Questõessobre Intertextualidade
“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!”
(PESSOA, Fernando Pessoa. “Ode Triunfal” [Trecho]. Poesias de Álvaro de Campos. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2003, p. 306).
O poema de Fernando Pessoa foi publicado em Portugal na década de 1910. A referência a aspectos da vida
urbana, como fábricas, engrenagens, motores etc., indica um diálogo intertextual com a proposta estética do
“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!”
(PESSOA, Fernando Pessoa. “Ode Triunfal” [Trecho]. Poesias de Álvaro de Campos. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p. 306).
O poema de Fernando Pessoa foi publicado em Portugal na década de 1910. A referência a aspectos da vida
urbana, como fábricas, engrenagens, motores etc., indica um diálogo intertextual com a proposta estética do
Sobre a presença da intertextualidade na obra Ensaio sobre a cegueira é correto afirmar que:
No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando
com a comédia de Molière, Tartufo (1664), cuja personagem
central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça que o nome
próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em português,
como substantivo comum, para designar o “indivíduo
hipócrita” ou o “falso devoto”. No contexto maior do
romance, sugere‐se que a tartufice
Em O Ateneu, o tema da homossexualidade é tematizado abertamente
e tratado de maneira ______________ ao passo que, na obra
____________, onde também aparece claramente, o mesmo tema
é descrito como prática viciosa e animalesca, e tratado de modo
___________ .
Mantida a sequência, preenche adequadamente os espaços
pontilhados o que se encontra em
Raul Pompeia, O Ateneu.
A intertextualidade é um dos fatores
responsáveis pela construção de sentido. Ela é
percebida quando o leitor recupera, no texto em tela,
informações de outros textos que se encontram
explícitas ou inferidas. Sobre essa questão, considere
as seguintes afirmativas:
I. “Nem as águas de março que acabaram de
fechar o verão são promessa de uma trégua”
(linhas 52-54).
II. “Essa bárbara segregação social que o Brasil
tem, esse apartheid social [...] criou
condições para haver comunidades
extremamente vulneráveis [...]” (linhas 82-
86).
III. “Essa complexidade urbana não aparenta que
será modificada nos próximos anos” (linhas
92-94).
É correto afirmar que há intertextualidade em
A intertextualidade é um dos fatores responsáveis pela construção de sentido. Ela é percebida quando o leitor recupera, no texto em tela, informações de outros textos que se encontram explícitas ou inferidas. Sobre essa questão, considere as seguintes afirmativas:
I. “Nem as águas de março que acabaram de fechar o verão são promessa de uma trégua” (linhas 52-54).
II. “Essa bárbara segregação social que o Brasil tem, esse apartheid social [...] criou condições para haver comunidades extremamente vulneráveis [...]” (linhas 82- 86).
III. “Essa complexidade urbana não aparenta que será modificada nos próximos anos” (linhas 92-94).
É correto afirmar que há intertextualidade em
(...)
Eu tenho uma ideia.
Eu não tenho a menor ideia.
Uma frase em cada linha. Um golpe de exercício.
Memórias de Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia. Não, biografia.
Mulher.
Papai Noel e os marcianos.
Billy the Kid versus Drácula.
Drácula versus Billy the Kid.
Muito sentimental.
Agora pouco sentimental.
Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que o
seu]
amor de ontem.
Gertrude: estas são ideias bem comuns.
Apresenta a jazz-band.
Não, toca blues com ela.
Esta é a minha vida.
Atravessa a ponte.
(...)
(Ana Cristina Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 9.)
Esse trecho do poema de abertura de A teus pés, de Ana
Cristina Cesar,
Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um
“letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o
reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a
capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e
empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que
"Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente
tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que
passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’...
Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma
carga negativa e ofensiva, acredite”.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer
pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar
de postura em relação a ele, é fundamental
Na década de 1950, quando iniciava seu governo,
Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na
campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil
voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar
certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia
uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas
uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e
associada ao progressismo de Juscelino, se transforme
numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’
muito nesses últimos dois anos; para trás.
(Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo
Jornal, 21/05/2018.)
