Questõesde UNICAMP sobre Português

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Foram encontradas 143 questões
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UNICAMP 2025 - Português - Sintaxe, Uso dos conectivos

Diante dos argumentos apresentados ao longo do texto, a lacuna na penúltima linha deve ser preenchida com:

Leia o texto a seguir para responder à questão.


O dia em que homens brancos de terno negociaram o futuro dos Indígenas



Na manhã de segunda-feira, 5 de agosto, o governo brasileiro se preparava para enviar às pressas uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas a Mato Grosso do Sul para monitorar os ataques violentos de ruralistas aos Guarani Kaiowá na região de Douradina. Os mercados financeiros viviam mais um dia de pânico, temendo uma recessão nos Estados Unidos. A crise na Venezuela se arrastava (…). Era mais um dia em que o mundo exibia seu mosaico complexo de muitas urgências e profundas assimetrias. Mas nada seria tão relevante para decidir o futuro do planeta quanto uma audiência, naquela mesma data. Em uma pequena sala no 4º andar do prédio onde ministros definem se leis estão sendo aplicadas de acordo com a Constituição brasileira, homens de gravata iriam discutir com representantes dos povos indígenas se deles seria arrancado o direito às terras ocupadas por seus ancestrais desde antes da colonização. Demarcar terras indígenas é uma medida fundamental para garantir a conservação da Amazônia e de todos os biomas. ___________, decisiva para a existência de toda a humanidade.


(Adaptado de DELGADO, Malu. Diário de Guerra. Sumaúma, Brasília, 26 ago. 2024. Disponível em https://sumauma.com/marco-temporal-stf-futuro-indigenas-novas-geracoes/. Acesso em 26/09/2024.)

A
portanto.
B
no entanto.
C
além disso.
D
ainda.
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UNICAMP 2025 - Português - Morfologia - Pronomes, Pronomes pessoais retos

Lélia Gonzalez criou o termo “pretuguês” citado no texto 1 da questão anterior. O trecho a seguir apresenta algumas reflexões da autora sobre esse tema.


É engraçado como eles gozam a gente quando a gente diz que é Framengo. Chamam a gente de ignorante dizendo que a gente fala errado. E de repente ignoram que a presença desse R no lugar do L nada mais é que a marca linguística de um idioma africano, no qual o L inexiste. Afinal, quem que é o ignorante? Ao mesmo tempo acham o maior barato a fala dita brasileira, que corta os erres dos infinitivos verbais, que condensa “você” em “cê”, o “está” em “tá” e por aí afora. Não sacam que tão falando pretuguês (Lélia Gonzalez).

(GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: LIMA, Marcia; RIOS, Flavia (org.), Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janiero: Zahar, 2020. p. 80.)


Segundo o excerto, 

A
o pronome “eles” se refere àqueles que inferiorizam o “pretuguês”.
B
a palavra “Framengo” é um exemplo de desvalorização presente em um idioma africano.  
C
as pessoas que usam as abreviações “cê” e “tá” são julgadas como ignorantes. 
D
os verbos “chamam” e “ignoram” ilustram o uso da forma coloquial do “pretuguês”. 
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UNICAMP 2025 - Português - Morfologia

Texto 1


Q9_1.png (289×214)


(Adaptado de Instagram de @midianinja. Disponível em https://www.instagram.com/p/CB QdmZZJFmA/?igsh=aXduZmgybDJ1aW1r. Acesso em 04/09/2024.)



Texto 2


Q9_2.png (344×369)


(Instagram de @andrevargassantos. Disponível em https://www.instagram.com/p/C46fe85J JjX/?igsh=YjFodmJjM3NmbmM3. Acesso em 04/09/2024.)



As palavras em destaque nos textos 1 e 2 são:

A
neologismos e ambas remetem a influências históricas na formação do português brasileiro.
B
formadas a partir de “português”, mas somente a palavra do texto 1 é um substantivo. 
C
estrangeirismos e ambas se apoiam em linguagem verbal e não-verbal.
D
formadas a partir de outras línguas, mas somente a palavra do texto 2 remete a um substantivo composto.
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UNICAMP 2025 - Português - Morfologia - Verbos

Para Iara Bonin, articular a cosmovisão indígena a um modelo de desenvolvimento para o Brasil é um desafio coletivo. No texto, isso é marcado pelo uso de verbos em 

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Se pensarmos o Brasil a partir das cosmologias e histórias indígenas, veremos que esta nação é múltipla e nela coexistem maneiras distintas de pensar e de viver. E mesmo que a vivência em um território comum nos coloque o desafio de construir um campo de ação política que nos unifique como cidadãos, as cosmologias indígenas não podem ser reduzidas às formas ocidentais de pensar e de ordenar o mundo.

