Questõesde CESMAC sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Foram encontradas 99 questões
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para captar a ideia global do Texto, convém que o entendamos como:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
uma advertência no sentido de que as consequências do aquecimento da Terra apontam para o inevitável final dos tempos.
B
um apelo para que vejamos o aquecimento global não como um caso de ficção científica mas como um risco que exige fim definitivo, imediato e inadiável.
C
uma proposta para identificar as causas naturais que estão na raiz dos impactos ambientais que põem a vida na Terra em risco.
D
uma exposição em que se faz uma relação de causa e efeito entre avanços do conhecimento científico e o processo de aquecimento da Terra.
E
uma declaração de como será impossível uma reversão do processo crescente de liberação, na atmosfera, de gases de efeito estufa.
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CESMAC 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em resumo, o autor do Texto defende, como solução para o problema levantado, a seguinte opção:

Ciência e aquecimento global


1. O que até recentemente parecia ficção tomou forma na realidade como desafio que exige – se não solução imediata, algo bem provável – ao menos encaminhamento promissor.

2. O aquecimento global, como consequência da liberação crescente na atmosfera de gases de efeito estufa, é o maior impacto ambiental da história da civilização, o que não significa que aponte para o final dos tempos. (...)

3. O conhecimento científico tem participação ampla e profunda tanto no processo de aquecimento da Terra como nos encaminhamentos para evitar uma tragédia de proporções inéditas para a humanidade. Foram avanços de natureza científica – particularmente na termodinâmica, o estudo das transformações da energia – que permitiram a substituição de músculos humanos e animais pelas engrenagens das máquinas. Este mesmo conhecimento advertiu, já no século XIX, para o praticamente inevitável aquecimento futuro da atmosfera por elementos tão insuspeitos quanto vapor d’água e dióxido de carbono.

4. As manchetes dos jornais, anunciando a identificação do aquecimento global a partir de atividades humanas, fizeram do dióxido de carbono um vilão quase indefensável ao longo dos últimos meses. A verdade, no entanto, é que este gás é imprescindível para a vida como a conhecemos e, além disso, atua como cobertor químico, para fazer da Terra o mundo aconchegante que ela é.

5. Quais as possibilidades de o atual conhecimento científico permitir uma reversão deste processo, ainda que nem tudo volte a ser como antes?

6. A identificação do aquecimento global como de origem antrópica, devidamente separada de causas naturais que já foram responsáveis por esta ocorrência mais de uma vez na história da Terra, certamente não deve passar despercebida. Assim, o obstáculo maior, ao que tudo indica, não está no estoque de conhecimentos – promissores ainda que não ilimitados – mas na necessidade de mudança de hábitos, pela primeira vez na história da civilização, de toda a humanidade.


            (Ponto de Vista. Scientific American Brasil, São Paulo: Ed. Especial, dez. 2003, p. 7)

A
reduzir o uso de artifícios e recursos mecânicos.
B
ampliar o repertório do conhecimento científico.
C
perceber o aquecimento como ocorrência natural.
D
fazer avançar os estudos da termodinâmica.
E
admitir, universalmente, novos hábitos de vida.
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O Texto 2 atinge, preferencialmente, a área social própria:

TEXTO 2

Tempos ansiosos


(1) Saber lidar com as preocupações se tornou uma característica desejada, porque a ansiedade foi relegada ao posto de vilã do mundo moderno. Apesar de ser essencial para a sobrevivência, ela ganhou o estigma de atrapalhar as relações pessoais, a competência no trabalho e todo tipo de situação delicada.

“Se o candidato não consegue dominar a ansiedade na hora da seleção de emprego, já questionamos como ele agirá no ambiente de trabalho”, diz Adriana Vilela, analista de recursos humanos da RHBrasil, empesa que recruta candidatos para o mercado de trabalho. É muito comum, aliás, as pessoas reclamarem que são ansiosas demais e os especialistas chamarem os nossos tempos de “era da ansiedade”.