Considerando o gênero propaganda institucional e o
paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que
o slogan do atual governo fracassou porque
A linguagem do texto é marcada por uma profusão
de recursos literários, entre os quais, a intertextualidade.
Assinale a alternativa que registra esse recurso.
Reflita sobre o comercial do “Space Fox Trend”, calcado no provérbio “Pense duas vezes antes de agir”. Ele configura linguisticamente um détournement, caso específico de intertextualidade implícita, que altera ou adultera um texto-fonte, com algum propósito. Considere o que se diz sobre o détournement dessa propaganda e marque V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.
( ) O détournement que gerou o comercial da Volkswagen foi produzido por meio do acréscimo e da substituição de palavras.
( ) A descoberta ou o conhecimento do texto- fonte, no caso do détournement, é indesejável.
( ) O détournement presente no comercial do “Space Fox Trend” é do tipo lúdico: brinca com as palavras como um jogo infantil. É próprio para divertir crianças.
( ) O détournement do comercial da Volkswagen desautoriza o texto-fonte. É utilizado com o propósito de orientar o interlocutor para a construção de um outro sentido.
( ) No caso da propaganda em questão, o détournement leva o interlocutor a acreditar que o carro apresentado é tão bom que não se precisa pensar duas vezes para comprá- lo. Ele é tão especial que contradiz uma afirmação considerada verdade universal.
Está correta, de cima para baixo, a sequência seguinte:
Reflita sobre o comercial do “Space Fox Trend”, calcado no provérbio “Pense duas vezes antes de agir”. Ele configura linguisticamente um détournement, caso específico de intertextualidade implícita, que altera ou adultera um texto-fonte, com algum propósito. Considere o que se diz sobre o détournement dessa propaganda e marque V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.
( ) O détournement que gerou o comercial da Volkswagen foi produzido por meio do acréscimo e da substituição de palavras.
( ) A descoberta ou o conhecimento do texto- fonte, no caso do détournement, é indesejável.
( ) O détournement presente no comercial do “Space Fox Trend” é do tipo lúdico: brinca com as palavras como um jogo infantil. É próprio para divertir crianças.
( ) O détournement do comercial da Volkswagen desautoriza o texto-fonte. É utilizado com o propósito de orientar o interlocutor para a construção de um outro sentido.
( ) No caso da propaganda em questão, o détournement leva o interlocutor a acreditar que o carro apresentado é tão bom que não se precisa pensar duas vezes para comprá- lo. Ele é tão especial que contradiz uma afirmação considerada verdade universal.
Está correta, de cima para baixo, a sequência seguinte:
Na Idade Média, era inconcebível que uma pintura não ilustrasse claramente tema sagrado ou profano, uma vez que a arte se voltava para a imitação da natureza, a melhor maneira de apresentar visão convincente das histórias sagradas, a exemplo da obra do pintor Jerônimo Bosch apresentada acima.
É o fogo do mal dos ardentes que queima as populações
do ano 1000. Uma doença desconhecida que provoca um terror
imenso. Mas o pior está por vir: a peste negra devastará a Europa
e ceifará um terço de sua população durante o verão de 1348.
Como a AIDS, para alguns, essa epidemia é vivida como uma
punição do pecado. Então, procuram-se bodes expiatórios e
encontram-se os judeus e os leprosos, acusados de envenenar
poços. As cidades isolam-se, proibindo-se a entrada de estrangeiro
suspeito de trazer o mal. A morte está em toda a parte, na vida, na
arte, na literatura. Contudo, os homens desse tempo temem muito
mais outra doença, a lepra, considerada o sinal distintivo do
desvio sexual.
Georges Duby. Ano 1000, ano 2000: no rastro de nossos
medos. São Paulo: UNESP, 1998, p. 78-9 (com adaptações).
Julgue os itens a seguir com base no texto acima e considerando
a obra apresentada acima, de Jerônimo Bosch (séculos XV-XVI),
pintor famoso por suas aterradoras representações da vida e da
morte.
