Questõessobre Tipologia Textual

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UNIVESP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o trecho informativo abaixo sobre o Dia Internacional do Brincar para responder à questão a seguir.

Semana Mundial do Brincar (Adaptado)
O que é?

É uma mobilização que reúne diferentes atores, como pais, educadores, médicos, comunicadores, instituições privadas, representantes de instituições governamentais, entre outros. Juntos, realizamos um conjunto de ações com o objetivo de ressaltar a importância do Brincar na sociedade.

O foco é lembrar os adultos sobre a necessidade de preservação e o respeito do tempo das crianças brincarem. Cada vez mais vemos famílias que, por não poderem ter um tempo de qualidade com seus filhos, compram vídeos, jogos eletrônicos entre outras coisas e passam menos tempo ao lado deles.

Chamamos de tempo de qualidade aquele que os adultos passam com as crianças, quando eles estão presentes com atenção e com amorosidade. Trata-se da presença atenta à intermediação, quando necessária, quando solicitada. Nada mais.
Fonte: Semana Mundial do Brincar

De acordo com o texto e com a norma padrão da Língua Portuguesa assinale a alternativa correta.

A
A função do texto é informar às famílias contemporâneas a respeito dos males que a tecnologia pode causar no desenvolvimento cognitivo, afetivo e emocional das crianças.
B
Por ser predominantemente injuntivo, o texto deixa clara a sua intenção de aconselhar e instruir pais e educadores de quais são os elementos essenciais e necessários para que estes passem um tempo de qualidade com as crianças.
C
O que o texto defende como “tempo de qualidade” é uma presença atenta e amorosa que preza por intermediar a relação da criança com o mundo ludicamente sempre que o adulto quiser.
D
De acordo com o texto é possível depreender que existe um tempo da criança que é distinto do tempo do adulto e que estes tempos distintos só poderão se equalizar por meio de brincadeiras até que a criança amadureça.
E
Ao informar o leitor sobre a existência de uma mobilização mundial a respeito da importância do brincar, o texto também indica o decréscimo da qualidade do tempo utilizado pelas famílias para brincar com os filhos.
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UFVJM-MG 2016 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com o objetivo de provocar no leitor uma leitura confortável, leve e dinâmica, o autor constrói um texto

Texto I


ME EXPLICA

Entenda o zika vírus e seus sintomas

Doença é transmitida pelo mosquito 'Aedes aegypti', o mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya

O que é o zika?

É uma infecção causada pelo zika vírus, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya.

Posso ser contaminado se entrar em contato com alguém contaminado pelo vírus?

Não. A transmissão acontece pelo picada do mosquito, que após picar alguém contaminado, pode transportar o vírus durante toda a sua vida.

Como é o processo de transmissão?

A fêmea do mosquito deposita seus ovos em locais com água parada. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas.

Quais são os sintomas?

Os maiores incômodos são febre baixa e comichão na pele, além de manchas avermelhadas. O mosquito adulto do Aedes aegypti vive em média 45 dias, e depois que a pessoa é picada leva de 3 a 12 dias para os sintomas aparecerem.

Mas zika é dengue? Qual a diferença entre um e outro?

Os sintomas do zika vírus são bastante parecidos (febre, mal-estar, dores nas articulações) com os da dengue, mas menos intensos. E, claro, o vírus da dengue não causa microcefalia.

Zika pode causar microcefalia?

Sim. Foram encontrados vírus no líquido que envolve o bebê durante a gravidez e também no líquido do sistema nervoso central dos bebês diagnosticados com microcefalia.

Como isso acontece?

O vírus invade a placenta, entra na corrente sanguínea do bebê e vai direto para o cérebro. Ali, o vírus pode provocar uma inflamação que retarda a multiplicação dos neurônios e prejudica a formação do cérebro da criança.

Existe algum tratamento para o zika? Como posso me prevenir?

Ainda não há tratamento específico para a doença, apenas para o alívio dos sintomas. Para limitar a transmissão do vírus, a pessoa deve ser mantida sob mosquiteiros durante o estado febril, para evitar que algum Aedes aegypti a pique.

Mas alguém já está pesquisando a cura para o vírus?

Claro. Alguns cientistas da Universidade do Texas estão em busca de uma vacina contra o zika.

É verdade que o vírus se espalhou pela América Latina?