As experiências e os saberes indígenas consideram o universo em sua totalidade e inserem o ser humano em uma complexa rede de relações que envolvem os seres, naturais e sobrenaturais, integrando a vida como um todo. Essas cosmologias não se confundem e nem podem ser contidas dentro da lógica materialista e mercadológica, com a qual estamos habituados.

(BONIN, Iara Tatiana. Cosmovisão indígena e modelo de desenvolvimento. In: Encarte Pedagógico V – Jornal Porantim, ano XXXVI, n. 376, Brasília, Junho/Julho 2015, p.1.)
A
primeira pessoa do plural, o que inclui pessoas indígenas e não indígenas como responsáveis pela ação proposta. 
B
primeira pessoa do singular, o que inclui pessoas não indígenas como responsáveis pela ação proposta. 
C
terceira pessoa do plural, o que distancia pessoas indígenas de pessoas não indígenas como responsáveis pela ação proposta.
D
primeira pessoa do singular, o que inclui pessoas indígenas como responsáveis pela ação proposta. 
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UNICAMP 2025 - Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

Com relação ao trecho em negrito no texto, é correto afirmar que se trata do uso de:

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Brasil pode perder o Pantanal até o fim deste século, afirma Marina Silva



Sofrendo com secas e incêndios extremos, o Pantanal pode ser destruído por completo até o fim deste século se o mundo não for capaz de reverter as mudanças climáticas causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, que estão provocando eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos. Foi o que disse a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado na 4ª feira (4/9) sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do país – com prejuízo maior ao Pantanal e à Amazônia.


Marina não tirou o fim da maior planície alagável do planeta da cabeça. A Ministra mencionou o que cientistas de todo o mundo apontam há décadas: ou agimos para conter a crise climática, eliminando petróleo, gás fóssil e carvão, combatendo o desmatamento e modificando o uso do solo pelo setor agropecuário, ou ela irá acabar com biomas, com a biodiversidade e com a Humanidade. [...].


(Adaptado de ClimaInfo, 5 de setembro de 2024. Disponível em https://climainfo. org.br/ 2024/09/04/brasil-pode-perder-o-pantanal-ate-o-fim-deste-seculo-afirma-marina-silva/. Acesso em 12/09/2024.)

A
discurso direto, marcado pela reprodução do que foi dito pela Ministra sem interpretação do autor da notícia.
B
discurso indireto, marcado pela paráfrase do que foi dito pela Ministra com adaptação feita pelo autor da notícia.
C
discurso indireto livre, marcado pela mescla de do que foi dito pela Ministra com a interpretação do autor da notícia.  
D
discurso citado, marcado pela referência indireta ao que foi dito pela Ministra sem reprodução literal de suas palavras ou interpretação pelo autor.
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UNICAMP 2024 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos

“(...) Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa [de conhaque] para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras (...)”.

(ABREU, Caio Fernando. Além do ponto. Morangos Mofados. São Paulo: Companhia das Letras, p. 42, 2019.)


No conto “Além do ponto”, observa-se que o contraste entre o “eu”, personagem que deseja, e o “ele”, personagem imaginado,

A
é criado por formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo (“queria”, “andava”) e pretérito imperfeito do subjuntivo (“pensasse”).
B
é criado pelo uso de orações negativas (“eu não queria”) e do pretérito imperfeito do indicativo (“eu andava”).
C
é criado pela polissemia do verbo “andar”, usado no sentido de “caminhar”/ ”deslocar-se” e no de “seguir”/“progredir”.
D
é criado pelo uso de formas verbais no gerúndio (“bebendo”, “chegando”) e pela repetição de orações negativas (“eu não queria”).
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UNICAMP 2024 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Regência, Sintaxe

Qual o macete de ‘Macetando’?