No texto utilizado, marcadamente informativo, para dar maior credibilidade às informações que apresenta, o autor
Compostas em contextos históricos distintos, em 1939 (“Aquarela do Brasil”) e em 1978 (“Querelas do Brasil”), as músicas fazem uma interpretação diferenciada da realidade brasileira. Nesse sentido, a música “Querelas do Brasil” constitui uma paródia que
Compostas em contextos históricos distintos, em 1939 (“Aquarela do Brasil”) e em 1978 (“Querelas do Brasil”), as músicas fazem uma interpretação diferenciada da realidade brasileira. Nesse sentido, a música “Querelas do Brasil” constitui uma paródia que
A imagem e o texto acima
A imagem e o texto acima
Segundo a argumentação do texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A analogia entre a guerra na Síria e o funcionamento de um colégio expõe o atual estado de conflito interno no
país.
( ) Os riscos que os sírios enfrentam, sem condições de infraestrutura básica, sustenta o apelo à ajuda humanitária.
( ) A fragmentação das facções de resistência ao governo é apresentada como a causa da distribuição de privilégios
pelo governo sírio entre seus aliados.
( ) Felipe Castanhari explicita seu posicionamento em relação à guerra na Síria com a frase “Véio, isso é um P.
absurdo”.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo
Segundo a argumentação do texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A analogia entre a guerra na Síria e o funcionamento de um colégio expõe o atual estado de conflito interno no país.
( ) Os riscos que os sírios enfrentam, sem condições de infraestrutura básica, sustenta o apelo à ajuda humanitária.
( ) A fragmentação das facções de resistência ao governo é apresentada como a causa da distribuição de privilégios pelo governo sírio entre seus aliados.
( ) Felipe Castanhari explicita seu posicionamento em relação à guerra na Síria com a frase “Véio, isso é um P. absurdo”.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo
O texto abaixo, uma transcrição da fala em vídeo do youtuber Felipe Castanhari, é referência para a questão.
Olá, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Eu sou Felipe Castanhari. E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na
Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet. E eu notei que a grande maioria das pessoas não fazem ideia do que tá
rolando. Por que uma galera tá enchendo os barcos com risco de morrer só pra sair de um país? Mano, o que está acontecendo?
Basicamente, o que tá rolando ali é uma guerra civil que está devastando o país. São centenas de milhares de pessoas mortas. E
tem muita gente desesperada tentando sair desta M. Pessoas que perderam suas casas, perderam suas famílias estão tentando
deixar o país a procura de uma vida decente. Mas como assim, a Síria chegou nessa situação de M.? Vamos imaginar que a Síria
é um grande colégio, uma grande escola. E esse colégio é governado por um cara chamado Bashar al-Assad, que está comandando
esse grande colégio desde 2000. Antes disso, quem comandava esse grande colégio era seu pai, um rapaz chamado Hafez al-Assad.
Digamos que a democracia não é um conceito muito cultuado nesse colégio, porque é a mesma família que manda naquela
P. há 40 anos. Só que aconteceu uma grande M. em 2011 e tudo mudou. Lembra que estamos fazendo de conta que a Síria é um
grande colégio, certo? Então temos várias turmas no ensino médio. Cada uma delas com 30 alunos mais ou menos. Ninguém
gostava do diretor, do dono da escola. Só que mesmo assim o pessoal ficava meio de boa. Ficava todo mundo meio que passando
de ano, sabe? [...] Só que em 2011 a galera de uma das salas resolveu descer pro pátio e protestar contra o diretor. Porque ele dava
meio que uns privilégios só pra umas turmas. E o resto do colégio meio que se F., meio que se F. legalmentis. Então, tinha uma
galera que tava meio cansada disso e foi lá pro pátio protestar. Eles foram lá e fizeram um protesto pacífico. Ele chegou lá e viu
aquela confusão no pátio e resolveu expulsar todo mundo que tava ali protestando. [...] Meteu bala geral. [...] Só que foi aí que
começou a virar uma loucura, porque as próprias salas começaram a se dividir. Então ao invés do colégio inteiro partir pra cima do
diretor, eles começaram meio que formar panelinhas. E quando as panelinhas se encontravam no pátio, elas começavam a brigar
entre elas. [...] Véio, isso é um P. absurdo [...]. Pessoal, vamo entender isso. As pessoas preferem arriscar suas vidas e morrer
afogado no mar do que ficar lá na Síria. Olha a M. que tá acontecendo. [...] Além de ter bombardeio, as pessoas de Alepo, a principal
cidade do conflito da Síria, elas estão sem água, sem comida, remédios, energia elétrica. Alepo virou um verdadeiro inferno. E a
gente pode fazer um pouquinho mais do que ficar indignado. Talvez isso esteja muito longe da gente. Mas a gente aqui no Brasil
tem como ajudar. Existem várias entidades como a Unicef que estão fazendo um trabalho de socorro aos civis na Síria,
especialmente as crianças, galera. A gente pode fazer doações para essas entidades. E às vezes uma pequena quantia pra você
pode fazer uma P. diferença pruma criança lá na guerra.