(2) Mas essa noção de que vivemos numa época especialmente estressante é coisa ultrapassada, na verdade. A ideia de “era da ansiedade” nasceu antes da internet e do computador. Apareceu pela primeira vez em 1947, num poema do inglês Hugh Auden, que, desiludido com a humanidade depois da 2ª. Guerra Mundial, criticou o homem e sua busca sem sentido por significado.

Desde então, há pelo menos uma obra por década que afirma que o ser humano está passando pelos tempos mais difíceis de sua história e que, coitados de nós, sofremos demais com a ansiedade.
(Hueck, Karin. Sobre a ansiedade. Revista Superinteressante. São Paulo: Abril, nov. 2008. Adaptado)
A
de historiadores e filosofos.
B
de escritores e jornalistas.
C
da publicação de obras médicas.
D
da definição da atualidade moderna.
E
das relações profissionais.
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Considerando o núcleo do tema desenvolvido no Texto 1, uma afirmação relevante consta na alternativa:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
“O mundo será melhor quando (...) transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade”.
B
“Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós”.
C
“Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados”.
D
“Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’”.
E
“A hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem”.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Analise a formulação do seguinte trecho: “Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo”. Pode-se perceber nesse trecho:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
o uso constante de sujeitos pospostos aos verbos principais, nos segmentos sublinhados.
B
a predominância da inclusão do autor na formulação do discurso, o que fica claro no uso de referências ao discurso direto
C
uma reiteração, na medida em que se reforça uma ideia com termos semanticamente bastante próximos.
D
a total omissão aos contextos e às circunstâncias que justificariam as afirmações feitas.
E
a falta de recursos coesivos, como conjunções e pronomes, dificultando-se o entendimento de sua coerência.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Globalmente, em relação à “valorização da ética”, o Texto 1 propõe que:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
seja entendida a diferença entre um princípio teórico e seus respectivos sensos contraditórios.
B
sejam nossos discursos o caminho mais fácil para se ter acesso aos valores da ética.
C
o cinismo e a alienação dos jovens podem retardar desempenhos civis de solidariedade.
D
haja coerência entre as argumentações teóricas e as manifestações de procedimentos concretos.
E
sentimentos incoerentes não subjazem e não se associam à experiência humana.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O paradoxo de que fala o Texto 1 se manifesta:

TEXTO 1

A valorização da ética


(1) Há um paradoxo na nossa relação com a ética. Pais, filósofos e educadores concordam quanto aos valores a serem transmitidos e preservados. A questão é que a crença nos valores se dá no atacado e no abstrato, enquanto sua transmissão se faz no concreto das relações cotidianas. Aí se instala a contradição.
(2) Ficam desacreditadas as solenes exposições pedagógicas sobre disciplina e respeito aos direitos do outro quando a escola é conivente com brincadeiras agressivas. Os repetidos sermões sobre limites ficam sob suspeita se os pais passam pelo acostamento quando a estrada está congestionada ou param em fila dupla na frente da escola. Nossas conversas sobre integridade ficam comprometidas quando compramos vídeos e discos pirateados ou fazemos ligações clandestinas de TV a cabo.
(3) Talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós. Infelizmente, também somos muito distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um ‘piloto automático’, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.
(4) Mas a hipocrisia está a um passo à frente do cinismo, na medida em que o hipócrita sabe qual é o caminho do bem, reconhece que deveria percorrê-lo, mas não consegue pôr em prática sua crença teórica. Diferentemente do cínico, que nega a validade de qualquer escolha e adota o princípio do “não tenho nada com isso”, com um alienado encolher de ombros.
(5) Talvez seja essa a verdadeira ameaça a nos desviar do caminho de um futuro melhor. Uma geração de jovens cínicos e alienados poderia, de fato, pôr tudo a perder. O mundo será melhor quando cuidarmos para que nosso comportamento reflita nossos princípios e transformarmos os discursos sobre fraternidade em gestos de solidariedade. Aí, então, a opção pelo caminho da ética se fará não por temor à punição ou à censura, mas como exercício de amor-próprio, como um componente da dignidade.
(Aratangy, Lídia Rosenberg. Claudia. São Paulo: Abril, jun. 2004, p. 148-151. Adaptado)
A
nos sentidos expressos pelas palavras ‘fraternidade’ e ‘solidariedade’.
B
no nível de abstração de nossos discursos e no plano empírico de nossas opções.
C
na oposição semântica entre os conceitos de hipocrisia e cinismo.
D
na opção pela ética como simples resultado do temor à punição ou à censura.
E
na transmissão e preservação dos valores éticos a cargo do discurso pedagógico.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Analise o trecho seguinte: “as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo”. Considerando a relação do segmento destacado com o restante do texto, pode-se perceber a declaração de uma ‘mudança’, de caráter:

 

Como uma onda

1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.

2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.

3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?

7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!

(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007, p 163-164).

A
irregular.
B
proporcional.
C
variável.
D
esporádico.
E
eventual.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



 (O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 10/2002,).


É absolutamente atual o recurso a outras formas de linguagem, de suportes e de gêneros textuais, disponibilizados pelo aparato tecnológico aplicado à comunicação. No caso da tirinha de Calvin, mostrada acima, a ideia do garoto:


1) contraria a dinâmica dos processos implicados na interação verbal; daí, a sua complexidade e seus limites visivelmente insuperáveis.

2) fere as expectativas aceitáveis, pois o próprio intento regular para a interação verbal regula, para as palavras, certa estabilidade de sentido.

3) não é pertinente, pois cada língua é produto da intervenção de todos os falantes e subsiste, exatamente, pelo uso coletivo do grupo.

4) acarretaria, por suposto, uma imensa desordem na interlocução social, uma vez que se perderia a razão de ser de uma forma de linguagem.

Estão corretas: 

A
1, 2, 3 e 4.
B
2, 3 e 4, apenas.
C
1 e 3, apenas.
D
2 e 4, apenas.
E
1, 3 e 4, apenas.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação ao Texto, cabem, corretamente, algumas observações: 

1) a pretensão do autor é oferecer outra concepção da língua, objeto que está em discussão.
2) o tema tratado carece de relevância, pois aborda uma questão socialmente aceita e incontroversa.
3) a linguagem preferida pelo autor se afasta de certezas e definições categóricas.
4) o título do texto tem um sentido claramente metafórico.

Estão corretas:

 

Como uma onda

1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.

2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.

3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?

7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!

(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola, 2007, p 163-164).

A
1, 2, 3 e 4.
B
1, 2 e 3, apenas.
C
1, 3 e 4, apenas.
D
2 e 4, apenas.
E
1 e 4, apenas.
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O autor do Texto 2 tenta desmistificar um mito que paira no cotidiano de algumas pessoas. A superação desse mito leva a admitir como inaceitável a crença de que

A arte de escrever

1. Há, portanto, uma arte de escrever, que é a produção de um texto escrito. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar adequada.

2. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte, em princípio. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade de uma boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensiva de ideias.

3. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem se não sabe bem sobre o que vai escrever. Justamente por causa disso, as condições para a escrita de um texto, no exercício da vida profissional ou no intercâmbio social amplo, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram da redação escolar o caráter negativo de mero exercício formal.

4. Qualquer um de nós, senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um dom inato, especial, para escrever, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação especial, que o esforço e a prática continuada e persistente vencem.

5. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]

6. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido. Depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bons resultados, escreveram.

CAMARA, J. Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, Vozes, 1983. Adaptado.
A
a oralidade e a escrita são processos totalmente antagônicos e distintos, sem mútua influência ou reciprocidade.
B
a capacidade para escrever, inclusivamente, peças literárias, constitui um dom inato e dispensa a prática cotidiana e persistente.
C
a fala é mais fácil que a escrita, porque dispensa o cuidado com o planejamento e a distribuição metódica das ideias.
D
a oralidade isenta quem está com a palavra de eleger um determinado objetivo para o que vai dizer em seu texto.
E
a produção de um texto escrito independe da prática da autocrítica e da observação cuidadosa do que outros, em outras épocas, escreveram.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A compreensão do Texto requer que o vejamos como um texto: 


Se você parar para pensar...