Sim. Ao menos 21 países já estão contaminados. A OMS, por sua vez, estima que pelo menos 4 milhões de pessoas serão infectadas pelo zika vírus na América em 2016.

E ele pode se espalhar pelo mundo?

Sim. No dia 1º de fevereiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência mundial por conta dos casos de microcefalia causados pelo zika.

Fonte: ME EXPLICA, de 29 de fevereiro de 2016. Disponível em <http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/me-explica/entenda-o-zika-virus-e-seus-sintomas/>. Acessado em 07/03/2016.

A
argumentativo, pois se trata de um debate entre duas pessoas.
B
narrativo, pois traz a história de uma conversa sobre um tema específico.
C
descritivo, narrativo e argumentativo, revelando o máximo de dinâmica possível.
D
descritivo, utilizando-se da narração de uma conversa para descrever informações sobre um tema específico.
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UESPI 2010 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O Texto 1, para ser globalmente compreendido com sucesso requer que o reconheçamos como um texto:

TEXTO 1 

O que é escrita?

Se houve um tempo em que era comum a existência de comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita era de difícil acesso ou uma atividade destinada a poucos privilegiados, na atualidade, a escrita faz parte da nossa vida cotidiana, seja porque somos constantemente solicitados a produzir textos escritos (bilhete, e-mail, listas de compras etc.), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas situações do dia a dia (placas, letreiros, anúncios, embalagens, e-mail, etc., etc.).


Alguém afirmou que “hoje a escrita não é mais domínio exclusivo dos escrivães e dos eruditos. [...] A prática da escrita, de fato, se generalizou: além dos trabalhos escolares ou eruditos, é utilizada para o trabalho, a comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”.


Que a escrita é onipresente em nossa vida já o sabemos. Mas, afinal, “o que é escrita?” Responder a essa questão é uma tarefa difícil porque a atividade de escrita envolve aspectos de natureza variada (linguística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural).


Como é de nosso conhecimento, há muitos estudos sobre a escrita, sob diversas perspectivas, que nos propiciam diferentes modos de responder a questão em foco. Basta pensarmos, por exemplo, nas investigações existentes, segundo as quais a escrita ao longo do tempo foi e vem-se constituindo como um produto sócio-histórico-cultural, em diferentes suportes (livros, jornais, revistas) e demandando diferentes modos de leitura. Basta pensarmos no modo pelo qual ocorre o processo de aquisição da escrita. Basta pensarmos no modo pelo qual a escrita é concebida como uma atividade cuja realização demanda a ativação de conhecimento e o uso de várias estratégias no curso mesmo da produção do texto.


Apesar da complexidade que envolve a questão não é raro, quer em sala de aula, quer em outras situações do dia a dia, nos depararmos com definições de escrita, tais como: “escrita é inspiração”; “escrita é uma atividade para alguns poucos privilegiados (aqueles que nascem com esse dom e se transformam em escritores renomados)”; “escrita é expressão do pensamento” no papel ou em outro suporte; “escrita é domínio de regras da língua”; “escrita é trabalho” que requer a utilização de diversas estratégias da parte do produtor.


Essa pluralidade de resposta nos faz pensar que o modo pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado do modo pelo qual entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve. Em outras palavras, subjaz uma concepção de linguagem, de texto e de sujeito escritor ao modo pelo qual entendemos, praticamos e ensinamos a escrita, ainda que não tenhamos consciência disso.


(Ingedore Villaça Koch. Vanda Maria Elias. Ler e escrever:estratégias de produção textual. São Paulo: Editora Contexto,2009. p. 31-32. Adaptado.)

A
descritivo, com a explicitação dos detalhes de um dado objeto.
B
narrativo, com cenários, personagens, eventos, conflitos e desfecho.
C
expositivo, com a análise e a síntese de elementos conceituais.
D
dissertativo, à volta de uma ideia, argumentos e contra-argumentos.
E
instrucional, com apresentação de prescrições e ações ordenadas em sequência.
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UESPI 2011 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O Texto 1, com base em seu desenvolvimento global, poderia ser reconhecido como um texto:

Alfabetização, língua escrita e norma culta
    (1) Vivemos numa sociedade tradicionalmente pouco letrada. Nesse sentido, bastaria lembrar que temos ainda por volta de 15% de analfabetos na população adulta e que, entre os alfabetizados, calcula-se que apenas 25% podem ser considerados alfabetizados funcionais, isto é, só esta pequena parcela é capaz de ler e compreender textos medianamente complexos. Como consequência e apesar da expansão da alfabetização no último século, é ainda apenas uma minoria que efetivamente domina a expressão escrita.
    (2) Não há dúvida de que, se queremos alcançar níveis avançados de desenvolvimento, temos de romper essa limitação decorrente de nossa história econômica, social e cultural – que, por séculos, mantém concentrados a riqueza material e o acesso aos bens da cultura escrita nas mãos de poucos.
    (3) Para isso, é indispensável diagnosticar as muitas causas dessa situação e, em consequência, encontrar formas de enfrentá-la adequada e eficazmente. Andaremos, porém, mal se nem sequer conseguirmos distinguir, com um mínimo de precisão, norma culta de expressão escrita.
    (4) O uso inflacionado da expressão norma culta pode ter facilitado a vida e o discurso de algumas pessoas, mas pouco ou nada tem contribuído para fazermos avançar nossa cultura linguística. Continuamos uma sociedade perdida em confusão em matéria de língua: temos dificuldades para reconhecer nossa cara linguística, para delimitar nossa(s) norma(s) culta(s) efetiva(s) e, por consequência, para dar referências consistentes e seguras aos falantes em geral e ao ensino de português em particular.
    (5) Parece, então, evidente que é preciso começar a desatar estes nós, buscando desenvolver uma gestão mais adequada das nossas questões linguísticas por meio, inclusive, de um debate público franco e desapaixonado.
    (6) Essas questões linguísticas não são, claro, de pequena monta. Há toda uma história a ser revista, há todo um imaginário a ser questionado, há toda uma gama de valores e discursos a ser criticada, há todo o desafio de construir uma cultura linguística positiva que faça frente à danosa cultura do erro, que ainda embaraça nossos caminhos. (...)
    (7) Entendemos que o debate ganhará substância se começarmos por dar precisão à expressão norma culta. Continuar a confundi-la com gramática em qualquer um de seus dois sentidos (conceitos ou preceitos), com norma-padrão ou com expressão escrita apenas continuará escamoteando os problemas que estão aí a nos desafiar, quer na compreensão da nossa realidade linguística, quer na proposição de caminhos para o ensino do português.
(Carlos Alberto Faraco. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 29-31. Adaptado). 
A
injuntivo, no qual são dadas instruções acerca de como usar certas gramáticas .
B
descritivo, a partir de uma cena objetiva, em que têm prioridade a observação e a análise.
C
narrativo, em que certo personagem fala de suas experiências linguísticas.
D
literário, cuja função principal seria produzir nos possíveis leitores um efeito estético.
E
de divulgação científica, em que determinados princípios são discutidos e aprofundados.
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UFBA 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A identificação de um tipo textual está relacionada com as marcas linguísticas presentes no texto, como o tempo verbal, por exemplo, e, considerando-se essas marcas linguísticas, o trecho sobre a telegrafia pode ser classificado como do tipo dissertativo.

O telégrafo foi inaugurado, no Brasil, em 1857, com a instalação da primeira linha telegráfica, entre a praia da Saúde na cidade do Rio de Janeiro, e a cidade de Petrópolis. Essa primeira linha tinha uma extensão de 50 quilômetros, sendo 15 quilômetros em cabo submarino, no leito da baía da Guanabara.

A primeira ligação internacional por cabo submarino deveu-se à iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, que pelo Decreto nº 5.058 de 16 de agosto de 1872, obteve o privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa.