Macetar, verbo transitivo: “golpear (alguém ou algo) com maceta ou macete, um martelo de cabo curto”. A definição está nos dicionários, mas o carnaval, como de praxe, mascarou o significado a seu bel-prazer. O coro da multidão que acompanhou Ivete Sangalo na abertura da folia de Salvador comprova que essa é a época ideal para enriquecer o vocabulário. Música gravada pela cantora baiana com participação de Ludmilla, “Macetando” despontou como hit nacional ao encher a boca do povo com o refrão-chiclete: “Ah, bebê, é a Veveta que tá no comando / Macetando, macetando, macetando...”.

(Adaptado de CUNHA, G. Qual o macete de ‘macetando’? O Globo (versão online), 10/02/2024.)



Na letra da música em questão, um dos aspectos que contribuem para o mascaramento do significado de macetar é

A
a ocultação do sujeito do verbo. 
B
o uso repetido do verbo no gerúndio.
C
o processo de adjetivação do verbo.
D
a ausência de complemento para o verbo.
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UNICAMP 2023 - Português - Morfologia, Substantivos

O texto a seguir é um trecho da canção Pantanal, que foi tema de abertura da novela com o mesmo nome, exibida originalmente pela TV Manchete em 1990 e regravada pela TV Globo em 2022.


Lendas de raças, cidades perdidas nas selvas do coração do Brasil.

Contam os índios de deuses que descem do espaço no coração do Brasil.

Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois,
Lutar com unhas e dentes pra termos direito a um depois.
Fim do milênio, resgate da vida, do sonho, do bem.
A terra é tão verde e azul.
Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão.

(Pantanal, letra de Marcus Viana, gravada pelo grupo Sagrado Coração da Terra na coletânea em LP Sagrado Farol da Liberdade, lançada em 1991 pelo selo Sonhos & Sons.)


Nesse trecho da canção, podemos identificar

A
repetição de advérbios que indicam as mesmas circunstâncias de tempo e de lugar, para produzir um efeito de redundância a respeito da luta pela terra. 
B
indeterminação de sujeito com verbo na terceira pessoa do plural, para produzir um efeito de incerteza quanto ao papel das futuras gerações.
C
atribuição de características positivas por meio de substantivos que indicam cores, para produzir um efeito de otimismo na preservação da natureza.
D
encadeamento sucessivo de termos ligados por preposição, para produzir um efeito de continuidade temporal quanto à condição do planeta.
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UNICAMP 2023 - Português - Tipologia Textual

O anúncio (Texto 1) reproduzido a seguir foi postado nas redes sociais da Portela, escola de samba carioca, para divulgar uma festa literária. A escola, que traz a águia como símbolo em todos os seus desfiles (Texto 2), completou 100 anos em 2023. 







Considerando a imagem no texto 2, podemos afirmar que o texto 1 promove uma

Texto 1


Vivemos no limiar de uma transição, em que a automação ocupará cada vez mais espaços na sociedade. Neste novo cenário, há um componente atuando com desenvoltura entre nós. Suas ações e decisões, invisíveis e muitas vezes autônomas, estão cada vez mais presentes no dia a dia da vida contemporânea. Seu comportamento, no entanto, é opaco e pouco compreendido. Trata-se dos algoritmos. São eles que, muitas vezes, decidem se você é contratado ou demitido, se você vai ter acesso a um benefício social, se seu visto de imigração vai ser concedido ou negado, quais notícias você vai ver nas redes sociais, qual o melhor trajeto do trabalho para casa ou qual o parceiro mais apropriado para um relacionamento.

(Adaptado de: MENDONÇA, R.F.; FIGUEIRAS, F.; ALMEIDA, V. Algoritmos controlam sociedade e tomam decisões de vida ou morte. Folha de S. Paulo, 7 abr. 2021.)





