Questõesde IF-PR sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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IF-PR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que melhor registra a mensagem que a tirinha pretende veicular.

A
Transmite mensagem de preocupação com meio ambiente.
B
Tem a intenção de chamar atenção para o descarte correto do lixo.
C
Faz uma crítica ao consumismo, especialmente de automóveis.
D
Demonstra a necessidade de realização de exercícios físicos para manutenção da saúde.
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IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que melhor caracteriza o texto em relação aos gêneros literários.

O adiado avô.

Mia Couto.
  Nossa irmã Glória pariu e foi motivo de contentamentos familiares. Todos festejaram, exceto o nosso velho, Zedmundo Constantino Constante, que recusou ir ao hospital ver a criança. No isolamento de seu quarto hospitalar, Glória chorou babas e aranhas. Todo o dia seus olhos patrulharam a porta do quarto. A presença de nosso pai seria a bênção, tão esperada quanto o seu próprio recém-nascido. - Ele há-de vir, há-de vir. Não veio. Foi preciso trazerem o miúdo a nossa casa para que o avô lhe passasse os olhos. Mas foi como um olhar para nada. Ali no berço não estava ninguém. Glória reincidiu no choro. (...). Suplicou a sua mãe Dona Amadalena. Ela que falasse com o pai para que este não mais a castigasse. Falasse era fraqueza de expressão: a mãe era muda, a sua voz esquecera de nascer. O menino disse as primeiras palavras e, logo, o nosso pai Zedmundo desvalorizou: - Bahh! Contrariava a alegria geral. À mana Glória já não restava sombra de glória. (...) O homem sempre acinzentava a nuvem. Mas Zedmundo, no capítulo das falas, tinha a sua razão: nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos. - E é o que repito: falar é fácil. Custa é aprender a calar. E repetia a infinita e inacabada lembrança, esse episódio que já conhecíamos de salteado. Mas escutamos, em nosso respeitoso dever. Que uma certa vez, o patrão português, perante os restantes operários, lhe intimou: - Você, fulano, o que é que pensa? Ainda lhe veio à cabeça responder: preto não pensa, patrão. Mas preferiu ficar calado. - Não fala? Tem que falar, meu cabrão. Curioso: um regime inteiro para não deixar nunca o povo falar e a ele o ameaçavam para que não ficasse calado. E aquilo lhe dava um tal sabor de poder que ele se amarrou no silêncio. E foram insultos. Foram pancadas. E foi prisão. Ele entre os muitos cativos por falarem de mais: o único que pagava por não abrir a boca. - Eu tão calado que parecia a vossa mãe, Dona Amadalena, com o devido respeito... Meu velho acabou a história e só minha mãe arfou a mostrar saturação. Dona Amadalena sempre falara suspiros. Porém, em tons tão precisos que aquilo se convertera em língua. Amadalena suspirava direito por silêncios tortos. (...) A mulher puxou-o para o quarto. Ali, no côncavo de suas intimidades, o velho Zedmundo se explicou. (...). Eu não sou avô, eu sou eu, Zedmundo Constante. Agora, ele queria gozar o merecido direito: ser velho. A gente morre ainda com tanta vida! - Você não entende, mulher, mas os netos foram inventados para, mais uma vez, nos roubarem a regalia de sermos nós. E ainda mais se explicou: primeiro, não fomos nós porque éramos filhos. Depois, adiámos o ser porque fomos pais. Agora, querem-nos substituir pelo sermos avós. (...)
A
O texto é poético, fortemente marcado por metáforas e construções simbólicas, características que o enquadram no gênero lírico.
B
O texto pertence ao gênero dramático, pois é evidente o apelo aos dramas humanos: rejeição, tirania, incompreensão entre outros.
C
Não é possível definir a que gênero pertence, pois o texto apresenta características de mais de um gênero.
D
A presença do narrador é suficiente para caracterizar o texto como pertencente ao gênero narrativo.
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IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que explica corretamente a atitude do protagonista, de se “amarrar no silêncio” (negritado, no texto).

O adiado avô.

