Questõesde UEA 2019

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Foram encontradas 184 questões
457a53c9-d8
UEA 2019 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Qual é, perguntei, a origem do pensamento racional no Ocidente? Em primeiro lugar, constitui-se um domínio de pensamento exterior e estranho à religião. Os físicos das cidades gregas da Jônia na Ásia Menor explicam a origem do cosmos e dos fenômenos naturais de maneira positiva e profana.

(Jean-Pierre Vernant. Les origines de la pensée grecque, 1995. Adaptado.)

O autor refere-se ao início da filosofia grega, no século VI a.C., acentuando a sua

A
definição da filosofia como saber logicamente irrefutável.
B
oposição aos governos das cidades-estados.
C
irrelevância cultural nos regimes democráticos das cidades gregas.
D
concepção de uma causa produtora material para o mundo.
E
demonstração racional da inexistência dos deuses do Olimpo.
4574b194-d8
UEA 2019 - Geografia - Amazônia

Parceiros comerciais do Brasil no exterior, principalmente os compradores de commodities produzidas na Amazônia, andam preocupados em evitar o que chamam de “desmatamento importado”, e têm exigido cada vez mais garantias de que os bens que compram são produzidos em conformidade com normas de respeito ao meio ambiente.
(Bernardo Esteves. “O meio ambiente como estorvo”.
Revista Piauí, junho de 2019.)

A concepção de “desmatamento importado”

A
é um obstáculo à expansão de regimes nacionalistas ditatoriais no mundo.
B
privilegia a qualidade de vida em prejuízo da produção de riqueza.
C
favorece o domínio político das potências mundiais sobre nações em desenvolvimento.
D
impede o crescimento econômico dos países do Terceiro Mundo.
E
estende às economias globais a responsabilidade sobre mudanças planetárias.
457047bb-d8
UEA 2019 - Geografia - Amazônia

A respeito da crise da economia gumífera, pode-se afirmar que a extração do látex na Amazônia

A
foi penalizada pela distância entre locais de produção e mercados consumidores.
B
entrou em decadência acentuada com o surgimento de gomas sintéticas.
C
perdeu mercados compradores com a Primeira Grande Guerra Mundial.
D
sofreu a concorrência da organização de centros produtores da Ásia.
E
escasseou paulatinamente com a diminuição das árvores produtoras na floresta.
455f6fbb-d8
UEA 2019 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

Da ilha amazônica de Marajó ao interior do Piauí, os padres da Companhia possuíam extensas fazendas de gado e de cavalos. No Amazonas, as flotilhas de canoas dos jesuítas aportavam todos os anos em Belém com invejáveis quantidades de cacau, cravo-da-índia, canela e salsaparrilha, cultivados às margens dos principais afluentes do grande rio. A Companhia possuía direitos e privilégios que incluíam a total isenção em Portugal e no Brasil de taxas alfandegárias para todos os seus produtos.

(Daniel Alden. “O período final do Brasil colônia: 1750-1808”.
In: Leslie Bethell (org.) História da América Latina:
A América Latina Colonial, vol. II, 1999. Adaptado.)


O Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, expulsou a Companhia de Jesus de Portugal e do Brasil em 1759. A sua decisão visou, entre outros objetivos,

A
favorecer a escravização dos indígenas das missões religiosas e combater o contrabando das drogas do sertão.
B
diversificar as atividades econômicas no Império e suspender o monopólio comercial da Metrópole sobre as especiarias exportadas.
C
consolidar as fronteiras com os territórios espanhóis nas regiões de floresta e isolar internamente os aliados dos reis católicos de Castela.
D
afastar uma instituição relativamente independente dentro do Estado e incorporar as riquezas da Ordem em período de dificuldades financeiras.
E
aproximar-se das nações protestantes economicamente desenvolvidas e abolir a influência religiosa nos assuntos políticos.
4567827c-d8
UEA 2019 - Geografia - Agricultura brasileira, Agropecuária

O excerto descreve

Leia um excerto do livro Marco zero I: A revolução melancólica, escrito por Oswald de Andrade e publicado em primeira edição em 1943, para responder à questão:

    […] logo os horizontes [ficaram] penteados de cafezais. Pelos carreadores passava a condução mecânica, tratores, Fordes, caminhões. Enchiam-se os secadores, as tulhas debordavam. A máquina de beneficiar café socava de barulho a sede. A eletrificação havia animado o deserto. […] Toda essa aventura perecera no desastre mundial de 1929. […] O crédito cessara. Cessara a defesa artificial do produto, mantida pelos exploradores da City.