Texto 2





(Quadrinhos com o personagem laranja e amarelo, que representa um algoritmo, da série criada por André Dahmer. Disponível em: https://diplomatique.org.br/novas-tirinhas-de-andre-dahmer-transformam-algoritmo-em-personagem-intrometido/. Acesso em 28/07/2023.)
A
fusão entre o símbolo da escola e o produto da expressão literária, que aparece materializado no desenho das asas da águia. 
B
relação entre a festa literária, mencionada em segundo plano, e o desenho do símbolo da escola, que passa a personificar a literatura.
C
associação das asas da águia com o título atribuído à festa literária, que mostra o nome da escola antecedido pelo prefixo fli.
D
ressignificação do símbolo da Portela, cujo desenho faz referência direta à arte literária, para destacar o centenário da escola como tema da festa.
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UNICAMP 2023 - Português - Gêneros Textuais

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados numa emboscada na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, em 5 de junho de 2022. Ambos investigavam atividades ilegais e predatórias na região e empenharam suas vidas na defesa dos povos indígenas.

A crônica de Bessa Freire (texto I) e a tira de Laerte (texto II) fazem uma homenagem a Bruno Pereira e Dom Phillips.

TEXTO I

Cercado por árvores no meio da floresta, Bruno Pereira entoa um canto em katukina, língua dos Kanamari:
– Wahanararai wahanararai, marinawah kinadik marinawah kinadik; tabarinih hidya hidyanih, hidja hidjanih.
As palavras falam literalmente sobre o modo como a arara alimenta seus filhotes e é um hino em defesa da floresta e dos povos originários. A risada gostosa de Bruno exibe seu jeito de mostrar que a vida pode ser maravilhosa, mas foi interrompida tão cedo, provocando o sentimento ambíguo de desespero e esperança. 

(Adaptado de BESSA FREIRE, J. R. Dom e Bruno: Amazônia, sua linda! Disponível em https://www.taquiprati.com.br/cronica/1645-dom-e-bruno-amazonia-sua-linda. Acesso em 20/06/2022.)

TEXTO II 

11_2 .png (404×296) 

(Tweet de @LaerteCoutinho1. Disponível em https://mobile.twitter.com/Laerte Coutinho1/status/1538487867600687105. Acesso em 24/06/2022.)

Considerando a cena relatada nos textos I e II e os diferentes gêneros de texto, é correto afirmar que

A
apenas a crônica explica o canto, porque as imagens da tira não podem explicar a história.
B
ambos os textos contam a história que Bruno canta na floresta, na língua do povo Kanamari.
C
apenas a crônica descreve a cena e a história, já que a tira se limita a reproduzir as palavras indígenas. 
D
ambos os textos recorrem a personificações para apresentar e explicar a letra da canção.
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UNICAMP 2023 - Português - Figuras de Linguagem

No trecho “o sol lhe presta uma homenagem” (linha 8), a autora faz uso da figura de linguagem

A professora Débora Diniz e o artista plástico Ramon Navarro criaram um álbum de memórias para homenagear mulheres mortas pela pandemia de Covid-19. Nesse álbum, é apresentada uma imagem de cada mulher homenageada seguida de um texto a seu respeito, como o exemplo a seguir.

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Ela se foi no dia seguinte a ele. Sobre ele, a notícia disse ser uma “liderança indígena”. Sobre ela, nem mesmo o nome do povo. Morreu aos 86 anos, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Arte não se explica. Na ousadia de palavrear o que se vê, uma tentativa de oferecer mais palavras ao luto: “Há orgulho na pose, no apertar de olhos de quem quer olhar longe. Os raios saem dela, o sol lhe presta homenagem. Uma combinação de terra e tempos se encontra nos pássaros e no mar. Parece o tempo do início, mas o manto cobre a nudez de quem encontrou a regra do conquistador. A folhagem nasce da mão, não é enfeite. É raiz.” 

(Debora Diniz e Ramon Navarro, no perfil @reliquia.rum.)
A
metonímia.
B
personificação.
C
aliteração.
D
metáfora.
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UNICAMP 2023 - Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

O trecho em discurso direto é

A professora Débora Diniz e o artista plástico Ramon Navarro criaram um álbum de memórias para homenagear mulheres mortas pela pandemia de Covid-19. Nesse álbum, é apresentada uma imagem de cada mulher homenageada seguida de um texto a seu respeito, como o exemplo a seguir.

texto_9 - 10 .png (373×373) 

Ela se foi no dia seguinte a ele. Sobre ele, a notícia disse ser uma “liderança indígena”. Sobre ela, nem mesmo o nome do povo. Morreu aos 86 anos, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Arte não se explica. Na ousadia de palavrear o que se vê, uma tentativa de oferecer mais palavras ao luto: “Há orgulho na pose, no apertar de olhos de quem quer olhar longe. Os raios saem dela, o sol lhe presta homenagem. Uma combinação de terra e tempos se encontra nos pássaros e no mar. Parece o tempo do início, mas o manto cobre a nudez de quem encontrou a regra do conquistador. A folhagem nasce da mão, não é enfeite. É raiz.” 