Em 23 de dezembro de 1873, era estabelecida a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e as de Belém do Pará, Recife e Salvador, na presença do Imperador Pedro II do Brasil que assistiu à chegada do cabo e à finalização da ligação em uma construção erguida para esse fim, no final da praia de Copacabana. Assim que a ligação foi estabelecida, o Imperador enviou carbogramas aos presidentes daquelas três Províncias. (O Telégrafo... 2013.).
C
Certo
E
Errado
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UENP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão.
Racismo em tempos modernos
Democracia racial costuma ser um termo utilizado no Brasil por quem, infelizmente, acredita na inexistência de preconceito de cor. Atualmente, as redes sociais são, por excelência, uma amostragem da presença dessa crença muito debatida no século anterior. Dentro da lenda da democracia racial, seus adeptos, consciente ou inconscientemente, reclamam que a ausência de preconceito é justificada pela atmosfera pacífica da convivência social, sem guerras civis, onde quem diz ter um “amigo negro” é absolvido automaticamente após qualquer piada racista ou comentário degradante. E assim foi argumentada por homens como Florestan Fernandes, décadas atrás, ao responder a muitas das questões postas hoje, mas que aparentemente são ignoradas pelos paladinos da negação do racismo sob os interesses dos mais obscuros.
No habitat virtual emerge um antigo modelo de discurso que, se antes estava reservado a lugares próprios e passíveis de camuflagens, agora está despido para quem quiser ver. Basta uma notícia de constatação de preconceito racial, que uma burricada surge para reafirmar que o racismo é uma ilusão confeccionada por elementos X ou Y. Isso, é claro, quando não sentenciam os próprios negros por sofrerem racismo. É como acusar os judeus pelo holocausto ou grupos indígenas pelo seu próprio extermínio. Mas há quem faça.
Em suas mastodônticas moralidades, acham que cotas raciais, por exemplo, legitimam o preconceito. Ignoram a estrutura das relações do pós-Abolição, que fortificou uma sociedade desigual não apenas socioeconômica, mas pela cor, como subterfúgio da manutenção das divisões sociais. Divisões que sobrevivem.
Em uma sociedade em que, segundo o IBGE (2014), mais de 53% se declaram negros ou pardos, as tentativas de destacar as exceções confirmam o grau de disparidade. Enquanto o acesso profissional e universitário não representar o cotidiano, qualquer discurso de meritocracia é vazio. Não tão distante, ainda sobrevive a frase de George Bernard Shaw: “Faz-se o negro passar a vida a engraxar sapatos e depois prova-se a inferioridade do negro pelo fato de ele ser engraxate”.
(Adaptado de: <https://oglobo.globo.com/opiniao/racismo-em-tempos-modernos-18605034. Acesso em: 22 jun. 2018.)
A
É um texto narrativo, cujos personagens são os negros, e com acontecimentos que marcam uma situação específica no tempo e no espaço.
B
Caracteriza-se como um texto dissertativo, no qual o autor correlaciona o preconceito racial velado com o histórico do racismo no Brasil.
C
Configura-se como um texto opinativo, porque a pessoa que escreve posiciona-se a respeito do assunto, expondo o que pensa sobre a temática em questão.
D
Essencialmente descritivo, é um texto caracterizado por descrever os personagens, detalhadamente, possibilitando ao leitor criar uma imagem mental dos seres descritos.
E
Trata-se de um relato pessoal, dando a conhecer um problema específico enfrentado por uma pessoa em particular.
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PUC-GO 2010 - Português - Interpretação de Textos, Advérbios, Regência, Variação Linguística, Tipologia Textual, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

TEXTO 04

      Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. [...]

       Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

      Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

      – Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.

      A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.

         – Anda, excomungado.

   O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação da criança irritava-o. [...]

(RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 100. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 9-10)



Sobre o trecho “Arrastaram-se para lá, devagar [...] o menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás”, retirado do texto 04, indique a única alternativa verdadeira:

A
A palavra devagar exerce o papel de advérbio, pois modifica o verbo, enriquecendo o significado global do predicado da sentença.
B
O trecho referido constitui-se num parágrafo narrativo, no qual as formas verbais representam a celeridade das ações das personagens, mostrando a transmutação da realidade.
C
A expressão “escanchado no quarto” significa “montado nas costas” e é uma variável linguística muito utilizada no sul do Brasil.
D
Em “presa ao cinturão”, presenciamos um caso de regência verbal, pois o verbo rege complemento introduzido pela preposição a.
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IF-PE 2017 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual

Assinale a alternativa que apresenta características correspondentes ao TEXTO 1 no que diz respeito ao seu gênero e tipologia textual predominante.

TEXTO 1

ESTUDO REVELA QUE PRATICAR ATOS DE GENEROSIDADE TRAZ FELICIDADE

      Cientistas realizaram experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade


(1) O que inspira os humanos a praticarem atos de generosidade? Economistas, psicólogos e filósofos refletem sobre esta questão há milênios.

(2) Se pressupusermos que o comportamento humano é motivado, principalmente, pelo interesse pessoal, parece ilógico sacrificar voluntariamente os recursos pelos outros.

(3) Na tentativa de resolver esse paradoxo, alguns especialistas formularam a teoria de que doar ou presentear satisfaz o desejo de elevar a posição do indivíduo em um grupo.

