Questão 455f6fbb-d8
Prova:UEA 2019
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

Da ilha amazônica de Marajó ao interior do Piauí, os padres da Companhia possuíam extensas fazendas de gado e de cavalos. No Amazonas, as flotilhas de canoas dos jesuítas aportavam todos os anos em Belém com invejáveis quantidades de cacau, cravo-da-índia, canela e salsaparrilha, cultivados às margens dos principais afluentes do grande rio. A Companhia possuía direitos e privilégios que incluíam a total isenção em Portugal e no Brasil de taxas alfandegárias para todos os seus produtos.

(Daniel Alden. “O período final do Brasil colônia: 1750-1808”.
In: Leslie Bethell (org.) História da América Latina:
A América Latina Colonial, vol. II, 1999. Adaptado.)


O Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, expulsou a Companhia de Jesus de Portugal e do Brasil em 1759. A sua decisão visou, entre outros objetivos,

A
favorecer a escravização dos indígenas das missões religiosas e combater o contrabando das drogas do sertão.
B
diversificar as atividades econômicas no Império e suspender o monopólio comercial da Metrópole sobre as especiarias exportadas.
C
consolidar as fronteiras com os territórios espanhóis nas regiões de floresta e isolar internamente os aliados dos reis católicos de Castela.
D
afastar uma instituição relativamente independente dentro do Estado e incorporar as riquezas da Ordem em período de dificuldades financeiras.
E
aproximar-se das nações protestantes economicamente desenvolvidas e abolir a influência religiosa nos assuntos políticos.

Gabarito comentado

Eulália FerreiraEx-Coordenadora de História do Colégio Pedro II (RJ), Mestra em Relações Internacionais (PUC-Rio) e Profª com o título "Notório Saber" pelo Colégio Pedro II (RJ)
O governo de Pombal trouxe as seguintes mudanças para o Brasil: criação da Companhia do Grão-Pará e do Maranhão; criação da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba; extinção definitiva das capitanias hereditárias; elevação do Brasil a vice-reino de Portugal; nomeação do Rio de Janeiro como nova capital da colônia – em substituição a Salvador; e, expulsão dos jesuítas.

Segundo Pombal, os jesuítas de promoviam  a resistência dos índios a Portugal. Alegando esse motivo, em 1759 expulsou e confiscou os bens da Companhia de Jesus do Brasil, tal como já o tinha feito em Portugal. Uma das alternativas aponta os reais motivos de Pombal para a expulsão da Ordem Jesuíta do Brasil: 
A) INCORRETA – O objetivo principal era o de passar o comércio de drogas do sertão para o controle da coroa. E a proteção dos nativos contra escravização – ao menos a proteção oficial – era acordo entre Coroa e Igreja e não apenas com jesuítas. 
B) INCORRETA- Por mais que Pombal fosse progressista,  a ruptura de monopólios de Portugal não estaria em sua agenda, até mesmo porque a metrópole dependia da produção colonial. Quanto à diversificação da produção, a possível proposta não se relaciona com a Ordem Jesuítica. 
C) INCORRETA- A questão de Pombal era interna e não externa. E as questões de limites entre domínios portugueses e espanhóis na América referiam-se primordialmente às regiões do sul do Brasil. 
D) CORRETA- A Ordem Jesuíta tinha uma série de privilégios negociados com a coroa portuguesa em função da ligação estrutural entre a monarquia e a Igreja Católica. Ela atuava de forma bastante autônoma , auferindo lucros da exportação de produtos da Amazônia, cultivados ou colhidos pelos nativos que viviam em reduções jesuíticas. Ao expulsar os jesuítas de Portugal e de áreas coloniais, Pombal objetivava drenar tais lucros para um Estado em crise financeira.
E) INCORRETA -Até poderia fazer parte dos objetivos de Marquês de Pombal o afastamento da Igreja dos assuntos de Estado em Portugal. No entanto, não havia a proposta de aproximação de países especificamente por serem protestantes. 
Gabarito do professor: Letra D.

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