(Debora Diniz e Ramon Navarro, no perfil @reliquia.rum.)
A
uma exposição de obras de arte com base em linguagem objetiva.
B
uma descrição da imagem com base em impressões da autora.
C
um diálogo com a liderança indígena que morreu na pandemia da covid-19. 
D
uma dissertação sobre diversas formas de lidar com a morte e o luto.
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UNICAMP 2023 - Português - Figuras de Linguagem

Em “Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que muitas pessoas têm”, a autora recorre à figura de linguagem

“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo. Sua raiz vem daqui, do povo ancestral que veste uma história, que escreve na pele sua cultura, suas preces e suas lutas. Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que muitas pessoas têm. Nós somos um país rico, diverso e guerreiro, mas um país que mata o seu povo originário e aqueles que construíram uma nação, que ainda marginaliza povos que já foram escravizados e seguem tentando se recuperar dos danos.”

(Myrian Krexu @myrianveloso, médica Guarani Mbyá (17/05/2020). Disponível em https://www.instagram.com/p/CdTRkvYuOXM/. Acesso em 03/05/2022.)
A
comparação.
B
paradoxo.
C
metáfora.
D
metonímia. 
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UNICAMP 2023 - Português - Sintaxe, Uso dos conectivos

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Reshpī é o adorno usado no nariz, feito de aruá e com linha de tucum, e que atravessa o septo. Na cultura Marubo, ela é usada por homens, mulheres e crianças e tem um significado espiritual, pois é por meio dela que após a nossa morte seremos guiados para o encontro com nossos ancestrais que estão à nossa espera. 

Reshpī é um adereço milenar e tradicional, simboliza nossa essência e é parte do nosso ser enquanto povo marubo, ____________ não é produzido para venda nem pode ser usado como apropriação cultural. 

(Adaptado do story Reshpī de Kena Marubo. Disponível em https://www.instagram.com/kena_marubo/. Acessado em 02/08/2022.)

Tendo em vista as informações sobre o Reshpī, a lacuna no segundo parágrafo deve ser preenchida com 

A
contudo.
B
porque.
C
portanto.
D
enquanto.
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UNICAMP 2023 - Português - Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Gêneros Textuais

Árvore ameaçada de extinção é sagrada para o povo xokleng; iniciativa calcula já ter produzido 50 mil mudas.

Reflorestar a Terra Indígena Laklãnõ Xokleng com sua árvore sagrada, a araucária, é o objetivo de um projeto criado no oeste de Santa Catarina. O trabalho, segundo os indígenas que participam da iniciativa, já resultou em 50 mil mudas.

A população de xoklengs em Santa Catarina está estimada em 2.200 pessoas. A área, reivindicada para demarcação, é a base para o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a tese do marco temporal – critério segundo o qual indígenas só poderiam requerer terras já ocupadas por eles antes da promulgação da Constituição de 1988.

“A araucária representa nossa vida, o ar que a gente respira, a árvore sagrada que nossos ancestrais deixaram para nós há mais de 2.000 anos”, diz Isabel Gakran, que ocupa o cargo de kujá, uma jovem xamã. Ela e o marido, Carl Gakran, são os idealizadores do Instituto Zág (araucária, na língua xokleng). 

(Adaptado de LUC, M. Projeto de indígenas planta araucárias em Santa Catarina. Folha de São Paulo, 16/07/2022.)