1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”

2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.

3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.

4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)

5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.

(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)

A
do tipo narrativo e do gênero notícia: com detalhes sobre fatos que atingiram pessoas e cenários.
B
do tipo narrativo e do gênero ‘ficção literária’; logo são justas as referências a autores e a obras da Literatura.
C
do tipo expositivo e do gênero ‘lição acadêmica’; por isso, uma abordagem descontextualizada.
D
do tipo dissertativo e do gênero ‘relato’; assim, se justifica a falta de apelo a transformações.
E
do tipo expositivo e do gênero comentário opinativo; daí, críticas a posturas gerais e propostas de mudança.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O argumento principal do Texto é explicitado no seguinte trecho:


Se você parar para pensar...


1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”

2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.

3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.

4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)

5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.

(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)

A
“A originalidade do ser humano está em ser capaz de tomar, livremente, decisões até mesmo quando elas parecem não existir”.
B
“Pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico!”.
C
“Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime”.
D
(Há alguns) “que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos".
E
“Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e de partir, céleres, em direção ao incerto”.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em relação aos possíveis leitores do Texto, o propósito comunicativo pretendido foi:


Se você parar para pensar...


1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”

2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.

3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.

4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)

5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.

(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)

A
aludir a certas estratégias da mídia publicitária que, aleatoriamente, preferem adotar verbos no modo imperativo.
B
advertir que a carência dos momentos de reflexão representa uma ameaça à subjetividade e à livre decisão do ser humano.
C
explicar as razões pelas quais têm sido comuns os desejos e as atitudes que implicam desistência e afastamento da cultura atual.
D
sugerir outras formas de enfrentar as obrigações laborais do cotidiano, pela acertada opção da serenidade e do sossego.
E
propor outras estratégias de apelo publicitário, capazes de respeitar as escolhas de cada um e salvaguardar sua subjetividade.
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CESMAC 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia global do Texto pode ser sintetizada conforme a seguinte alternativa: 


Se você parar para pensar...


1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”

2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.

3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.

4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)

5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.

(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001. Adaptado)

A
Têm sido avassaladores os apelos da mídia, em geral, para que adotemos esse ou aquele ponto de vista em detrimento de nosso gosto ou de nossa preferência pessoal.
B
Constitui distintivo, por excelência, da espécie humana, ser capaz de refletir e tomar consciência de sua realidade.
C
A habilidade da reflexão pode ser um mal para alguns indivíduos que assumem o serviço de regular as decisões alheias.
D
O homem atual carece, cada dia mais, de complementar seus momentos de lazer e suas horas de sossego regulamentar.
E
A capacidade de reflexão e consciência do ser humano tem sido ameaçada pela cultura atual por ser uma aptidão acidental e fortuita.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Análise sintática, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Existem normas que regulam a combinação sintática das palavras, em função da expressão de sentidos. No trecho a seguir, o arranjo das palavras dificultou o entendimento dos sentidos pretendidos na alternativa:

TEXTO 3

Durante séculos, os jornais impressos eram o único meio regular de divulgação de notícias. Com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), o contexto de circulação das notícias foi radicalmente alterado.
Um exemplo ilustra bem essa transformação. Em 11 de setembro de 2001, quando terroristas lançaram aviões contra alvos americanos, matando milhares de pessoas, a opinião pública acompanhou, pelas telas de computador e televisão, os dramáticos acontecimentos.
Jornais impressos não teriam condições de levar as notícias a milhões de pessoas em todo o mundo à medida que os fatos iam acontecendo.
Essa constatação nos obriga a concluir algo importante: a depender do meio em que circulam as notícias, elas assumem configurações diferentes. Uma notícia redigida para ser postada em um portal da internet provavelmente contará com menos informações do que a notícia equivalente que será publicada na edição do jornal no dia seguinte. Isso ocorre porque, com a necessidade de informar os fatos no exato instante em que acontecem, os portais da internet não têm como garantir o tempo necessário para a apuração mais minuciosa dos detalhesdo fato noticiado.
É comum, inclusive, algumas das notícias veiculadas nesses portais serem atualizadas ao longo do dia, para acréscimo de detalhes e correção das informações iniciais que se mostram inexatas. Os jornais impressos não enfrentam essas dificuldades, porque dispõem de mais tempo e podem, assim, trazer informações mais completas e bem elaboradas.
Maria Luiza Abaurre e Maria Bernadete Abaurre. Produção de Textointerlocução e gêneros. São Paulo: Editora Moderna, 2007, p. 69. (Adaptado). 
A
Foi radicalmente alterado, com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), o contexto de circulação das notícias.
B
O contexto de circulação das notícias, com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), foi radicalmente alterado.
C
A transmissão de informação (rádio, televisão, internet), com o avanço das tecnologias, o contexto de circulação das notícias foi radicalmente alterado.
D
Com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), foi radicalmente alterado o contexto de circulação das notícias.
E
O avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), alterou radicalmente o contexto de circulação das notícias.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Pronomes possessivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Observe o seguinte trecho: “Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas”. Para entender o que está afirmado nesse trecho, é preciso identificar:


1) a relação de sinonímia plena entre os adjetivos ‘preciso’ e ‘uniforme’.
2) uma relação semântica de causa e consequência explicitamente estabelecida.
3) a expressão ‘além de’ como indicativo de acréscimo ou aumento de argumentos.
4) um duplo componente que torna, ainda mais complexa, a questão ora abordada.
5) o termo anterior que é retomado pelo pronome ‘suas’ em ‘suas línguas’.


Estão corretas:

TEXTO 2


A “A língua dos índios é muito rudimentar”


Assim como outros mitos, esse aqui já começa completamente equivocado. Sua formulação já é, de saída, imprópria: não há uma “língua dos índios”. Há, na verdade, diversas línguas indígenas, faladas por diferentes comunidades indígenas. E nenhuma dessas línguas é “rudimentar”, em qualquer sentido que se possa pensar. As línguas indígenas são extremamente complexas – tão complexas quanto qualquer outra língua natural, como o português, o francês, o chinês ou o japonês.

Para tentar desconstruir a primeira parte deste mito (sobre haver apenas uma única “língua dos índios”), precisamos falar um pouco sobre a variedade linguística reinante entre as populações indígenas brasileiras.

Hoje, no Brasil, são faladas cerca de 180 línguas indígenas, por cerca de 220 povos indígenas. Por trás desse número, devo fazer algumas ressalvas. Em primeiro lugar, todo e qualquer método de contagem de línguas é impreciso por natureza, já que os limites entre língua e dialeto são corredios. O critério normalmente utilizado para afirmar que determinada língua é, de fato, uma língua e não um dialeto de uma outra – não é um critério de natureza estritamente linguística, mas de viés marcadamente político. Daí por que, entre os sociolinguistas, se diz que “uma língua é um dialeto com um exército e uma marinha”.

Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas. Se hoje temos cerca de 180 línguas indígenas faladas no Brasil, estima-se que, em 1500, à época da chegada portuguesa em terras brasileiras, o número era de 1.270 línguas, ou seja, um número sete vezes maior. Além de o número total de línguas ter sido drasticamente reduzido – e, com isso, o número de populações indígenas – todas as línguas indígenas brasileiras podem hoje ser consideradas línguas ameaçadas.

Isso significa que, a cada ano que passa, podemos perder uma língua no país. É uma perda terrível, não só para a linguística, mas para o patrimônio mundial cultural e humano. Quando uma língua deixa de existir, perdemos mais do que um sistema de comunicação complexo e estruturado; perdemos uma maneira de ver e de compreender o mundo.

Gabriel de Ávila Othero. Mitos de Linguagem. São Paulo: Editora Parábola, 2017, p. 109-111. (Adaptado). 