(4) Outros sugeriram que o ato promove a cooperação tribal e a coesão - um elemento-chave na sobrevivência dos mamíferos. Outra explicação é que doamos apenas porque esperamos receber algo em troca.

(5) Um estudo publicado recentemente sugere que a resposta pode ser muito mais simples: doar nos deixa felizes. Os cientistas realizaram um experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade.

(6) Consistentemente, eles indicaram que doar era uma experiência de bem-estar.

(7) Ao mesmo tempo, os exames de ressonância magnética revelaram que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou uma resposta em outra parte relacionada à felicidade.

(8) "Nosso estudo fornece evidências comportamentais e neurais que apoiam a ligação entre generosidade e felicidade", escreveu a equipe na revista científica Nature Communications.

(9) Os pesquisadores informaram aos participantes que cada um deles teria à disposição um valor de 25 francos suíços (US$ 26) por semana durante quatro semanas.

(10) Metade dos participantes foram convidados a se comprometer a gastar o dinheiro com outras pessoas, enquanto o resto poderia planejar como gastaria o dinheiro com eles próprios. Nenhum dinheiro foi realmente recebido ou gasto por nenhum dos dois grupos.

(11) Depois de se comprometerem com os gastos, os participantes responderam às perguntas enquanto seus cérebros estavam sendo examinados. As perguntas evocaram cenários que opunham os próprios interesses dos participantes contra os interesses dos beneficiários da sua generosidade experimental.

(12) Os pesquisadores examinaram a atividade em três áreas do cérebro - uma ligada ao altruísmo e ao comportamento social; uma segunda, à felicidade; e uma terceira área envolvida na tomada de decisões.

(13) A equipe descobriu que o grupo que se comprometeu a doar o dinheiro relatou estar mais feliz do que os que iam gastar a quantia com eles próprios.

(14) As descobertas têm implicações para a educação, política, economia e saúde pública, segundo os pesquisadores.

(15) "A generosidade e a felicidade melhoram o bem-estar individual e podem facilitar o sucesso social", escreveram. 

Jornal do Commércio. Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2017/07/12/estudo-revela-que-praticar-atos-de-generosidade-traz-felicidade-294878.php. Acesso: 08 out. 2017(adaptado).

A
Na intenção de persuadir os leitores a praticarem atos de generosidade, percebe-se a predominância do tipo textual injuntivo.
B
Por se tratar de uma reportagem e trazer explicações acerca de recentes descobertas científicas, apresenta sequências tipológicas predominantemente explicativas com trechos descritivos.
C
Na intenção de persuadir os possíveis leitores a concordarem com a realização dos experimentos científicos mencionados, possui tipologia predominantemente dissertativo-argumentativa.
D
Por se tratar de um artigo de divulgação científica e explicar como se deu a realização dos experimentos, a tipologia predominante é a explicativa, embora haja sequências narrativas em sua composição.
E

Por se tratar de uma notícia e ser de cunho informativo, observam-se sequências narrativas e descritivas em sua composição.

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UNEB 2017 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto se caracteriza por ser

TEXTO: 


O FIM DO EMPREGO

O futuro do trabalho no mundo globalizado



Adaptado de: MACHADO, João Luís de Almeida. O fim do emprego.
O futuro do trabalho no mundo globalizado. Disponível em: <http:/
/www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1069.
Passim> . Acesso em: 24 nov. 2017.

A
a narração de um fato real e atual, acrescida de informações e considerações pessoais do autor.
B
uma descrição, isenta de opiniões, das futuras consequências do processo de globalização.
C
uma narrativa ficcional, criada para exemplificar uma característica do mundo do trabalho em nosso tempo.
D
uma dissertação sobre tema polêmico, em que há defesa do ponto de vista pessoal do autor, sem argumentação consistente.
E
um texto injuntivo, com características prescritivas, que visa ao convencimento do leitor a respeito de determinada característica da atualidade.
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UEL 2017 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No segundo parágrafo do trecho transcrito, Sérgio apresenta-se como “empoeirado e sujo como de rolar sobre os escarros”. A sujeira do protagonista é física, portanto, o adjetivo tem o sentido denotativo. Contudo, a sensação de sujeira pode ser estendida a outras circunstâncias relacionadas ao trecho e ao romance.

Neste sentido, considere as afirmativas a seguir.