No gênero notícia, predomina a função referencial da linguagem. No texto, o que evidencia essa predominância é a

A
informação de um fato atual de forma direta e objetiva, com base em dados concretos.
B
expressão de uma opinião sobre o problema da demarcação de terras indígenas.
C
divulgação, com o objetivo de influenciar o leitor, do projeto de reflorestamento.
D
estruturação da mensagem com escolha cuidadosa de palavras em sentidos figurados.
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UNICAMP 2023 - Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

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Os escritores indígenas Yaguarê Yamã, Elias Yaguakãg, Eliomar Leite, Uziel Guaynê, Moises Costa e Timoteo Hakii publicaram, com apoio da Lei Aldir Blanc, pela editora Filos (SP), o livro Marãduwa Tupanawara – Contos Sagrados, em português brasileiro e em nheengatu, língua geral indígena amazônica. Para Yaguarê Yamã, “[o] livro veio para salvar a alma amazonense, que é indígena”.

(Adaptado de NOGUEIRA, W. Escritores indígenas lançam livro de contos de origem e assombração. Disponível em https://www.amazonamazonia. com.br/2022/05/28/. Acesso em 30/06/2022.)

Assinale a alternativa que transpõe corretamente a fala de Yaguarê Yamã para o discurso indireto.

A
Yaguarê afirmou que o livro tinha vindo para salvar a alma amazonense que seria indígena.
B
Yaguarê afirmou que “o livro veio para salvar a alma amazonense que é indígena”.
C
Yaguarê afirmou que o livro viria para salvar a alma amazonense que teria sido indígena. 
D
Yaguarê afirmou que o livro viesse para salvar a alma amazonense que é indígena.
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UNICAMP 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“A América está ameaçada não só pelo autoritarismo, mas pelo fascismo que opera como um culto explicitamente antidemocrático, centrado em torno de uma liderança que promete restauração nacional ante uma humilhação supostamente causada por minorias, liberais e marxistas. Como o fascismo glorifica a violência e a militarização da política, devemos ficar alertas ao fato de Trump ter se recusado a assumir compromisso com uma transferência pacífica do poder. (...)
Ao normalizar discurso e ideologia antidemocráticos, Trump está cada vez mais normalizando também um governo autoritário. A estratégia de Trump de enfraquecer as regras democráticas e a legitimidade da eleição está cada vez mais, e de modo assombroso, lembrando a destruição das democracias latino-americanas nas décadas de 60 e 70, quando ditadores criaram um clima em que atos anteriormente considerados ilegais, de uma hora para outra, se tornaram o novo padrão.”

(Jason Stanley, Federico Finchelstein e Pablo Piccato, “O fascismo vai ganhar a eleição nos EUA?”. Project Sindicate. Disponível em https://www.project-syndicate.org/commentary/trumpian-threat-of-fasci st-authoritarianism-after-election-by-federico-finchelstein-et-al-2020-10 /portuguese. Acessado em 09/11/2020.)

A partir do texto, é correto afirmar que os autores

A
consideram autoritarismo e fascismo como um mesmo fenômeno, marcado pelo apego ao poder e pelo descumprimento das regras eleitorais.
B
Identificam o personalismo do presidente dos EUA como uma resposta à emergência de um discurso radical feito por minorias, liberais e marxistas.
C
criticam a postura de violência política no processo eleitoral norte-americano e buscam referências em outros processos históricos de deslegitimação da democracia.
D
argumentam que a restauração nacional é uma postura ideológica incompatível com a defesa da democracia.
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UNICAMP 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Segundo Michiko Kakutani, em seu livro A morte da verdade, a direita populista contemporânea se apropriou dos argumentos pós-modernistas e seu repúdio filosófico da objetividade. A rejeição dos ideais do Esclarecimento pela Nova Esquerda, como razão e progresso, passou, ironicamente, a ser compartilhada pelas novas expressões populistas. Negacionistas de todas as estirpes – revisionistas do Holocausto, do golpe civil-militar de 1964 no Brasil, por exemplo – exploram o argumento de que não existem verdades e que todas aquelas que são proferidas carregam uma parcialidade e/ou são arbitrárias.”

(Rodrigo Caldeira, “A pandemia do anti-intelectualismo”. Estado da Arte. 25/03/2020. Disponível em https://estadodaarte.estadao.com.br/ a-pandemia-do-anti-intelectualismo/. Acessado em 11/10/2020.)

Assinale a alternativa correta a partir da leitura do fragmento.