Mia Couto.
  Nossa irmã Glória pariu e foi motivo de contentamentos familiares. Todos festejaram, exceto o nosso velho, Zedmundo Constantino Constante, que recusou ir ao hospital ver a criança. No isolamento de seu quarto hospitalar, Glória chorou babas e aranhas. Todo o dia seus olhos patrulharam a porta do quarto. A presença de nosso pai seria a bênção, tão esperada quanto o seu próprio recém-nascido. - Ele há-de vir, há-de vir. Não veio. Foi preciso trazerem o miúdo a nossa casa para que o avô lhe passasse os olhos. Mas foi como um olhar para nada. Ali no berço não estava ninguém. Glória reincidiu no choro. (...). Suplicou a sua mãe Dona Amadalena. Ela que falasse com o pai para que este não mais a castigasse. Falasse era fraqueza de expressão: a mãe era muda, a sua voz esquecera de nascer. O menino disse as primeiras palavras e, logo, o nosso pai Zedmundo desvalorizou: - Bahh! Contrariava a alegria geral. À mana Glória já não restava sombra de glória. (...) O homem sempre acinzentava a nuvem. Mas Zedmundo, no capítulo das falas, tinha a sua razão: nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos. - E é o que repito: falar é fácil. Custa é aprender a calar. E repetia a infinita e inacabada lembrança, esse episódio que já conhecíamos de salteado. Mas escutamos, em nosso respeitoso dever. Que uma certa vez, o patrão português, perante os restantes operários, lhe intimou: - Você, fulano, o que é que pensa? Ainda lhe veio à cabeça responder: preto não pensa, patrão. Mas preferiu ficar calado. - Não fala? Tem que falar, meu cabrão. Curioso: um regime inteiro para não deixar nunca o povo falar e a ele o ameaçavam para que não ficasse calado. E aquilo lhe dava um tal sabor de poder que ele se amarrou no silêncio. E foram insultos. Foram pancadas. E foi prisão. Ele entre os muitos cativos por falarem de mais: o único que pagava por não abrir a boca. - Eu tão calado que parecia a vossa mãe, Dona Amadalena, com o devido respeito... Meu velho acabou a história e só minha mãe arfou a mostrar saturação. Dona Amadalena sempre falara suspiros. Porém, em tons tão precisos que aquilo se convertera em língua. Amadalena suspirava direito por silêncios tortos. (...) A mulher puxou-o para o quarto. Ali, no côncavo de suas intimidades, o velho Zedmundo se explicou. (...). Eu não sou avô, eu sou eu, Zedmundo Constante. Agora, ele queria gozar o merecido direito: ser velho. A gente morre ainda com tanta vida! - Você não entende, mulher, mas os netos foram inventados para, mais uma vez, nos roubarem a regalia de sermos nós. E ainda mais se explicou: primeiro, não fomos nós porque éramos filhos. Depois, adiámos o ser porque fomos pais. Agora, querem-nos substituir pelo sermos avós. (...)
A
Despossuído de direitos, calar simbolizava resistir aos desmandos a que constantemente era submetido
B
O regime autoritário em que vivia impunha o silêncio como conduta, e o personagem se acostumara a isso.
C
Sabia que insultos, pancadas e prisão eram os castigos para quem falava demais.
D
Talvez por admirar o silêncio da esposa, pois afirma que lhe tinha muito respeito.
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IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa correta em relação ao texto.

Os dois amigos se encontram, para um dia de pescaria. Um deles estranha a “bagagem” do outro:

– Ô cumpade, pra mode quê tá levano esses dois embornal? Tudo é isca?

– Não... É que tô levano uma pingazinha, cumpade.

– Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!

– Cumpade, é que pode aparecê uma cobra e picá a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole, que é pra mode num sinti a dô.

– É... e na outra sacola, o que cê tá levano?

– É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...