Considere as avaliações dos memes enquanto prática social e assinale a alternativa que se apresenta coerente com o
proposto pelo texto:
Texto A:
A era dos memes na crise política atual
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos “jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio. Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milhares de piadas que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada ou outra congênere; que não gargalhe diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário e executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. [...]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante mudanças sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos, protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête, o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial, que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito aos direitos humanos.
(Luciano Freitas Filho – Carta Capital (adaptado), junho/2017. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/07/era-dos-memes-na-crise-politica-atual/>
Considere as afirmativas abaixo acerca dos usos de aspas presentes no texto:
1. Em “Tira a Dilma, Tira o Aécio, Tira o Cunha, Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota o fio dental, morena você é
tão sensual”, as aspas cumprem o papel de demarcar citação.
2. Em “jogando a toalha”, as aspas estão demarcando uma expressão idiomática.
3. Em “memecrítica”, as aspas estão demarcando um deslocamento do sentido usual da palavra.
4. Em “berço esplêndido” as aspas demarcam ironia pela via do recurso da intertextualidade.
Assinale a alternativa correta.
Considere as afirmativas abaixo acerca dos usos de aspas presentes no texto:
1. Em “Tira a Dilma, Tira o Aécio, Tira o Cunha, Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota o fio dental, morena você é tão sensual”, as aspas cumprem o papel de demarcar citação.
2. Em “jogando a toalha”, as aspas estão demarcando uma expressão idiomática.
3. Em “memecrítica”, as aspas estão demarcando um deslocamento do sentido usual da palavra.
4. Em “berço esplêndido” as aspas demarcam ironia pela via do recurso da intertextualidade.
Assinale a alternativa correta.
Texto A:
A era dos memes na crise política atual
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos “jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio. Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milhares de piadas que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada ou outra congênere; que não gargalhe diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário e executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. [...]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante mudanças sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos, protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête, o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial, que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito aos direitos humanos.
(Luciano Freitas Filho – Carta Capital (adaptado), junho/2017. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/07/era-dos-memes-na-crise-politica-atual/>
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
ANDRADE, Oswald de. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. p. 80
O poema acima, de autoria de Oswald de Andrade, faz uso
de um conhecido recurso linguístico como modo de dialogar
com outro texto famoso da história literária do Brasil. Aponte
qual das alternativas abaixo apresenta o recurso e o texto
corretos.
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
ANDRADE, Oswald de. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. p. 80
O poema acima, de autoria de Oswald de Andrade, faz uso
de um conhecido recurso linguístico como modo de dialogar
com outro texto famoso da história literária do Brasil. Aponte
qual das alternativas abaixo apresenta o recurso e o texto
corretos.
Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.
0 sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que,
em sua composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a
“Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha do poema
gonçalvino como referência intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele
ser
Nova canção do exílio
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.
0 sentido do poema depende, em boa medida, do reconhecimento de que,
em sua composição, o autor se vale de uma relação intertextual com a
“Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. 0 que viabiliza a escolha do poema
gonçalvino como referência intertextual é, em primeiro lugar, o fato de ele
ser