I. O reconhecimento de tratamento diferente aos dois alunos denota, no narrador-personagem, a percepção de que a administração agiu de forma suja.

II. Os remorsos de Sérgio e as reprimendas de Aristarco, após o episódio com o diretor, levam o protagonista a sentir-se sujo.

III. O sentimento de sujeira experimentado pelo protagonista está vinculado ao fato de imputar a culpa no episódio ao colega Bento Alves.

IV. O desconforto do protagonista aproxima-se da sensação de sujeira após as relações homossexuais praticadas com os colegas e descritas com detalhes no romance.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
71903758-b0
CEDERJ 2019, CEDERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto apresenta, predominantemente, uma estrutura

 Texto 2


A
descritiva.
B
expositiva.
C
enumerativa.
D
argumentativa.
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PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Tipologia Textual, Conjunções: Relação de causa e consequência, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Morfologia

I. O verbo “poder”, embora formalmente no imperfeito do indicativo, indica hipótese, possibilidade.
II. O uso do discurso direto tem como efeito conferir ao poema um tom prosaico.
III. A conjunção “e”, no segundo verso, tem valor adversativo.


Tendo em conta as afirmativas acima, assinale a alternativa CORRETA.

Pneumotórax

Manuel Bandeira
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

– Diga trinta e três.
– Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
– Respire.

...............................................................................................................................

– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da manhã. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 30.
A
Todas são verdadeiras.
B
Apenas II e III são verdadeiras.
C
Apenas I e III são verdadeiras.
D
Apenas I e II são verdadeiras.
9b6ac441-b0
PUC-MINAS 2013 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

“Vais encontrar o mundo”, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. “Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
(POMPEIA, Raul. O ateneu. São Paulo, FTD, 1992).

Em relação à estruturação da narrativa, o texto apresenta:

A
linguagem e ponto de vista infantis.
B
narração em primeira pessoa.
C
predomínio do discurso direto.
D
voz narrativa distante dos fatos narrados
4617444c-ba
UFRGS 2019 - Português - Tipologia Textual

O texto apresenta diferentes modos de organização em sua composição.


Na coluna da esquerda, abaixo, são listados modos de organização do texto; na da direita, passagens que correspondem, predominantemente, a esses modos de organização.

Associe corretamente a coluna da direita à da esquerda.


1 - Modo descritivo

2 - Modo explicativo

3 - Modo narrativo 


( ) Em uma madrugada chuvosa, [...] (l. 02).

( ) acorda, ao amanhecer, às cinco horas, toma rapidamente o café da manhã, dirige-se até o carro, acessa a rua, e, como de costume, faz o mesmo trajeto até o trabalho (l. 03-07).

( ) uma das avenidas de sua habitual rota está totalmente congestionada (l. 09-10).

( ) A cena 1 é um exemplo clássico de análise de redes, a cena 2 é um exemplo clássico de alocação espacial – duas das técnicas mais importantes da análise geoespacial (l. 65-69).

( ) A análise geoespacial reúne um conjunto de métodos e técnicas quantitativos dedicados à solução dessas e de outras perguntas similares, em computador, [...] (l. 70-73).


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é 


A
3 – 3 – 1 – 1 – 2.
B
1 – 3 – 1 – 2 – 2.
C
3 – 3 – 1 – 1 – 3.
D
1 – 2 – 3 – 2 – 3.
E
1 – 3 – 3 – 1 – 2.
41b08d82-cc
UFMS 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as sequências tipológicas em que se estruturam os textos 1, 2 e 3, é correto afirmar que:

              Texto 1

            Um lugar Bonito pela própria natureza

"Se o interesse é água, a cidade localizada na borda do Pantanal dá um banho. Seja em rios, lagos ou cachoeiras, o que não falta aos ecoturistas é aventura, emoção e muita adrenalina

No encontro com as águas cristalinas e calcárias dos rios de Bonito (MS), o importante é se deixar levar pela leve correnteza entre piraputangas avermelhadas e dourados gulosos, alguns dos peixes da região."

(Fragmento de reportagem produzida pelo jornalista Antônio Paulo Pavone, em 21-2-2003. Disponível em http://www.estadao.com.br/turismo/brasil/bonito/tu1.htm)

        Texto 2

“Gigante pela própria natureza,

És belo, és forte, impávido colosso,

E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,

Entre outras mil,

és tu, Brasil,

Ó, Pátria amada![...]”