A
2, 3, 4 e 5, apenas.
B
2, 3 e 4, apenas.
C
1, 2 e 5, apenas.
D
1, 3 e 4, apenas.
E
1, 2, 3, 4 e 5.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o foco da análise empreendida no Texto 3, um título adequado poderia ter a seguinte formulação:

TEXTO 3

Durante séculos, os jornais impressos eram o único meio regular de divulgação de notícias. Com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), o contexto de circulação das notícias foi radicalmente alterado.
Um exemplo ilustra bem essa transformação. Em 11 de setembro de 2001, quando terroristas lançaram aviões contra alvos americanos, matando milhares de pessoas, a opinião pública acompanhou, pelas telas de computador e televisão, os dramáticos acontecimentos.
Jornais impressos não teriam condições de levar as notícias a milhões de pessoas em todo o mundo à medida que os fatos iam acontecendo.
Essa constatação nos obriga a concluir algo importante: a depender do meio em que circulam as notícias, elas assumem configurações diferentes. Uma notícia redigida para ser postada em um portal da internet provavelmente contará com menos informações do que a notícia equivalente que será publicada na edição do jornal no dia seguinte. Isso ocorre porque, com a necessidade de informar os fatos no exato instante em que acontecem, os portais da internet não têm como garantir o tempo necessário para a apuração mais minuciosa dos detalhesdo fato noticiado.
É comum, inclusive, algumas das notícias veiculadas nesses portais serem atualizadas ao longo do dia, para acréscimo de detalhes e correção das informações iniciais que se mostram inexatas. Os jornais impressos não enfrentam essas dificuldades, porque dispõem de mais tempo e podem, assim, trazer informações mais completas e bem elaboradas.
Maria Luiza Abaurre e Maria Bernadete Abaurre. Produção de Textointerlocução e gêneros. São Paulo: Editora Moderna, 2007, p. 69. (Adaptado). 
A
Terroristas lançaram aviões contra alvos americanos, matando milhares de pessoas.
B
Notícias postadas em portais da Internet, em geral, contam com menos informações.
C
Dificuldades específicas enfrentadas pelos jornais impressos.
D
Notícias: diferenças de contextos de circulação e novas configurações.
E
Notícias veiculadas nos portais da Internet costumam ser atualizadas ao longo do dia.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O Texto 2 aborda um tema que tem implicações interdisciplinares, como se mostra a seguir. Interessa à:

TEXTO 2


A “A língua dos índios é muito rudimentar”


Assim como outros mitos, esse aqui já começa completamente equivocado. Sua formulação já é, de saída, imprópria: não há uma “língua dos índios”. Há, na verdade, diversas línguas indígenas, faladas por diferentes comunidades indígenas. E nenhuma dessas línguas é “rudimentar”, em qualquer sentido que se possa pensar. As línguas indígenas são extremamente complexas – tão complexas quanto qualquer outra língua natural, como o português, o francês, o chinês ou o japonês.

Para tentar desconstruir a primeira parte deste mito (sobre haver apenas uma única “língua dos índios”), precisamos falar um pouco sobre a variedade linguística reinante entre as populações indígenas brasileiras.

Hoje, no Brasil, são faladas cerca de 180 línguas indígenas, por cerca de 220 povos indígenas. Por trás desse número, devo fazer algumas ressalvas. Em primeiro lugar, todo e qualquer método de contagem de línguas é impreciso por natureza, já que os limites entre língua e dialeto são corredios. O critério normalmente utilizado para afirmar que determinada língua é, de fato, uma língua e não um dialeto de uma outra – não é um critério de natureza estritamente linguística, mas de viés marcadamente político. Daí por que, entre os sociolinguistas, se diz que “uma língua é um dialeto com um exército e uma marinha”.

Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas. Se hoje temos cerca de 180 línguas indígenas faladas no Brasil, estima-se que, em 1500, à época da chegada portuguesa em terras brasileiras, o número era de 1.270 línguas, ou seja, um número sete vezes maior. Além de o número total de línguas ter sido drasticamente reduzido – e, com isso, o número de populações indígenas – todas as línguas indígenas brasileiras podem hoje ser consideradas línguas ameaçadas.

Isso significa que, a cada ano que passa, podemos perder uma língua no país. É uma perda terrível, não só para a linguística, mas para o patrimônio mundial cultural e humano. Quando uma língua deixa de existir, perdemos mais do que um sistema de comunicação complexo e estruturado; perdemos uma maneira de ver e de compreender o mundo.