A
A linguagem utilizada pelos interlocutores é uma forma de deixar notória a ignorância da parcela “caipira” da população brasileira.
B
A linguagem é uma variante linguística usada, geralmente, para imprimir humor aos textos, constituindo-se como o motivo principal da anedota.
C
Não pode ser considerado um texto, por não respeitar a norma padrão e, por isso, não cumprir sua função comunicativa.
D
Revela uma, entre as diversas modalidades linguísticas usadas pelos falantes, para a comunicação, tão legítima quanto a norma padrão.
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Mia Couto, autor moçambicano, é conhecido por abordar o passado colonial de sua terra natal, a opressão feminina, a família patriarcal e a luta do povo em busca de sua identidade. Metaforicamente, de modo implícito, ou explícito, essas marcas se evidenciam nesse texto, nas situações:

I) silêncio de Amadalena.

II) insistência de Zedmundo em ser ele mesmo.

III) insistência de Glória na bênção do pai ao neto.

IV) postura autoritária do patrão português.

V) mágoa explícita do narrador.


Estão corretos apenas:

O adiado avô.

Mia Couto.
  Nossa irmã Glória pariu e foi motivo de contentamentos familiares. Todos festejaram, exceto o nosso velho, Zedmundo Constantino Constante, que recusou ir ao hospital ver a criança. No isolamento de seu quarto hospitalar, Glória chorou babas e aranhas. Todo o dia seus olhos patrulharam a porta do quarto. A presença de nosso pai seria a bênção, tão esperada quanto o seu próprio recém-nascido. - Ele há-de vir, há-de vir. Não veio. Foi preciso trazerem o miúdo a nossa casa para que o avô lhe passasse os olhos. Mas foi como um olhar para nada. Ali no berço não estava ninguém. Glória reincidiu no choro. (...). Suplicou a sua mãe Dona Amadalena. Ela que falasse com o pai para que este não mais a castigasse. Falasse era fraqueza de expressão: a mãe era muda, a sua voz esquecera de nascer. O menino disse as primeiras palavras e, logo, o nosso pai Zedmundo desvalorizou: - Bahh! Contrariava a alegria geral. À mana Glória já não restava sombra de glória. (...) O homem sempre acinzentava a nuvem. Mas Zedmundo, no capítulo das falas, tinha a sua razão: nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos. - E é o que repito: falar é fácil. Custa é aprender a calar. E repetia a infinita e inacabada lembrança, esse episódio que já conhecíamos de salteado. Mas escutamos, em nosso respeitoso dever. Que uma certa vez, o patrão português, perante os restantes operários, lhe intimou: - Você, fulano, o que é que pensa? Ainda lhe veio à cabeça responder: preto não pensa, patrão. Mas preferiu ficar calado. - Não fala? Tem que falar, meu cabrão. Curioso: um regime inteiro para não deixar nunca o povo falar e a ele o ameaçavam para que não ficasse calado. E aquilo lhe dava um tal sabor de poder que ele se amarrou no silêncio. E foram insultos. Foram pancadas. E foi prisão. Ele entre os muitos cativos por falarem de mais: o único que pagava por não abrir a boca. - Eu tão calado que parecia a vossa mãe, Dona Amadalena, com o devido respeito... Meu velho acabou a história e só minha mãe arfou a mostrar saturação. Dona Amadalena sempre falara suspiros. Porém, em tons tão precisos que aquilo se convertera em língua. Amadalena suspirava direito por silêncios tortos. (...) A mulher puxou-o para o quarto. Ali, no côncavo de suas intimidades, o velho Zedmundo se explicou. (...). Eu não sou avô, eu sou eu, Zedmundo Constante. Agora, ele queria gozar o merecido direito: ser velho. A gente morre ainda com tanta vida! - Você não entende, mulher, mas os netos foram inventados para, mais uma vez, nos roubarem a regalia de sermos nós. E ainda mais se explicou: primeiro, não fomos nós porque éramos filhos. Depois, adiámos o ser porque fomos pais. Agora, querem-nos substituir pelo sermos avós. (...)
A
I e III.
B
II e V
C
I, II, III e IV
D
III, IV e V.
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Analise a charge com atenção.