A
O negacionismo é uma atitude anti-intelectual e pessoal, que tem como princípio vontades particulares e subjetivas, sem conotação com fenômenos políticos.
B
O uso de perspectivas epistemológicas pós-modernas pela direita populista é uma apropriação metodológica dos estudos que questionam a existência de verdades absolutas.
C
A questão da arbitrariedade ou parcialidade da verdade não significa, de acordo com as teorias pósmodernas, a negação de fatos, eventos e evidências.
D
A perspectiva pós-moderna contribui para os revisionismos por se opor a princípios iluministas e ter como método a especulação filosófica inspirada pelos céticos gregos.
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UNICAMP 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os letramentos são, em si mesmos, tecnologias e nos dão as chaves para usar tecnologias mais amplas. Eles também produzem uma chave entre o eu e a sociedade: o meio através do qual agimos, participamos e nos tornamos moldados por sistemas e redes “ecossociais” mais amplos. De forma crescente, membros das nossas comunidades on-line virão de histórias culturais não europeias ou estadunidenses. Precisaremos aprender a nos comunicar efetivamente com eles e a aprender efetivamente a partir deles. Nosso sucesso econômico, nossas oportunidades intelectuais e a causa da paz e harmonia mundiais talvez dependam do nosso sucesso nisto. Por termos estado no topo por tanto tempo, será mais difícil para muitos estadunidenses e europeus de classe média e alta aprender a ouvir através das diferenças culturais.

(Adaptado de Jay Lemke, “Letramento metamidiático: transformando significados e mídias. Trabalhos em Linguística Aplicada, 49 (2). Campinas: IEL/Unicamp, 2010. Disponível em https://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132010000200009&lang= pt. Acessado em 09/11/2020.)

A partir do excerto acima, é correto afirmar:

A
Os letramentos e a tecnologia impactam a diversidade do conhecimento, mas os desdobramentos nas relações econômicas não podem ser mensurados.
B
As manifestações visuais e textuais da cultura da internet criam lógicas de construção de significados que, aparentando ser diversificadas, reiteram o poder da Europa e dos EUA.
C
As redes sociais mais amplas demandam a supressão de saberes e linguagens, e a prática de homogeneização dos letramentos como estratégia de poder das grandes potências.
D
O conceito de letramento é importante para identificar a dinâmica social das linguagens e suas contínuas transformações na era da tecnologia.
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UNICAMP 2021 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com Heloísa Starling, “Sertão é uma palavra carregada de ambiguidade. Sertão pode indicar a formação de um espaço interno, a fronteira aberta, ou um pedaço da geografia brasileira onde a terra se torna mais árida, o clima é seco, a vegetação escassa. Mas a palavra é igualmente utilizada para apontar uma realidade política: a inexistência de limites, o território do vazio, a ausência de leis, a precariedade dos direitos. Sertão é, paradoxalmente, o potencial de liberdade e o risco da barbárie – além de ser também uma paisagem fadada a desaparecer.

(Adaptado de Heloisa Murgel Starling, A palavra “sertão” e uma história pouco edificante sobre o Brasil. Disponível em https://www.suplementopernambuco. com.br/artigos/2243-a-palavra-sert%C3%A3o-e-uma-hist%C3%B3ria-pouco-edifi cante-sobre-o-brasil.html. Acessado em 06/08/2020.)

Assinale o excerto que corresponde à ideia de sertão desenvolvida pela autora.

A
“Se achardes no Sertão muito sertão, lembrai-vos que ele é infinito, e a vida ali não tem esta variedade que não nos faz ver que as casas são as mesmas, e os homens não são outros.” (Machado de Assis)
B
“Nessa época o sertão parece a terra combusta do profeta; dir-se-ia que por aí passou o fogo e consumiu toda a verdura, que é o sorriso dos campos e a gala das árvores, ou o seu manto, como chamavam poeticamente os indígenas.” (José de Alencar)
C
“Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade.” (Guimarães Rosa)
D
“Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais profundo, ante o expandir revivescente da terra. E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono.” (Euclides da Cunha)

(José de Alencar, O sertanejo. São Paulo: Ática, 1995, p.15; Machado de Assis, Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, v. 3, p. 765; Euclides da Cunha, Os sertões. São Paulo: Ateliê, 2001, p. 135; João Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956, p. 8.)