(Fragmento da letra do Hino Nacional Brasileiro, escrita por Osório Duque Estrada [1909])

 Texto 3

“Moro num país tropical,

abençoado por Deus

E bonito por natureza (mas que beleza)

Em fevereiro (em fevereiro)

Tem carnaval (tem carnaval)

[...]”

(Fragmento da letra da canção “País tropical”, escrita por Jorge Ben Jor [1969])

A
No texto 2, predominam sequências dialogais e instrucionais.
B
No texto 1, predominam sequências descritivas e informativas.
C
No texto 3, predominam sequências narrativas e informativas.
D
Nos textos 2 e 3, predominam sequências dialogais e narrativas.
E
Nos textos 1 e 3, predominam sequências injuntivas e descritivas.
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IF-MT 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

As marcas narrativas presentes no texto são características da preponderância do discurso:

Texto IV: base para a questão.


                          Um homem de consciência


      Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

      Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

      Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

      — Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...

      João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

      — É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

      Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

      Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

    João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.

     — Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

     — Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E sumiu."

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)

A
direto.
B
indireto.
C
indireto livre.
D
expositivo.
E
injuntivo.
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ENEM 2018 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

Cores do Brasil


Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é ser publicação informativa sobre nomes do “movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um caminho estético fundamental na arte brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi adotado por designar internacionalmente a produção que no Brasil é chamada de arte popular ou primitivismo, esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição veio da vontade de atualizar informações publicadas há 26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.

WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado).


O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse trecho predomina o uso da sequência

A
injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do organizador do livro.
B
argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos sobre o livro.
C
narrativa, construída pelo uso de discurso direto e indireto.
D
descritiva, formada com base em dados editoriais da obra.
E
expositiva, composta por informações sobre a arte naïf.
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IF-PE 2018 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual

Com relação à estrutura e à função do TEXTO 2, afirma-se que

Leia o TEXTO 2 para responder a questão.


TEXTO 2 


FUTEBOL DE RUA



(1) Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim:
(2) DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se usar uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. Quem jogar descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo.

(3) DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

(4) DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser respeitadas. Ruim vai para o gol. De óculos é meia-armador, para evitar os choques.

(5) DO JUIZ – Não tem juiz.

(6) DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas eventualidades:

(7) a) Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la, mande o seu irmão menor.

(8) b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com cachorro, deve-se providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se rapidamente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.

(9) c) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto com a bola e se entrar é gol.

(10) DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando!

(11) DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o futebol de verdade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner.


VERÍSSIMO, Luís Fernando. Futebol de rua. Disponível em: < http://contobrasileiro.com.br/futebol-de-ruacronica-de-luis-fernando-verissimo/>. Acesso em: 05 maio 2018 (adaptado).

A
é um exemplo de paráfrase: tem função social de lei, pois se baseia na estrutura de um regulamento, mas se utiliza de linguagem subjetiva reconstruindo um passado afetivo com base em termos antigos do discurso futebolístico.
B
é um exemplo de intertextualidade explícita: constitui um relato e os intertextos com a subjetividade do discurso literário ficam evidentes através da poeticidade do texto que se apoia em metáforas e comparações.
C
é um exemplo de paródia: possui função social de regimento e é composto pela recriação de uma obra já existente a partir de um ponto de vista predominantemente cômico.
D
é um exemplo de intertextualidade implícita: tem função social de conto, mas é composto por longas sequências injuntivas resultantes de diálogos com intertextos diversos, mas sem identificação da fonte.
E
é um exemplo de gênero textual híbrido: possui função social de crônica, mas se estrutura por meio de sequência tipológica injuntiva e se constitui na forma de gêneros da esfera jurídica, como regimentos e leis.
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UEG 2011 - Português - Interpretação de Textos, Intertextualidade, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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A imagem e o texto acima

A
enfocam a violência inerente às narrativas futebolísticas.
B
criticam a banalização da narrativa futebolística na mídia.
C
valorizam a perspectiva artística na narrativa de um jogo de futebol.
D
apresentam características da narrativa européia no futebol brasileiro.
12572003-49
UNB 2010 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto pode ser classificado como acadêmico, em que a autora usa tom impessoal e distante, de forma compatível com a crença de que textos acadêmicos e científicos devem ser objetivos e isentos de marcas de subjetividade do autor.

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Com base no texto acima, julgue o seguinte item.

C
Certo
E
Errado