara dos Anjos é um romance memorialístico, no qual os acontecimentos rememorados permitem compreender a origem da família da protagonista; Fogo Morto é um romance intimista que dá a conhecer a vida de um núcleo familiar aristocrático ao longo da década de 1930.
B
Os pontos de vista narrativos desses romances diferem um do outro, porque, em Clara dos Anjos, o narrador participa da trama como personagem, narrando acontecimentos de que participou, enquanto, em Fogo Morto, o narrador é onisciente, dedicando-se a investigar a alma dos personagens.
C
Nos dois romances, as mulheres pobres não recebem educação formal e são submetidas a uma rotina de violência familiar. Seu destino é o enlouquecimento, como acontece com Marta e Neném em Fogo Morto, ou a insubmissão, como acontece com Clara dos Anjos, que abandona a casa dos pais.
D
Nos dois romances, a cultura popular aparece representada pela música, que agrada a diferentes personagens: em Clara dos Anjos, a modinha aproxima Cassi Jones da família de Clara; em Fogo Morto, as histórias cantadas por José Passarinho ecoam o sofrimento dos personagens.
E
Nos dois romances, observa-se a geografia suburbana, com favelas construídas em torno da linha férrea, com aglomerados humanos miscigenados e também com o subemprego dos personagens, como o carteiro Joaquim dos Anjos e o seleiro José Amaro.
3497fbf9-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

“Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só”. Com isso, o autor reconhece que:

1. é desejável pensar o esporte por outro viés que não seja aquele permeado por admiração e paixão.
2. admitir o futebol na ordem do pensamento significa fazer do torcedor apaixonado uma pessoa capaz de refletir sobre seus pontos positivos e negativos.
3. há intelectuais que, mesmo não admitindo que possam haver abordagens intelectualizadas do futebol, são torcedores fervorosos.
4. o torcedor apaixonado é aquele que prefere pensar o futebol na sua expressão cultural e, portanto, é o que congrega as características de leitor preferencial do livro.

Assinale a alternativa correta. 

Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá- los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”.
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...]
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) 
A
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
34921eab-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

Em relação à organização do texto de Rafael Rodrigues Costa, considere as seguintes afirmativas:

1. O texto parte de uma tese que é endossada pelos entrevistados.
2. A opinião do autor prevalece na conclusão do texto.
3. O autor usa tanto discurso direto como indireto para relatar a opinião dos entrevistados.
4. O autor redimensiona a abordagem da questão expressa no título a partir da opinião dos entrevistados.

Assinale a alternativa correta.

Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpíadas?
Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de brasilidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Globo” dias antes da cerimônia.
Carnavalesca da escola de samba carioca São Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, “marca da nossa identidade cultural”. Teve menção a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval.
Entre as ausências, as expressões culturais do Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o país todo, por que ficamos de fora?
Para a antropóloga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expressões culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas não estão presentes nem em nossas próprias festas? “Essa questão da representação de identidades regionais se dá a partir da construção da identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe perguntar até que ponto nossas representações da cultura popular têm expressividade entre nós mesmos para que alcancem uma representatividade nacional”, questiona.
Patrícia Martins, antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de “brasilidade” representada na cerimônia de encerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos tem ligações com uma identidade brasileira que vem sendo construída desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiçara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabemos que existe isso em nossa região”.
Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representações regionais é uma “briga simbólica” já bem conhecida – principalmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nação”, diz. “Como é um país com regiões que se formaram antes da nação, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no país. Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é para se mostrar para o exterior, a briga é compreensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representação, dada a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um fator surpreendente. “É uma novidade, que merece estudos daqui para a frente”, diz. (Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.) 
A
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
34899fa6-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos, Colocação Pronominal, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Morfologia - Pronomes

Vieira é um homem do século XVII. É possível detectar, no texto de Vieira, características da língua portuguesa que divergem de seu uso contemporâneo. Pensando nessa diferença entre o português atual e o português usado por Vieira, considere as seguintes afirmativas:

1. Diferentemente de hoje, o pronome pessoal oblíquo átono antecedia a negação.
2. O “porque” é empregado no texto como conjunção explicativa e sua grafia é a mesma usada atualmente.
3. A conjunção “ou” tem no texto um uso que não é o de alternância.

Assinale a alternativa correta.