Gabriel de Ávila Othero. Mitos de Linguagem. São Paulo: Editora Parábola, 2017, p. 109-111. (Adaptado). 

A
história da língua portuguesa, pois traz dados relevantes sobre a dimensão plurilinguística da realidade linguística nacional.
B
teoria sobre a comunicação, uma vez que esclarece pontos fundamentais sobre ‘o que são os dialetos’.
C
perspectiva acerca do futuro linguístico do Brasil, pois destaca as ameaças atuais que pairam sobre a língua portuguesa.
D
consolidação do patrimônio cultural e humano brasileiro, já que o número de populações indígenas revela-se estável.
E
prática de diferenciar línguas que mantêm falantes em contato direto, pois recorre a critérios mais objetivos e precisos.
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CESMAC 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O problema tratado no Texto 2 recebe uma abordagem mais ampla, mais relevante e mais humana, pois considera que:

TEXTO 2


A “A língua dos índios é muito rudimentar”


Assim como outros mitos, esse aqui já começa completamente equivocado. Sua formulação já é, de saída, imprópria: não há uma “língua dos índios”. Há, na verdade, diversas línguas indígenas, faladas por diferentes comunidades indígenas. E nenhuma dessas línguas é “rudimentar”, em qualquer sentido que se possa pensar. As línguas indígenas são extremamente complexas – tão complexas quanto qualquer outra língua natural, como o português, o francês, o chinês ou o japonês.

Para tentar desconstruir a primeira parte deste mito (sobre haver apenas uma única “língua dos índios”), precisamos falar um pouco sobre a variedade linguística reinante entre as populações indígenas brasileiras.

Hoje, no Brasil, são faladas cerca de 180 línguas indígenas, por cerca de 220 povos indígenas. Por trás desse número, devo fazer algumas ressalvas. Em primeiro lugar, todo e qualquer método de contagem de línguas é impreciso por natureza, já que os limites entre língua e dialeto são corredios. O critério normalmente utilizado para afirmar que determinada língua é, de fato, uma língua e não um dialeto de uma outra – não é um critério de natureza estritamente linguística, mas de viés marcadamente político. Daí por que, entre os sociolinguistas, se diz que “uma língua é um dialeto com um exército e uma marinha”.

Além de o critério de contagem das línguas, em especial o de línguas indígenas, não ser preciso e uniforme, há ainda a questão que envolve a destruição das culturas indígenas, e, consequentemente, o desaparecimento de suas línguas. Se hoje temos cerca de 180 línguas indígenas faladas no Brasil, estima-se que, em 1500, à época da chegada portuguesa em terras brasileiras, o número era de 1.270 línguas, ou seja, um número sete vezes maior. Além de o número total de línguas ter sido drasticamente reduzido – e, com isso, o número de populações indígenas – todas as línguas indígenas brasileiras podem hoje ser consideradas línguas ameaçadas.

Isso significa que, a cada ano que passa, podemos perder uma língua no país. É uma perda terrível, não só para a linguística, mas para o patrimônio mundial cultural e humano. Quando uma língua deixa de existir, perdemos mais do que um sistema de comunicação complexo e estruturado; perdemos uma maneira de ver e de compreender o mundo.

Gabriel de Ávila Othero. Mitos de Linguagem. São Paulo: Editora Parábola, 2017, p. 109-111. (Adaptado). 

A
subsistiu entre as populações indígenas brasileiras a variedade linguística reinante entre os colonizadores.
B
entre as línguas indígenas faladas por diferentes comunidades indígenas brasileiras, nenhuma dessas línguas é “rudimentar”.
C
todas as línguas indígenas faladas no Brasil podem, hoje, ser avaliadas como línguas inevitavelmente ameaçadas.
D
o desaparecimento de uma língua leva consigo também uma maneira de se conceber e de se compreender o mundo.
E
as línguas indígenas, como qualquer outra língua, constituem sistemas de comunicação complexos e estruturados.