(Oswald de Andrade. Marco zero I: A revolução melancólica, 1978.)
A
o esgotamento da fertilidade da terra roxa com a exploração agrícola em moldes tradicionais.
B
o vínculo entre a consolidação da República oligárquica e o início da economia brasileira de exportação.
C
a incompatibilidade entre o sistema econômico monocultor e a mecanização produtiva.
D
o deslocamento do eixo econômico do país com a crise da indústria açucareira nordestina.
E
a dinâmica modernizadora da produção agrícola de exportação em grande escala.
456c4e5f-d8
UEA 2019 - Geografia - Agricultura brasileira, Agropecuária

A “aventura pereceu” devido

Leia um excerto do livro Marco zero I: A revolução melancólica, escrito por Oswald de Andrade e publicado em primeira edição em 1943, para responder à questão:

    […] logo os horizontes [ficaram] penteados de cafezais. Pelos carreadores passava a condução mecânica, tratores, Fordes, caminhões. Enchiam-se os secadores, as tulhas debordavam. A máquina de beneficiar café socava de barulho a sede. A eletrificação havia animado o deserto. […] Toda essa aventura perecera no desastre mundial de 1929. […] O crédito cessara. Cessara a defesa artificial do produto, mantida pelos exploradores da City.

(Oswald de Andrade. Marco zero I: A revolução melancólica, 1978.)
A
aos vínculos estreitos da atividade com a economia internacional.
B
à mudança de hábitos alimentares nos países compradores.
C
ao predomínio de mercadorias manufaturadas no comércio exterior do país.
D
ao desinteresse governamental com a economia cafeeira.
E
à desorganização da economia capitalista com a eclosão da Guerra Mundial.
45567123-d8
UEA 2019 - História - História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos, Ocupação de novos territórios: Colonialismo

Njinga dizia que não queria a paz com os portugueses porque os portugueses haviam aprisionado sua irmã e não queriam libertá-la. O padre Serafim de Cortona escreveu, então, para o governador português de Angola, pedindo- -lhe que libertasse a irmã de Njinga, com o que faria grande serviço a Deus e ao rei, com a introdução “da nossa santa fé naquelas partes”. A favor da devolução, disse ainda que assim acabaria a já longa guerra e se abriria o “comércio ao resgate dos negros”.

(Marina de Mello e Souza. Além do visível: Poder, Catolicismo e Comércio
no Congo e em Angola (Séculos XVI e XVII), 2018. Adaptado.)

O episódio é relatado pelo padre Serafim de Cortona em um documento escrito em 1658 sobre Njinga, rainha de territórios do interior da África. Para o sacerdote,

A
o fim da exploração do trabalho escravo dependia da conversão dos nativos ao cristianismo.
B
os povos do continente africano viviam em paz política antes da chegada dos colonizadores.
C
as decisões políticas dos colonizadores prejudicavam o crescimento econômico das tribos africanas.
D
as populações de religiões fetichistas resistiam com destemor às invasões europeias.
E
os diversos interesses religiosos, políticos e econômicos dos colonizadores eram complementares.
455b8e1a-d8
UEA 2019 - História - História Geral, Ocupação de novos territórios: Colonialismo, Mercantilismo e a economia de Estados

Barcos norte-americanos levavam produtos coloniais a ilhas Britânicas, a outros centros europeus e às Antilhas, sobretudo tabaco, artigos navais e madeira. Em troca, importavam da Inglaterra os manufaturados.

(Philip Jenkins. Breve historia de Estados Unidos, 2017. Adaptado.)

O excerto descreve as relações comerciais no Império Britânico em meados do século XVIII, referindo-se

A
à inexistência de domínio colonial inglês sobre as colônias anglo-saxãs do continente americano.
B
à participação de destaque das colônias nos intensos movimentos comerciais atlânticos.
C
ao surgimento de interesses comuns entre os grupos economicamente dominantes nas colônias da América.
D
à oposição dos comerciantes da colônia aos impostos arrecadados pela Coroa da Inglaterra.
E
aos processos gradativos de industrialização das economias das colônias na Nova Inglaterra.
455224f4-d8
UEA 2019 - História - História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Com a instalação de uma nova classe dominante, originada dos bárbaros ou, com mais frequência, da fusão entre populações romanas antigas e populações bárbaras estabelecidas no território do antigo Império Romano, aparece uma forma de poder cujas origens são germânicas e que se denomina a banalidade, o direito de banalidade. É um direito de comando bastante geral, que inclui direitos de justiça, mas, sobretudo, direitos econômicos.

(Jacques Le Goff. Por amor às cidades, 1998.)

O direito de banalidade derivava

A
das relações pessoais de mando e de exploração social típicas do sistema feudal da Idade Média Ocidental.
B
das transformações da sociedade rural europeia e da economia de consumo imediato para uma produção para mercado.
C
da associação de povos invasores com o Imperador romano e da complexa burocracia imperial com os chefes militares.
D
da sobrevivência das cidades comerciais no Império Romano do Ocidente e da arrecadação de impostos na forma de moedas.
E
da prestação de serviço militar da nobreza à Igreja romana e de auxílios financeiros do Alto Clero aos cavaleiros medievais.
3e531d5e-d8
UEA 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva. A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão:

Juno e Flora e outras divindades mitológicas


    O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)

1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
é atendida.
B
atendera.
C
atendeu.
D
atendemos.
E
foi atendida.
3e43a162-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    sso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999)

A
“Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
B
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
C
“Mas no século XX o romance eclipsou a poesia” (1º parágrafo)
D
“muitas vezes isso é exigido” (1º parágrafo)
E
“os contos tornaram-se o núcleo do currículo” (1º parágrafo)
3e47ef82-d8
UEA 2019 - Português - Advérbios, Morfologia

Advérbio é uma palavra invariável que pode modificar o sentido de um verbo, de um adjetivo, de outro advérbio ou de uma oração inteira.