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
(Antônio Vieira, Sermão de Santo Antônio, em: .)
A
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
B
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
C
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
34870a98-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

O texto trabalha fundamentalmente com duas metáforas: o sal e a terra, que representam, respectivamente, os pregadores (aqueles que deveriam propagar a palavra de Cristo) e os ouvintes (aqueles que deveriam ser convertidos). O tema central do texto é a reflexão sobre as possíveis causas da ineficiência dos pregadores. Para tanto, o autor levanta algumas hipóteses. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:

1. Os pregadores não pregam o que deveriam pregar.
2. Os ouvintes se recusam a aceitar o que os pregadores pregam.
3. Os pregadores não agem de acordo com os valores que pregam.
4. Os ouvintes agem como os pregadores em vez de agir de acordo com o que eles pregam.
5. Os pregadores promovem a si mesmos na pregação ao invés de promover as palavras de Cristo.

Constituem hipóteses levantadas pelo autor do texto: 

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
(Antônio Vieira, Sermão de Santo Antônio, em: .)
A
1 e 3 apenas.
B
3 e 5 apenas.
C
1, 2 e 4 apenas.
D
2, 4 e 5 apenas.
E
1, 2, 3, 4 e 5.
34846b1d-3b
UFPR 2016 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Ortografia, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paraxítonas, Oxítonas e Hiatos, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)

As duas estrofes a seguir iniciam o poema Y-Juca-Pyrama de Gonçalves Dias, publicado em 1851.

No meio das tabas de amenos verdores
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteião-se os tectos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos animos fortes,
Temiveis na guerra, que em densas cohortes
Assombrão das matas a imensa extensão

São rudes, severos, sedentos de gloria,
Já prelios incitão, já cantão victoria,
Já meigos attendem a voz do cantor:
São todos tymbiras, guerreiros valentes!
Seu nome la vôa na bocca das gentes,
Condão de prodigios, de gloria e terror!
Últimos Cantos, Gonçalves Dias


Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras. Constatamos, sem dificuldades, que a ortografia da época era, em muitos aspectos, diferente da que usamos atualmente. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas:

1. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram acentuadas naquela época, diferentemente de hoje.
2. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do presente do indicativo, com a mesma terminação.
3. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indicativo se diferencia graficamente da forma atual.
4. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia contemporânea.

Assinale a alternativa correta. 

A
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
34818a66-3b
UFPR 2016 - Português - Preposições, Morfologia

Considere a estrutura “daquela em que estamos imersos” (linha 2 do 1º parágrafo) e compare-a com as seguintes:

1. o espaço ___ que moramos ...
2. a organização ____ que confiamos ...
3. a cidade ___ que almejamos ...
4. os problemas ____ que constatamos nos relatórios...

Tendo em vista as normas da língua culta, a preposição “em” deveria preencher a lacuna em:

A épica narrativa de nosso caminho até aqui
Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.
Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.
A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.
Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]
(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – n o 168, junho 2016.)
A
1 apenas.
B
1 e 2 apenas.
C
2 e 3 apenas.
D
1, 3 e 4 apenas.
E
2, 3 e 4 apenas.
347ea2fa-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ser “quase um ponto fora da curva” significa: 

A épica narrativa de nosso caminho até aqui
Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.
Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.
A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.
Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]
(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – n o 168, junho 2016.)
A
ser rochoso.
B
ser gasoso.
C
levar poucos dias para completar a órbita.
D
orbitar em torno de uma estrela diferente do Sol.
E
estar em um estágio pouco avançado de conhecimento de sistemas planetários.
348f5626-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

O último entrevistado, Tau Golin, faz alusão a uma “briga simbólica”, que poderia ser resumida da seguinte maneira: 

Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpíadas?
Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de brasilidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Globo” dias antes da cerimônia.
Carnavalesca da escola de samba carioca São Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, “marca da nossa identidade cultural”. Teve menção a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval.
Entre as ausências, as expressões culturais do Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o país todo, por que ficamos de fora?
Para a antropóloga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expressões culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas não estão presentes nem em nossas próprias festas? “Essa questão da representação de identidades regionais se dá a partir da construção da identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe perguntar até que ponto nossas representações da cultura popular têm expressividade entre nós mesmos para que alcancem uma representatividade nacional”, questiona.
Patrícia Martins, antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de “brasilidade” representada na cerimônia de encerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos tem ligações com uma identidade brasileira que vem sendo construída desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiçara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabemos que existe isso em nossa região”.
Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representações regionais é uma “briga simbólica” já bem conhecida – principalmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nação”, diz. “Como é um país com regiões que se formaram antes da nação, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no país. Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é para se mostrar para o exterior, a briga é compreensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representação, dada a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um fator surpreendente. “É uma novidade, que merece estudos daqui para a frente”, diz. (Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.) 
A
O restante do Brasil nunca considerou o patrimônio cultural do Sul, por considerá-lo oriundo da cultura europeia.
B
As manifestações artísticas do Sul são uma novidade em termos de identidade cultural e, para serem representativas, precisam ser estudadas daqui para a frente.
C
A característica mais arredia do povo sulista impossibilita uma participação harmônica da região nesse tipo de apresentação.
D
A escolha de que manifestações culturais serão consideradas representativas da brasilidade depende de quem está no poder.
E
O Sul, em especial o Rio Grande do Sul, sempre se mostrou resistente aos elementos culturais vistos como representativos da brasilidade.
348c61d5-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

O texto tematiza a ausência de manifestações culturais da região Sul na festa de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As duas antropólogas entrevistadas compartilham uma mesma opinião sobre a questão levantada. Assinale a alternativa que apresenta essa opinião.

Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpíadas?
Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de brasilidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Globo” dias antes da cerimônia.
Carnavalesca da escola de samba carioca São Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, “marca da nossa identidade cultural”. Teve menção a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval.
Entre as ausências, as expressões culturais do Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o país todo, por que ficamos de fora?
Para a antropóloga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expressões culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas não estão presentes nem em nossas próprias festas? “Essa questão da representação de identidades regionais se dá a partir da construção da identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe perguntar até que ponto nossas representações da cultura popular têm expressividade entre nós mesmos para que alcancem uma representatividade nacional”, questiona.
Patrícia Martins, antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de “brasilidade” representada na cerimônia de encerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos tem ligações com uma identidade brasileira que vem sendo construída desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiçara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabemos que existe isso em nossa região”.
Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representações regionais é uma “briga simbólica” já bem conhecida – principalmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nação”, diz. “Como é um país com regiões que se formaram antes da nação, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no país. Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é para se mostrar para o exterior, a briga é compreensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representação, dada a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um fator surpreendente. “É uma novidade, que merece estudos daqui para a frente”, diz. (Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.) 
A
Houve um boicote dos organizadores para deixar o Sul de fora, dada a sua cultura mais europeia.
B
O Sul não apresenta manifestações típicas dignas de apresentação numa festa de impacto internacional.
C
O restante do país não identifica a região Sul como detentora do sentimento de brasilidade.
D
Embora o Sul tenha manifestações culturais importantes, elas não são representativas nem na própria região.
E
O Sul tem muita coisa a mostrar, mas os estrangeiros só têm olhos para o carnaval.
347bbaad-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

- Na 3ª linha do terceiro parágrafo, “Isso” se refere:

A épica narrativa de nosso caminho até aqui
Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.
Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.
A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.
Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]
(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – n o 168, junho 2016.)
A
ao florescimento da busca de planetas extrassolares.
B
a gigantes feitos de gás, alguns chegando a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter.
C
à formulação de novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua configuração atual.
D
à constatação de que somos quase um ponto fora da curva.
E
ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários.
347853f3-3b
UFPR 2016 - Português - Interpretação de Textos

O autor inicia o texto falando de nosso estranhamento quando conhecemos outros países, com seus usos e costumes. Ao fazer isso, sua intenção é:

A épica narrativa de nosso caminho até aqui
Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.
Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.
A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.
Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]
(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – n o 168, junho 2016.)
A
contrapor as características inusitadas de nosso sistema solar com os costumes diferentes de outros países.
B
chamar a atenção para o fato de que as coisas funcionam em cada lugar de um jeito.
C
alertar para que os turistas percebam que os usos e costumes de nosso país são muito diferentes dos de outros países.
D
fazer uma analogia com o comportamento científico que devemos ter para compreendermos o surgimento da Terra.
E
mostrar que o sistema solar tem planetas diferentes: alguns de formação rochosa e outros de formação gasosa.