    Nessa charge, os recursos não-verbais são suficientes para a compreensão da mensagem, que poderia ser assim registrada: 

A
Nos hospitais, a prioridade não é mais o ser humano, pois não há enfermeiros nas UTIs.
B
A pessoa dependente da tecnologia pode pôr em risco a própria vida.
C
Mesmo com toda a assistência tecnológica, a vida humana cessa quando chega a hora.
D
A vida está sempre por um fio.
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IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o texto, selecione, entre as alternativas, o dizer popular ao qual se pode relacionar algum fragmento dele, ou sua totalidade.

Os dois amigos se encontram, para um dia de pescaria. Um deles estranha a “bagagem” do outro:

– Ô cumpade, pra mode quê tá levano esses dois embornal? Tudo é isca?

– Não... É que tô levano uma pingazinha, cumpade.

– Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!

– Cumpade, é que pode aparecê uma cobra e picá a gente. Aí nóis desinfeta com a pinga e toma uns gole, que é pra mode num sinti a dô.

– É... e na outra sacola, o que cê tá levano?

– É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...

A
O sujeito não dá ponto sem nó.
B
Deus ajuda quem cedo madruga.
C
Não dê o peixe; ensine a pescar.
D
Mente vazia, oficina do diabo.
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IF-PR 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise as assertivas dadas a seguir.

I) A sociedade atual não produz conhecimentos impactantes.

II) No mundo em que vivemos, a ciência tem pouco valor; predominam as ideias infundadas, e os dogmatismos.

III) Com tanta informação disponível, as novas gerações não precisam aprofundar seus conhecimentos: sabem de tudo um pouco.

IV) Os ideais iluministas são muito marcantes e a sociedade atual não consegue ultrapassá-los.

V) Na atualidade, as sociedades são regidas por interesses negociais que se traduzam em lucro.

Assinale aquelas que estão de acordo com as ideias do texto.

     Em texto publicado no New York Times, Neal Gabler, da Universidade do Sul da Califórnia, argumenta que vivemos em uma sociedade na qual ter informações tornou-se mais importante do que pensar: uma era pós-ideias(...). Seu ponto de partida é uma constatação desconcertante: vivemos em uma sociedade vazia de grandes ideias, leia-se, conceitos e teorias influentes, capazes de mudar nossa maneira de ver o mundo. (...) Não somos menos inteligentes do que nossos ancestrais. A razão para a esqualidez de nossas ideias, segundo o autor, é que vivemos em um mundo no qual ideias que não podem ser rapidamente transformadas em negócios, lucros, são relegadas às margens. Tal condição é acompanhada pelo declínio dos ideais iluministas – o primado da razão, da ciência e da lógica – e a ascensão da superstição, da fé e da ortodoxia. (...)

    O autor aponta que a principal causa da debilidade das nossas ideias é o excesso de informações. Hoje, graças à internet, temos acesso facilitado a qualquer informação, de qualquer fonte, em qualquer parte do planeta. Colocamos a informação acima do conhecimento. Temos acesso a tantas informações que não temos tempo para processá-las. (...) Saber, ou possuir informação, tornou-se mais importante do que conhecer; mais importante porque tem mais valor, porque nos mantêm à tona, conectados em nossas infinitas redes de pseudorrelações.

   As novas gerações estão adotando maciçamente as mídias sociais, fazendo delas sua forma primária de comunicação. Para Glaber, tais mídias fomentam hábitos mentais que são opostos àqueles necessários para gerar ideias. Elas substituem raciocínios lógicos e argumentos por fragmentos de comunicação e opiniões descompromissadas.

   O mesmo fenômeno atinge as gerações mais velhas. Nas empresas, muitos executivos passam parte considerável de seu tempo captando fragmentos de notícias sobre mercados, concorrentes e clientes. (...) Vivem a colher informações e distribuí-las, sem vontade ou tempo para analisá-las. Tornam-se máquinas de captação e reprodução. À noite, em casa, repetem o comportamento nas mídias sociais. Seguem a vida dos amigos e dos amigos dos amigos; comunicam-se por uma orgia de imagens e frases curtas, signos cheios de significado e vazios de sentido. (Carta Capital, 16/10/2011)
A
I e IV
B
II e IV.
C
I, II e V
D
III, IV e V