Um advérbio que modifica o sentido de um adjetivo ocorre em:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    sso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999)

A
“próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário” (1º parágrafo)
B
“As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa” (2º parágrafo)
C
“literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
D
“sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c” (2º parágrafo)
E
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
3e4df2f3-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Galvez, Imperador do Acre

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão:

Juno e Flora e outras divindades mitológicas


    O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)

1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
idealiza o passado da conquista do espaço amazônico.
B
desmistifica as aventuras e os aventureiros da Amazônia.
C
faz uma reconstituição objetiva do passado histórico da Amazônia.
D
constrói um mito fundador para o povo amazônico, apoiado na miscigenação de brancos e índios.
E
retrata os aventureiros amazônicos como homens especiais, desinteressados da vida mundana.
3e3fab1c-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos motivos apontados pelo texto para a prevalência do romance sobre a poesia a partir do século XX é:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    sso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999)

A
o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
B
os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
C
a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
D
a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
E
a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
3e30bd2f-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do segundo parágrafo consiste em que

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:


    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)

A
é conveniente controlar o desejo com ações enérgicas antes que ele se instale definitivamente no amador e o machuque.
B
é sensato permitir que o desejo flua e se expresse, a fim de que os sentimentos se amenizem sem produzir danos.
C
é prudente cuidar do desejo como se ele fosse uma criança, alimentando-o e protegendo-o incondicionalmente.
D
é preciso ser estrategista a fim de que o desejo se mantenha sempre intenso e imprevisível.
E
é importante ter em mente que o desejo crescerá e machucará a pessoa que deseja, não importa o que ela faça.
3e344408-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No romance A moreninha, o personagem Augusto é um jovem

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:


    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)

A
romântico, que não se relaciona com nenhuma mulher por fidelidade a uma promessa que havia feito na infância.
B
instável, com relações afetivas curtas e inconstantes, que por fim se transforma ao encontrar o amor verdadeiro.
C
prático, crítico ao romantismo, que ironiza o modo como as pessoas são vulneráveis às paixões.
D
interesseiro, que submetia suas relações afetivas ao cálculo sobre as vantagens sociais que elas lhe trariam.
E
melancólico, que prefere imaginar um amor perfeito, semelhante aos dos livros, o que o paralisa diante das relações afetivas reais e presentes.
3e38918c-d8
UEA 2019 - Português - Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, indicando uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, encontra-se em:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:


    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)

A
“Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios” (2º parágrafo)
B
“para que o filho não cumprisse a palavra” (1º parágrafo)
C
“Chegou o sábado.” (1º parágrafo)
D
“jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia” (1º parágrafo)
E
“O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença” (1º parágrafo)
3e3bbb27-d8
UEA 2019 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

Em “prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste” (2º parágrafo), o trecho sublinhado pode ser substituído, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original, por:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:


    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)

A
porque ele disso se desgosta.
B
desde que ele disso se desgoste.
C
logo que ele disso se desgoste.
D
já que ele disso se desgosta.
E
a fim de que ele disso se desgoste.
3e25aaba-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “que se descobre a verdade, / que se cometem os grandes crimes, os gestos / mais sublimes”, o eu lírico enumera

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão


Nada nas mãos nem na cabeça, nada 
no estômago além da sensação vazia 
de haver ultrapassado toda sensação.

É em estado assim que se descobre a verdade, 

que se cometem os grandes crimes, os gestos 
mais sublimes, ou então não se faz nada.

É como as cobras. As mais silenciosas, 
de corpo mais esguio, de cor esmaecida, 
destilam o veneno mais perfeito.

Assim também os poemas. Os mais contidos 
e lisos, os que menos coisa dizem, 
destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
processos raros que precedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
B
fatos impensáveis que causam o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
C
ações inconscientes que resultam do estado de vazio descrito na primeira estrofe.
D
acontecimentos catastróficos que sucedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
E
eventos extremos que ocorrem durante o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
3e29b8a2-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo as duas últimas estrofes,

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão


Nada nas mãos nem na cabeça, nada 
no estômago além da sensação vazia 
de haver ultrapassado toda sensação.

É em estado assim que se descobre a verdade, 

que se cometem os grandes crimes, os gestos 
mais sublimes, ou então não se faz nada.

É como as cobras. As mais silenciosas, 
de corpo mais esguio, de cor esmaecida, 
destilam o veneno mais perfeito.

Assim também os poemas. Os mais contidos 
e lisos, os que menos coisa dizem, 
destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
o valor de um poema é medido pelos efeitos negativos que produz.
B
os melhores poemas são mais produto de inspiração do que de trabalho.
C
a poesia é a arte de transformar algo discreto em algo significativo.
D
os poemas mais discretos produzem os efeitos mais contundentes.
E
os poemas mais inofensivos são os que parecem mais perigosos.